Aniversário quase perfeito

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{ Quase dois meses depois }
    Sempre gostei de aniversários. Para mim, é uma data muito divertida e especial. Principalmente hoje, que estou, oficialmente, completando 18 anos. Por sorte, meu aniversário deste ano caiu em um sábado. Ou seja, poderei comemorar com meus amigos e o Cole. Termino de vestir-me e desço.
    Chegando na sala, encontro um papelzinho e um presente todo enfeitado em cima da mesa principal. No papel está escrito "Feliz aniversário, filha. Aproveite seus 18 anos, eu e Mandy te amamos muito.", abro um pequeno sorriso e desembrulho o presente, ao terminar de fazê-lo, deparo-me com um colar de ouro escrito Izzy.
     — Gostou, querida? — olho para trás e vejo Mandy. Vou correndo abraçá-la. — Acho que isso foi um sim.
     — Eu amei, obrigada. — afasto-me um pouco dela. — Cadê o meu pai? Achei que ele não trabalharia hoje.
     — A-ah, ele... — ela dá uma pausa e desvia o seu olhar de mim. — Houve uns imprevistos na empresa e ele teve que ir para lá.
     — Hmm, entendi. — digo entristecida. — O Cole já acordou?
     — Creio eu que sim. — Mandy responde, olhando para o relógio.
     — Vou lá acordá-lo.
    Nem meu pai nem a Mandy sabem sobre nós. Eles repararam que nos aproximamos bastante, mas acho que não desconfiam de nada. Eu e o Cole já tivemos essa conversa, não sabemos ainda quando contaremos para eles, contudo, é certeza que algum dia iremos contar-lhes.
    Abro a porta do Cole sem bater e não encontro-o. Que estranho. Pretendia sair do seu quarto quando este abre a porta do banheiro, roubando toda a minha atenção.
     — Bom dia, Iz. — morde o lábio inferior levemente. Ele está apenas com uma toalha enrolada em sua cintura e com o cabelo molhado. Por Deus. — Você vir aqui, do nada, é algum tipo de convite?
     — Talvez... — ele se aproxima de mim.
    Ele me puxa pela cintura, colando nossos corpos e me beija. Poderia beijar sua boca para sempre, jamais me cansaria. Passo as minhas unhas de leve em sua nuca molhada. Ele, por sua vez, desce uma mão para o meu bumbum, onde dá um apertão no mesmo. E a outra sobe até meu pescoço, dando uma  enforcadinha nele. Solto um gemido entre o beijo em resposta. Infelizmente, precisamos nos afastar por conta da falta de ar. Ficamos há poucos centímetros um do outro, ofegantes. Não consigo conter o meu sorriso bobo.
     — O que quer fazer hoje? — meu sorriso desmancha um pouco. Como assim?
     — Achei que já tivesse planejado algo para fazermos. — digo, saindo do seu aperto.
     — Para hoje? — indaga sem entender. — Por que eu teria feito isso?
     — Quê? Espera, você tá zoando, né? — só pode ser brincadeira. — Cole, hoje...hoje...
     — Hoje...?
     — Nada, esquece. — saio apressadamente do seu quarto e tranco-me no meu.
    Como isso é possível? O meu quase namorado não sabe que hoje é meu aniversário? Sim, quase. Ele ainda não me pediu em namoro. Sinto uma lágrima solitária escorrer pelo meu rosto, ah, que ótimo. Chorar no próprio aniversário, uhu. Parabéns para mim. Escuto meu celular tocar e atendo o mesmo.
     — Alô?
     — PARABÉNS, AMIGA!! — Sam grita no meu ouvido. — Agora você é maior de idade, que linda. O que você pretende fazer hoje, em?
     — Então, pensei que o Cole tinha planejado algo, mas pelo visto me enganei. — dou uma fungada.
     — Ei, calma. Vem aqui em casa, a gente chama a Mel e decidimos o que fazer, pode ser? — ela questiona.
     — Okay. — encerro a chamada.
    Inspiro e expiro fundo. Chateada? Sim. Decepcionada? Com certeza. Coloquei tanta expectativa nisso que, no final, quebrei a cara. Visto uma roupa aleatória e peço um uber.

{ Na casa da Sam }
    Toco a campainha e aguardo, no entanto, ninguém atende. Sério, Samantha? Toco de novo.
     — Oii, Iz. Desculpa a demora, tava meio ocupada. — Sam diz, atrapalhando-se em abrir a porta.
     — Tudo bem. Achei qu-
     — SURPRESA!!!! — sobressalto e arregalo meus olhos. Todos, incluindo o Cole, estão aqui.
     — Mas o q-que é isso? — gaguejo ainda pasma.
     — Sua festa de aniversário, bobinha. — Mel vem correndo me abraçar. — Feliz aniversário, Iz!
    Deixo as lágrimas de felicidade rolarem, estou tá emocionada. Abraço todos eles, exceto uma pessoa específica. 
     — Realmente achou que eu esqueceria do seu aniversário? — pressiono meus lábios antes de responder.
     — Você é um bom mentiroso. — solto uma risada.
     — Feliz aniversário, linda. — ele sela nossos lábios.
     — A pizza chegou. — Nate grita.
    O meu aniversário não poderia estar melhor, estou me divertindo demasiadamente com as pessoas que eu amo. Não sei exatamente que horas são, porém, sei que já passaram várias horas desde que cheguei.
     — Pessoal, agora é minha vez de ter a Izzy só para mim. — Cole entrelaça nossos dedos.
     — Qual é, Cole, isso não é justo! — Sam discorda.
     — Sam, deixa os dois. — ela rola seus olhos.
     — Gente, obrigada por tudo. Eu amei a surpresa. — despeço-me de todos e caminho junto com o Cole até seu carro.
     — Aonde vai me levar? — pergunto curiosa, após fechar a porta do veículo.
     — A um lugar muito bonito.

