Capítulo 02

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Uma semana de fato pode parecer uma eternidade. E pareceu. Foi como se os dias andassem em uma fila de supermercado, lentamente, sem pressa. E isso acabou com o humor da Sophia, que estava em plena quarta-feira implorando pela sexta com todas as forças do mundo!

─ Não deve ser tão ruim ─ comentou Elisa do outro lado da linha telefônica.

─ Elisa, é pior do que tão ruim.

─ Irmã, são apenas crianças. Você ama crianças. Sempre deu aula para crianças. É a única que teve paciência com a Melina. E quando a Jully se foi, você ajudou o Jason a cuidar do Charlie quando ele tinha que trabalhar. Você sabe lidar muito bem.

─ Nada se compara a essas três crianças. E não só isso, essa casa me assusta. É enorme! E escura. E, mais, me sinto sozinha.

─ Sozinha?

─ É. A governanta, a Sra. Portia, nem me olha. Ou melhor, me olha para me dar alguma bronca e me pedir algo. A cozinheira... Eu ainda não tive oportunidade de conhecê-la direito. E enfim, é solitário.

─ Tente conquistar uma das crianças. Pelo menos uma. Assim, as outras verão isso e vão querer o mesmo.

─ Acha isso?

─ Sim.

─ Vou tentar. Mais uma vez. E de novo.

─ Sophia não desiste, se esqueceu?

─ Jamais! ─ ela soltou o ar lentamente e jogou um olhar para a porta fechada do quarto. ─ Eu não vou desistir.

─ E seu patrão, Sofi, já conheceu?

─ Não. O Sr. Parker é um mistério.

─ Sr. Parker?

─ É.

─ Sophia? ─ a voz da Sra. Portia ecoou através da madeira da porta. ─ Já está acordada? Preciso de você urgentemente.

─ Apenas irei me trocar, Sra. Portia!

A mulher não respondeu, mas seus saltos batendo no chão demonstraram que ela já havia saido. Sophia bufou levantando da cama.

─ Tenho que ir.

─ Não deixe essa tal de Sra. Portia mandar em você! Ela não é sua chefe.

─ Minha supervisora.

─ Ela não é sua chefe. ─ repetiu Elisa.

─ Ok, Lisa. Preciso desligar. Mande um beijo para o Théo.

─ Ele não merece seu beijo.

─ Elisa!

─ Tá, tá. Beijo.

Sophia sorriu e teve a certeza que a irmã revirou os olhos antes de desligar. Era o tipo da Elisa.

Deixou os pensamentos para lá e trocou de roupa rápido. Tudo para não ter que ouvir sermão da Portia logo cedo.

─ O que houve? ─ perguntou Sophia descendo os últimos degraus. ─ Ah, meu Deus!

Seus olhos se arregalaram e mal teve tempo para pensar, apenas sorriu ao ver o cachorro grande correndo em sua direção. Era um dálmata e Sophia nunca havia visto um pessoalmente antes. O pelo, branco com as famosas manchas pretas, era tão macio, que ela não se cansou de acariciá-lo.

─ Ah, que coisa linda! ─ exclamou Sophia e levantou o olhar para a Portia. ─ Era essa a urgência?

─ Essa é a Duquesa. É a cadela da família há anos.

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