Como Uma Fênix (Capítulo 8)

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(...)

Isis - Bom, parece que... Você já fez... A parte fácil... Do meu trabalho... Agora só falta... Você. - Dara ainda olhava para Raví que estava estirado no chão.

Dara - É aparentemente sim. agora podemos conversar livremente, sem interrupções, não é mesmo? - Ela estava calma, como se nada houvesse acontecido, seu tom de voz era razoável e tranquilo.

Isis - Sim... então vamos? - Isis se virou de costas para Dara e começou a andar em passos longos e calmos, Dara ia logo atrás dela.

Os lobos se desmancharam e tornaram-se grama novamente, a grama passou a mover-se lentamente para perto de Raví, e logo em seguida o envolveu por completo e o puxou para dentro da terra.

Enquanto isso acontecia lentamente, Dara e Isis estavam encima de uma grande árvore, sentadas em um de seus longos galhos, conversando sobre o passado e o presente.

Dara - O que achou dele? Acha que poderia ser... Amoz? Ou você está com ele? - Perguntou ela olhando para o chão que estava tão distante de si.

Isis - Não... Amoz não está... Aqui. 

Dara - Mas você deve saber onde ele está, eu soube que você se uniu aos Hermes.

Isis - Talvez eu... Saiba... Mas antes me dê... Uma moeda... Da morte.

Dara - Sabe que o rei me proibiu de compra-las.

Isis - Sei... Ele também... Te proibiu de... Vir aqui.

Dara - Isso é diferente.

Isis - Você sente... Falta deles... Não é?

Dara - Sim.

Isis - Eu gostava... Deles... Eram pessoas... Boas. Mas te juro... Que eles realmente... Não estão aqui.

Uma gota de lágrima escorria do rosto de Dara, ela não chorava há séculos, ela havia se esquecido do amargor que era chorar, como aquilo perfurava a pele sem escorrer nem uma gota de sangue, como aquilo podia doer mesmo sem estar ferido.

Dara - Malditos bruxos. - Dara dizia com remorso, e ainda encontrava-se em lágrimas. - Mas se ele não está aqui... Eu irei embora, me dê a poção.

Isis - Tudo bem... Mas só se... Você deixar seu... Aluno comigo.

Em meio a toda essa conversa Raví estava lá, enterrado no meio de toda aquela grama verde vívida e da terra molhada.

E em um instante Dara saiu de trás de algumas árvores e foi em direção ao enterro de Raví, ela olhou para o chão que estava um pouco elevado por causa do corpo do garoto.

Dara - Que trabalho que você me dá hein. - Argumentou ela como se Raví estivesse ouvindo.

Dara - Aquela ilusão não vai engana-la por muito tempo. Mas que droga! - Agora ela já falava consigo mesma um pouco brava.

Em um movimento rápido ela introduziu sua mão direita no meio da terra e puxou Raví para fora do subterrâneo, deitando-o em seu ombro, e da mesma forma pegou o colar dourado do menino com a sua mão esquerda, que havia se misturado com a terra.

Logo em seguida ela começou a correr para perto de um longo e denso nevoeiro, seu cajado já não se encontrava em suas mãos, ele havia desaparecido novamente.

Sua visão era escassa naquele momento, a névoa fria estava dando arrepios em seu corpo, sua respiração estava ofegante e rápida.

Um pouco mais á frente ela avistou um lago, suas águas refletiam por conta sol, um azul claro predominava sua extensão que também refletia nas árvores ao redor. 

Chegando em frente ao belo rio, Dara deitou Raví em seus dois braços e colocou-o sobre a água, deixando imerso.

Dara - Agora só basta achar aquela poção e ir embora. - Após ter se passado tantos anos isolada das outras pessoas, já era normal comentar algo consigo mesma.

E em menos de um segundo seu cajado estava em suas mãos novamente, ela se ajoelhou e apontou seus dedo indicador e médio para o chão, tocou-os no chão dando duas curtas e rápidas batidas.

