Zenão de Cítio perdeu tudo em um naufrágio e decidiu estudar filosofia, teve como mentor Crates, após divergências com os ensinamentos dos cínicos fundou o estoicismo, que é dividido em três fases.
— Olá Paulo,
— Oi! Pedro.
Paulo: Hoje vamos falar sobre as virtudes?
Pedro: Sim. Para essa conversa chamei a Tânia que está atrasada.
Paulo: Ok, mas qual a escola filosófica?
Pedro: O estoicismo.
Paulo: Conheço, pouco, agora vou aprender.
Pedro: Agora vou contar como a escola começou.
Pedro: Tudo começou com um comerciante fenício do Chipre, Zenão de Cítio, no século III a.c.
Paulo: um comerciante que vira filósofo?
Pedro: Sim, era uma profissão comum na época entre os fenícios.
Paulo: como ele conheceu a filosofia?
Pedro: Zenão perdeu todos os seus bens materiais em um naufrágio no mar mediterrâneo e quando contaram para ele, segundo o historiador Cícero ele respondeu: “A sorte quer que eu tenha mais liberdade para filosofar”.
Paulo: ele foi frio assim?
Pedro: Sim, ele entrou em uma livraria e decidiu iniciar seus estudos de filosofia, nos seus estudos, leu boa parte dos filósofos pré-socráticos, mas a obra que mais gostou foi de Sócrates.
Paulo: Nessa época os estudantes de filosofia tinham um filósofo que seguia qual foi o de Zenão?
Pedro: Essa é até uma história engraçada, ele não tinha muito tato aos 30 anos e ao perguntar ao dono da livraria como poderia saber mais sobre filosofia ele mandou seguir Crates que era um filósofo influente na época, ele seguiu e ficou literalmente atrás de Crates.
Paulo: Haha. Crates era de qual escola filosófica?
Pedro: Crates fazia parte da filosofia Cínica, os cínicos ficaram conhecidos como cães ou cachorro louco.
Paulo: cachorro louco explica isso melhor?
Pedro: o nome “cínico” em grego antigo: κυνικός kynikos, igual a um cão. A escola foi fundada por Antístenes, discípulo de Sócrates. Dos filósofos cínicos Diógenes foi o mais louco, vivia em um barril sendo chamado por Platão de um Sócrates que enlouqueceu.
Paulo: Oh! louco! Poderíamos marcar só para falar dos cínicos?
Pedro: Quem sabe um dia, mas voltando ao estoicismo.
Paulo: Como Zenão fundou a própria escola filosófica?
Pedro: Na época a Grécia vivia um caos político e social por influência de Sócrates e outros filósofos a política já era debatida entre os cidadãos. Zenão virou para si mesmo e decidiu que a filosofia que faltava era a que visava ter autocontrole.
Paulo: Bela percepção.
Pedro: Zenão de Cítio estudou filosofia com Crates e os cínicos, mas ele discordava da visão cínica de viver afastado do meio social, somos seres sociais e vivemos em sociedade e não como animais.
Por isso, ao fundar a escola estoica tinha três princípios: o estudo da física, da lógica e da ética.
Paulo: como essas virtudes eram usadas na prática?
Pedro: Influenciado pela virtude de Sócrates.
1° Estudar a natureza permite viver de acordo com ela.
2° Estudar lógica aumenta a capacidade de sabedoria.
3° Estudar ética ajuda a viver melhor em meio às outras pessoas.
Paulo: massa! Os três Pilares, ajudam no desenvolvimento pessoal, ético e intelectual, Zenão foi muito feliz no seu raciocínio, mas qual o motivo que atualmente só estudamos a ética?
Pedro: A ciência avançou muito de lá para cá, assumindo o controle das pesquisas sobre a lógica e a física, ficando a ética como objetivo de estudos dos estóicos.
Paulo: Compreende. Qual a origem do nome estoicismo?
Pedro: o nome estoicismo é do grego Stoá, significa Pórtico, local de ensinamento, as aulas eram feitas ao ar livre e as pessoas que passavam na rua podiam ver as aulas sobre filosofia.
Pedro: Os ensinamentos da primeira fase não permaneceram imutáveis e foram mudando ao longo do tempo.
O estoicismo teve 3 fases: estoicismo antigo, estoicismo médio, estoicismo imperial romano.
Paulo: E quais são as diferenças de um período para o outro?
Pedro: Na primeira fase com o seu fundador Zenão, as aulas eram feitas ao ar livre e qualquer pessoa que passasse pelo local via as aulas e o estoicismo passou a ser conhecido.
Cleantes de Assos começou a estudar filosofia aos 50 anos e desenvolveu as ideias do fundador e assumiu o controle da escola após a morte de Zenão, a sua maior contribuição foi escrever o Hino a Zeus, o Deus estóico (vou falar sobre ele na parte final desse diálogo). O Crisipo de Solis foi discípulo de Cleantes, organizou e espalhou os princípios estóicos, chegou a ser comparado a Zenão.
Na segunda fase: Panécio e Posidônio foram os sucessores de Crisipo. Nessa época a Stoa passou a ter espírito romano e senso de coletividade. Panécio influenciou o historiador Cícero que divulgou o estoicismo entre os romanos, inspirado no livro Sobre os Deveres de Panécio, Cícero escreveu o “De Officiis''.
A última fase que é como conhecemos hoje, foi em Roma, os principais filósofos: o imperador Marco Aurélio, o dramaturgo e senador Sêneca e o escravo Epicteto.A história completa está disponível na Amazon.
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Diálogos de um estóico
Non-FictionDiálogos de um estoico é a história da criação do estoicismo contada em diálogos, os personagens são Pedro, Paulo e Tânia, como origem, suas técnicas de exercício e seus principais pensadores.