Mais, hyung

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Mark não conseguiu se controlar. Era a quinta vez que estava a esperar impaciente em casa com o pau entre as pernas dolorido, com aquele desespero palpável crescendo em suas veias para dar um jeito naquela porcaria logo, mas não queria o fazê-lo daquela forma — por que Youngjae estava demorando tanto? Ele tinha prometido que aparecia por ali em cinco minutos, tinha criado todo um ambiente por mensagem, deixando Mark daquele jeito com aqueles áudios sujos cheio de putaria, prometido coisas que o Tuan arrepiava só de pensar sobre, entretanto já tinha se passado meia hora e nada do mais novo. Ele estava no apartamento ao lado, não era um caminho muito longo, então onde estava o Choi? Mark até chegou a pensar que algo tinha acontecido, mas se esse fosse o caso o mais novo certamente avisaria.

Vestiu o maior moletom que tinha e calçou seus chinelos. Milo latiu quando saiu de casa sem despedir-se dele, o Tuan geralmente chegava a perder o horário para ficar com seu cachorro, entretanto naquele dia a última coisa que ele queria fazer era esperar ainda mais tempo. Tinha a senha da porta de Youngjae e até mesmo a chave, ambos já tinham passado da fase de serem simples vizinhos. Começou porque se mudaram na mesma época, então descobriram que curtiam as mesmas coisas, evoluindo para uma amizade mais sólida quando o grupo de amigos de ambos se fundiu em um só. A atração cresceu das visitas frequentes e daquela bebida que o pai de Mark vivia trazendo para ele dos Estados Unidos quando visitava.

Não era comum do Choi enrolar quando o assunto era transarem, ele não era esse tipo de cara, mas fazia um certo tempo que Mark tinha percebido que ele estava ficando mais tempo em casa do que o normal. No começo achou que Youngjae apenas não queria mais nada consigo, contudo ele foi bem claro em explicar que não era nada disso. O problema de sua introversão repentina, entretanto, não foi explicado, deixando Mark paranoico. Ele poderia muito bem estar vendo outras pessoas, isso era normal, mas então por que não o falava logo? Não iria negar, talvez ficasse um pouco chateado, até que gostava de Youngjae mais do que demonstrava, contudo não tinha direito algum de reclamar sobre as escolhas dele e o Choi sabia disso. Era uma relação limpa, ele deveria falar a verdade.

Com o tempo, contudo, Mark descobriu o real problema: o videogame novo. Youngjae tinha ganhado um console novinho da nova geração de seu irmão mais velho e a gama vasta de jogos dele estava o entretendo dia e noite. O Tuan não queria ser mesquinho em dizer que estava com ciúme de um objeto inanimado, contudo quando estava sozinho em seu quarto pensando que Youngjae estava demorando porque preferia ficar jogando seus sentimentos certamente se tornavam algo muito parecido com o ciúme. Contudo não iria tornar tal sentimento verbal, não era o tipo de pessoa tão resolvida com seus problemas assim para conseguir falar abertamente sobre inseguranças e desejos quase bobos, entretanto o Choi iria perceber seu desconforto, isso com certeza.

Quando abriu a porta do quarto do mais novo, não surpreendeu-se em vê-lo deitado de barriga para baixo, a parte superior do tronco apoiada nos cotovelos, fitando a tela plana com os olhinhos brilhando enquanto suas pernas se balançavam animadamente. Youngjae usava aquele short fino quase que imoral e Mark precisou respirar fundo para não gritar com ele.

— Oh, hyung, é você. — ele olhou rapidamente, voltando-se ao seu jogo. — Me desculpa a demora, eu só queria terminar essa fase.

Mark sorriu irônico, assentindo. Ele iria com certeza terminar aquela fase.

Tranquilo. — Resmungou, rumando até a cama de Youngjae.

Felizmente o Choi era aquele tipo de preguiçoso relaxado, então quando ele descansava tentava ocupar todo espaço fofinho que seu corpo podia preencher. As pernas bonitas estavam abertas o suficiente para que Mark sentasse entre elas, as costas apoiadas nos vários travesseiros. Era uma visão tentadora, o Tuan tinha que admitir. Youngjae tinha uma bunda gostosa de apertar e só a lembrança de o fazê-lo permitiu que o mais velho se arrepiasse. Respirou fundo novamente, massageando sua têmpora. A verdade era que já deveria ter mostrado seu descontentamento antes, mas ainda tinha muita dó de Youngjae. Era só um joguinho, eram só mais cinco minutos, só mais trinta, mais uma hora...

Joga comigo, Youngjae-ahOnde histórias criam vida. Descubra agora