Capítulo Vinte e Sete

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Quando voltamos para o apartamento, Ariana e seu namorado, Sam, já nos esperavam para o jantar.

— Vocês estavam preparando isso? — indaguei, ao sentir o cheiro da comida no apartamento. — Ariana cozinhando seria com certeza um milagre.

— Você realmente me conhece, eu não levo jeito na cozinha. — riu ela. Estava sentada no balcão da cozinha americana, com uma taça de vinho na mão. — Mas a mãe de Sam era uma excelente chefe, dona de um restaurante em Londres.

— Ela me ensinou uma coisinha ou outra. E sim, eu faço mais do que peixe com batatas. — completou Sam, saindo de perto do fogão e vindo me cumprimentar. Tommy está certo, o sotaque dele é irritante, pensei. — Oi, eu sou Samuel Williams, mas todos me chamam de Sam. — ele estendeu o braço.

Sam era um homem alto, de pele muito branca e cabelos negros. Seu rosto era oval, ele usava um terno com uma gravata borboleta e tinha um jeito de andar engraçado. Eu tive que me segurar para não chamá-lo de pinguim, pois não queria parecer rude.

— Jason Martell. — apertei sua mão. — É um prazer conhecê-lo finalmente.

— Digo o mesmo. Ouvi muito sobre você.

— Coisas boas, eu espero. — falei. Sam nos convidou para conversarmos na sala de estar enquanto o jantar ficava pronto. Ele e Ariana sentaram-se num sofá e eu me juntei à Tommy no outro. — Ele parece um pinguim, não é? — sussurrei no ouvido do meu filho, fazendo-o rir.

— Então, como foi o jogo? — indagou Ariana, quebrando o gelo.

— Os Giants perderam. — lamentei. — Eu queria comprar sorvete para Tommy e levá-lo na roda gigante para alegrá-lo, mas aparentemente ele tem dezessete anos. Como isso aconteceu?

— Filhos... Eles crescem tão rápido. — suspirou Sam. — Mal posso esperar para ter os meus próprios.

— Seus próprios filhos? — franzi a testa, confuso.

— Sim, nós planejamos ter filhos. — afirmou Sam, colocando a mão na perna de Ariana, que fitou o chão, um pouco envergonhada.

Por alguma razão aquilo me incomodou. E não apenas o toque dele em Ariana, mas como essa ideia de ter filhos. Eu nunca imaginei ela sendo mãe do bebê de outra pessoa, mesmo sabendo que algum dia ela se casaria e desejaria mais filhos. Porém, todos aqueles anos eu tinha sido o pai do filho dela e isso tornava nossa relação única, era algo que ela não tinha com mais ninguém. E por mais que tudo que eu quisesse era que Ariana fosse feliz, não podia ignorar uma sensação agoniante em meu peito.

— Com licença? — exclamei, com o tom de voz, quase pulando do sofá. Ariana e Sam se surpreenderam com a minha reação exagerada. — Tem crianças na sala. — completei, tentando amenizar a situação.

— Mas que clima desconfortável. — zombou Tommy, com um sorriso travesso no rosto. Ele provavelmente estava gostando da situação. — Eu vou pegar uma cerveja, o que acham? Para levantar o astral dessa sala. — brincou, se levantando em direção à geladeira.

— Vocês só vão deixar ele ir? — reclamou Sam.

— Ele está brincando. — expliquei, como se fosse óbvio.

— Agora vocês não vão me levar à sério? Nossa, como eu estou ofendido. — disse Tommy, voltando ao sofá com um refrigerante em mãos.

— Tivemos um jantar extremamente agradável, eu diria. — disse Sam, quando eu estava saindo, depois que o jantar acabou. — Fico muito feliz com a nossa amizade e espero que possamos repetir qualquer dia, quem sabe fazer uma programação só dos garotos.

A MÃE DO MEU FILHOOnde histórias criam vida. Descubra agora