oneshot

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(Leia com a cor preta de fundo para melhor experiência)

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O som madeira crepitante invadia toda minha consciência, enquanto olhava para o fogo tomando conta do que restava da pequena pequena fogueira que eu havia feito mais cedo.

A rua estava vazia.

O que se é esperado, principalmente em tempos de quarentena como este. Não tem muitos sons vindo de outras casas, muito menos da minha, a qualquer não vive ninguém – além de mim.
Isso não era problema, até alguns dias atrás quando acordei e já era noite novamente, ao olhar para o céu percebi que a lua estava mais brilhante do que nunca, peguei a câmera do telefone para ajustar ae tirar uma foto da bela rainha pálida.

Clic

Esqueci de desativar o som do sistema novamente – o que na maioria das vezes é bem incômodo – mas ignoro, queria ver o resultado da foto. Como sempre as luzes dos postes atrapalham, não daria pra ver nenhuma textura que é visível até a olho nu, como de costume após tirar uma foto vejo a ultima foto que tirei antes dessa no rolo da câmera, só que desta vez tinha algo estranho, mais que isso talvez – perturbador.

Uma foto minha, dormindo.

Isso é normal? Foi o que me perguntei, aparentemente, tinha voltado a ter sonambulismo, pelo menos tento me convencer disso...

A fogueira apagou.

Vou entrar, já passam das duas da manhã, não gosto de dormir depois das três, ou às três, há algo que me trás um desconforto nisso, mas é algo pessoal meu.

Logo que entro, respiro fundo e olho ao redor, como sempre, nada demais, em pensar que tempos atrás tinha medo de estar só. Hoje me conforto com os contínuos estalos da casa, são barulhos normais, como minha mãe dizia.

Ao chegar no quarto, admiro novamente a minha escolha pela simplicidade, a cama, o quadro, a mesa e o guarda-roupa – sinto que ja está na hora de troca - lo. O barulho do ranger da porta é um dos poucos barulhos que me irrita, talvez esta seja a unica mobilia da casa que foi um erro, a porta deste armário é tão grande que cabe uma pessoa.

Wuen

O rangido da porta um barulho engraçado e irritante, se fosse para definir em minhas palavras. Pego apenas uma blusa qualquer e troco de roupa, e fecho o guarda-roupa para enfim me deitar e dormir.

Então vou até a janela dar uma ultima  olhada nó céu – está lindo, pena que não posso ver todas as estrelas, graças as luzes vindas da rua – respiro fundo mais uma vez e pego meu telefone, e dou uma ultima verificada em tudo que posso.

Estava muito calmo, muito normal, tanto que quando algo saiu dos trilhos logo percebi... W u e n

Era o guarda - roupa.

Me sinto num filme clichê de terror, quem seria? Claro que estou me convencendo que é o vento.

Estou sozinho.

Se a intenção deste é me matar, não preciso olhar, mas é algo automático demais pra mim.

Olhar, foi minha ruína.

RangidoOnde histórias criam vida. Descubra agora