Após o curto ritual, uma grande fera negra surgiu da névoa que estava próxima do local onde se encontrava Dara e Raví, a grande pantera negra com desenhos azulados pintados ao redor de seu corpo, caminhava lentamente até os pés de Dara.

Tinha uma aparência amedrontadora, mas perto de Dara era completamente dócil, como um pequeno gato preto, seus olhos eram iguais aos de Dara; um azul intenso e escuro, como a própria galáxia, com sua imensidão e mistérios para serem descobertos e revelados.

Ao ver seu bichinho de estimação se aproximar, logo passa a mão em seus pelos, dando de agrado um pequeno cafuné.

Dara - Preciso que você faça um trabalho para mim, Ariadne. - Dara retirou do bolso de seu manto um papel com a aparência velha, estava levemente rasgado nas bordas e bem amassado, apesar de estar dobrado com a maior delicadeza possível ainda estava amassado, a cor do papel já não era mais totalmente branco, ele estava um pouco marrom.

Ariadne logo deu uma leve fungada no papel e se pôs a trabalho, ela começou a farejar o chão e foi andando na direção do cheiro indicado, e Dara estava logo atrás.

A grande felina parou de se mover e olhou para a mulher que estava mais para trás, ela percebendo o sinal de sua majestosa companheira se aproximou um pouco mais do local.

Havia uma pequena pedra que tapava um buraco não muito fundo, e então Dara levou suas mãos até a pedra e a levantou, assim vendo uma caixa de madeira com algumas plantas Trepadeiras não muito amigáveis em volta. 

Percebendo de que tratavam-se de Trepadeiras Malignas retirou mais uma vez de seu manto, um frasco que portava uma poção esverdeada. Dara destampou o frasco e jogou todo o conteúdo que estava dentro nas plantas e juntamente na caixa, fazendo-as apodrecer e morrer.

Dara ouviu um choro vindo de seu lado, era  Ariadne, ela estava olhando para trás com uma expressão de inação, Dara seguiu o olhar dela e viu uma coisa estranha.

O lago onde ela havia deixado Raví estava borbulhando, como se algo estivesse fervendo lá dentro.

Dara - Finalmente! Vamos ver no que o nosso pequeno mago vai se tornar. - Dara se sentou no chão com as suas pernas cruzadas, somente apreciando a cena.

Fumaça saia do rio, estava deixando não somente a água do rio quente, mas sim todo o ambiente, os corpos de Dara e de Ariadne estavam encharcados de suor, ambas estavam ofegantes de tanto calor que fazia, algumas pequenas plantas começaram ate mesmo a murchar.

O rio parecia-se com uma panela de pressão, estava tudo borbulhando, e então em poucos segundos a panela explodiu, toda a água do pequeno rio vazou para fora em uma velocidade extremamente rápida, parecia que uma granada havia sido jogada dentro do rio e feito uma grande explosão.

Por sorte Dara e Ariadne estavam longe o suficiente para conseguirem desviar da água fervente, somente alguns pingos as alcançaram.

Uma luz flamejante chamava a atenção no meio do céu azul, ambas olharam para cima e viram Raví, ele estava diferente.

Em suas costas haviam duas asas em chamas, o vermelho vinho ressaltava o amarelo na ponta das penas de suas asas, seus olhos somente se via uma luz vermelha, seu corpo estava repleto de desenhos pintados de vermelho vinho.

Dara - Agora sim, você está bonitão. - Dara deu um sorriso bem largo, mas Raví não a respondeu, ele estava em um transe, ele estava até mesmo inconsciente.

Isis - Dara... Você não deveria... Enganar as pessoas... Você pode sofrer... Ao fazer isso. - Isis apareceu atrás de Dara, com uma feição de irritação.

Dara - Merda.

(Continua...)
Autora: Oii, tudo bem? Espero que sim, espero também que estejam gostando.
Logo sai o próximo capítulo, se cuidem, passem álcool em gel nas mãos e beijos digitais repletos de magia para vocês. U3U

A Young MageOnde histórias criam vida. Descubra agora