{...}
    Desço do carro e reparo onde estou. Ele me trouxe para o seu lugar "secreto". Olho para cima e fico encantada pela beleza do céu estrelado.
— Achei que não tinha como este lugar ficar mais lindo ainda. — solto, encarando o céu.
— Só não é mais lindo que você. — Cole me abraça por trás.
— Bobo. — sorrio tímida.
— Quero te falar uma coisa. — viro-me de frente para ele. — Você é perfeita, sabia? Tem esse seu jeito estressadinha que me faz querer irritá-la mais ainda. Sabe ser amável com todos, bom, quase todos. Eu não sei o porquê me apaixonei por você. Talvez tenha sido o seus olhos lindos, a sua mente maluca ou essa sua bunda linda. Mas de uma coisa eu sei, é praticamente impossível não se apaixonar por você.
— Cole... — sinto meus olhos marejarem.
— Nunca pensei que amaria alguém como eu te amo. — acaricia a minha bochecha. — Eu quero te dar isto.
Ele tira do seu bolso uma caixinha vermelha. Meu Deus, meu Deus. Abro-a e encontro um anel prata com algumas pedrinhas em volta.
— Eu...eu não sei nem o que dizer. — sorrio abertamente para ele. — Eu amei! Muito.
— Quero você para todo o sempre, linda. — coloca o anel em meu dedo e me beija lentamente.
Ele me pega no colo e em seguida, entramos no carro de novo. Tiro rapidamente a minha blusa e camiseta, ficando de sutiã. Cole também não perde tempo e retira seu moletom e camiseta. Prensa-me contra o banco traseiro e volta a me beijar, porém, desta vez, ferozmente. Puxa meu lábio inferior enquanto encara-me com desejo. Seus olhos cinzas...sem condições. Ele desabotoa a minha calça com tamanha facilidade e tira a mesma, deixando-me apenas de roupa íntima.
— Gostosa. — sussurra bem perto do meu ouvido. Sinto cada pelo do meu corpo se arrepiar e um lugar específico ficar molhado.
Faz uma trilha de beijos até meu sutiã e, imediatamente, arranca-o do meu corpo. Enquanto uma mão massageia o meu seio, a outra brinca com o meu clitóris. Caralho.
— Cole...por favor. — imploro.
— Como quiser, linda.
Ele retira sua calça junto com a cueca box, expondo o seu pênis ereto e coloca a camisinha no mesmo. Acabo mordendo o lábio pela visão excitante.
— Pronta? — assinto.
Sinto seu membro invadindo-me, tento segurar meus gemidos, entretanto, é uma missão impossível. Ele me penetra forte, fundo e rápido, levando-me aos céus.
     — I-isso...aaaah. — ele desfere um tapa na minha bunda. — COLE!
     — Porra, Izzy. — ele fecha seus olhos com força enquanto mete com força em mim. Acho que explodirei de tesão.
     — Eu to q-quase lá. — cravo minhas unhas em seu ombro.
     — Juntos, linda. — pressiona seus dedos com força na minha cintura e estoca mais fundo.
     — AAAAH. — gritamos, por fim.
    Ele cai exausto em cima de mim. Fico um pouco sem ar, porém, não quero afastá-lo de mim. Continuamos assim, apenas ouvindo a respiração um do outro.
     — Eu te amo. — exclamo.
     — Eu te amo mais. — dá-me um selinho.

{...}
     — Você precisa falar para o Nate pedir a Mel em namoro logo. — falo, saindo do carro. — Ele é muito lerdo.
     — Eu sei, amanhã converso com ele.
    Ia respondê-lo, todavia, ouvimos um barulho alto soar da nossa casa. Cole abre a porta depressa e deparamo-nos com uma cena um tanto quanto inusitada. Mandy com o rosto cheio de lágrimas e com um prato em sua mão direita. Um pouco mais à sua frente, está papai, com os cabelos bagunçados e uma mão massageando suas têmporas.
     — QUE MERDA TÁ ACONTECENDO AQUI? — consigo sentir a raiva em sua voz.
     — Cole! Izzy! — Mandy surpreende-se com a nossa presença.
     — Mãe, — ele caminha até ela. — o que houve? Por que você tá chorando? E segurando um prato?
     — Filho, é que...bom...ele... — sua mãe se perde nas próprias palavras. — É melhor você dormir. Já está tarde.
     — Não! Sem chance. — Cole lança um olhar fulminante ao meu pai. — Foi você, né? SEU DESGRAÇADO! O QUE VOCÊ FEZ?
     — COLE! — grito com o jeito que ele se dirige ao mais velho.
     — Fala, porra. — ele pega meu pai pelo colarinho da camisa social.
     — Cole, solta ele, por favor. — peço.
     — Filho, solte-o. — Mandy se aproxima dele. Ela puxa os braços do seu filho e ele larga o meu pai. — Vem, vamos subir.
    Eles sobem as escadas, restando apenas eu e o meu pai na sala.
     — Pai-
     — Agora não, Izzy! Vá para o seu quarto. — ele diz autoritário.
     — Ma-
     — Eu falei NÃO, Izzy. — interrompe-me rudemente.
    Confirmo com a cabeça e subo para o meu quarto, atordoada.

{ Dia seguinte }
     — Izzy, acorda. — ignoro quem está me chamando e continuo de olhos fechados. Consequentemente, a pessoa sacode-me freneticamente.
     — Ai, que foi? — desperto. — Pai??

Quem me dera fosse só um "irmão"Onde histórias criam vida. Descubra agora