The Wolfs

The Wolfs (One-shot)

O ar frio entrava e sairá em vapor nas minhas narinas, mesmo dentro da minha barraca podia ser muito frio. Passei a noite inteira naquela saco de dormir, ainda vestindo uma tonelada de roupas naquele frio em meio àquela floresta.

Fiquei muito tempo ainda dentro do saco de dormir, até que criei coragem de colocar minhas botas e sair para fora. Uma nevoa ainda pairava no ar, e um dia nublado era o que eu podia ver. Eu me agachei e acendi a fogueira, preparando um chá que eu encontrei no meio daquela floresta tão isolada e intocada da Suécia.

A essa altura, você já deve estar se perguntando o que eu estou fazendo no meio de uma floresta de coníferas tão longe de qualquer civilização. Minha família fez a mesma pergunta quando sai da minha casa na Dinamarca. Meus estudos com arqueologia da região me levaram a encontrar um estranho diário de um explorador que estava enfiado nas prateleiras empoeiradas de uma biblioteca pública em Copenhague. Supostamente, ele havia encontrado uma matilha de lobos nessa coordenadas. Mas o que realmente me instigou a ir para cá foi a passagem da última noite que ele passou no país:

"Dia 23 de Novembro de 1900, 67°25'43.4"N 17°18'25.8"E"

"Aquela noite foi a mais mística e fantástica de minha vida! Eu estava com meu rifle caçando cervos para o jantar daquele dia. Os disparos poderiam ser ouvidos a quilômetros de distância, fazendo aves saírem das arvores a cada tiro. Mas foi ao errar mais um que ouvi passos atrás de mim. E assim que me virei, vi uma enorme matilha de lobos brancos e cinzas, eu chutaria que deviam ter 50 animais."

"A reação que vocês deveriam ter seria apontar a arma em direção a eles, mas...eu não podia. Eu só soltei meu rifle no chão e lá ficou para sempre..."

Estranhamente, tinha uma grande parte da folha em branco, e um pequeno pedaço da folha estava rasgado. Só no final da folha ele completou algo um pouco sem nexo:

"...eu não posso mais contar...eles confiam em mim...pode ficar com meu rifle, não quero mais ele...eu não preciso mais dele....se os encontrar, não dispare, ajoelhe..."

Levantei diversos teorias sobre o que tinha acontecido com o tal explorador. Porém, tudo o que podia ter certeza era que aquela matilha de lobos estava por trás disso. Eles provavelmente não o mataram, já que não faz sentido ele escrever alguma coisa dessas ao invés de um pedido de ajuda ou algo assim. Talvez ele tenha ficado louco, mas como alguns lobos fariam isso? Foi por isso que vim a esse lugar, estou convencido que os lobos descritos na carta não eram animais comuns. Algo de sobrenatural está nessa floresta e é por isso que eu estou aqui!

Foi em meio a esses pensamentos que fui pegar um pouco da carne de peixe que havia feito ontem, que estava em um pote a vácuo ao meu lado. Entretanto, notei que o pouco que restava lá era insuficiente para saciar minha fome daquela manhã.

Resolvi pegar meu arco e minha bolsa de flechas, direcionando-me para o rio que havia ali perto, ele era bem raso e tinha uma água cristalina, que permitia enxergar os peixes que passavam por lá.

Encaixei a flecha na corda do meu arco, puxei e fiquei na espera de algo aparecer no rio. Depois de um tempo, avistei um, peixe relativamente grande, e minha experiente mira foi capaz de acertar de primeira o peixe dentro da água.

O problema era que o peixe estava bem no meio do rio, e eu não ia entrar naquela agua congelante. E o rio foi levando o animal abatido ao longo dele. Resolvi ir correndo e acompanhar a flecha, sempre olhando para dentro do rio, a questão é que eu não pude ver o meu caminho e quando menos percebi acabei tropeçando em alguma coisa e rolei brevemente no chão.

Quando me pus de joelho me recompondo, olhei para trás para ver o que eu tinha tropeçado. Eu pude ver um objeto longo, de quase um metro e meio de comprimento, que parecia ser feito de madeira e um metal bem enferrujado. A curiosidade acabou falando mais alto e me inclinei para pegar aquele objeto.