Capítulo Único: Um verdadeiro banho de gato

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Zenitsu entrou na sala de estar e cruzou os braços.

Seu gato de estimação, Kaigaku, estava muito de boas: deitado no sofá, esparramado e lambendo as garrinhas enquanto maratonava série. O ápice da folga. O híbrido estava tão contente que até o rabo, longo e preto igual os cabelos e as orelhas pontudas, balançava de um lado para o outro, bem preguiçoso.

Isso até que não seria problema, se ele não estivesse todo sujo de sangue por ter matado - e aparentemente comido - um rato... Isso de manhã. Já era quase de noite, e Zenitsu até esperou que Kaigaku tomasse alguma iniciativa para se limpar e ficar apresentável, mas nada.

Kaigaku ficou mesmo foi todo arregaçado no sofá.

O dia inteiro.

Sendo assim, o loirinho precisou tomar medidas drásticas. Afinal, não podia deixar o híbrido vivendo daquele jeito, como se fosse dono de tudo - só porque era bem mimado com comida boa, roupas confortáveis e brinquedinhos de gato caros, não significava que ele podia ficar sem se cuidar!

"Kaigaku." Zenitsu chamou ele, chegando mais perto do gato. Céus, a camiseta dele estava toda suja, e ele conseguia cheirar o que certamente estava começando a virar um caso sério de suor acumulado. Se continuasse daquele jeito, bastaria levantar o braço que ele mataria os ratos - e talvez outros bichinhos - com o fedor do sovaco.

Zenitsu não queria ver isso acontecendo, pois imaginava que poderia morrer junto.

Kaigaku pegou o controle e pausou o episódio, olhando para o dono com cara de quem não queria ter sido interrompido.

"Sim?" O híbrido questionou, arqueando uma de suas sobrancelhas grossas e brincando com o controle na mão. Zenitsu só conseguia pensar que precisaria limpá-lo também, porque já conseguia ver algumas manchas que não deveriam estar ali.

Precisaria fazer uma vistoria em todos os objetos que Kaigaku tocou durante o dia.

"Pro banheiro. Agora." A voz de Zenitsu soou autoritária, ao menos o máximo que conseguia; chamava aquilo de sua voz de dono, que era a melhor arma que tinha. Apesar de ser humano, Zenitsu ainda era mais baixo que Kaigaku, e não era tão forte quanto ele - tanto que ele se lembrava da última vez que tentou brincar de lutinha com o bichano, o que não deu muito certo.

Zenitsu preferia não pensar muito nesse incidente.

Relutante e revirando os olhos em desgosto, Kaigaku se espreguiçou - para o horror de Zenitsu, que conseguiu sentir com mais intensidade o fedor que emanava do felino - e se levantou, coçando a bunda só para parecer ainda mais preguiçoso e nojento.

Ainda assim, o rapaz pegou Kaigaku pelo pulso e o guiou até o banheiro, fazendo questão de que o híbrido entrasse primeiro antes de seguí-lo.

"Sabe o que é isso?" Zenitsu apontou para a banheira, que estava cheia de água quentinha, espuma, e com uma cestinha de produtos de higiene por perto, além de toalhas. Basicamente, um convite para a limpeza.

Kaigaku olhou para a banheira, olhou para Zenitsu, e deu de ombros como se aquela cena não fosse uma grande indireta para ele.

"É a banheira cheia d'água. E daí?" Ele respondeu sem dar muita bola, mas Zenitsu sabia que ele estava era se fazendo de desentendido. Kaigaku podia ser estressado, teimoso, mas burro ele não era - tanto que, com certeza, Zenitsu sabia que ele estava agindo igual um porco de propósito, só pra encher a paciência dele e ganhar atenção.

E estava funcionando, tanto que Zenitsu preparou um banho de espuma para ele.

"E daí que você está imundo e precisa tomar banho. Pode ir tirando a roupa." Assim que falou isso, Zenitsu trancou a porta e se sentou no banquinho que havia posicionado estrategicamente bem do lado da banheira. Se não fizesse isso, Kaigaku provavelmente só iria se despir, se jogar na água, e poucos minutos depois sairia dizendo que estava limpo, quando provavelmente nem teria se esfregado direito.

Pet ImundoOnde histórias criam vida. Descubra agora