Um mês depois...
— Eu estou bem, é sério Ellen, claro que minha vida estaria bem melhor se a senhora Mary não existisse, não que eu esteja desejando a morte dela... — exprimi, respirando fundo, pegando a taça de vinho e dando um longo gole.
Ellen que estava sentada à minha frente, sorriu marotamente.
— Sei... — disse.
Eu tinha acabado de sair do trabalho e decidi jantar com Ellen, fazíamos isso a cada quinze dias, para colocar a conversa em dia, tudo bem que eu nunca tinha muito o que falar, a minha vida não era repleta de novidades, mas Ellen sempre tinha alguma aventura para relatar para mim, e eu mergulhava nesse assunto com tudo.
Ellen trabalhava na área financeira, numa empresa de construção civil, há mais ou menos um mês, ela estava tendo um caso com um colega de trabalho, ela disse que ele estava apaixonado, mas ela foge do amor, como o diabo foge da cruz, porém, parece que ela estava começando a dar o braço a torcer, até os mais duros, chega uma hora que sente vontade de viver uma história de amor de verdade.
Ellen era diferente de mim na personalidade, nos pensamentos, mas na aparência éramos bem parecidas, ela também era loira, de olhos azuis, mas seus cabelos são longos, indo até a metade das costas, lisos e brilhosos, o corpo era mais evoluído, seus seios eram maiores, e suas curvas mais chamativas.
— Se fosse eu querida irmã, já tinha mandado essa criatura para o inferno! — minha irmã confessou e eu segurei o riso.
— Ah sim, essa criatura é minha sogra!
— Bem que falam, que as melhores sogras são aquelas que estão mortas... — respondeu e foi impossível não rir de seu comentário.
— Olha, existem sogras legais, não que eu tenha tido outra, mas muitas amigas minhas dizem que adoram suas sogras...
—É você nunca teve outra sogra, na verdade, essa é uma pergunta que não quer calar, como você sabe que Martín é o homem de sua vida, se você nunca teve outro? — Ellen perguntou, na verdade essa não era primeira vez que ela me fazia essa pergunta.
Ellen não era nada romântica, para ela era impossível eu ter a certeza de que amo Martín se nunca experimentei outro homem em minha vida. Se não vivi outra coisa para comparar.
— Eu já disse Ellen, que nunca precisei de outro e se estou quase há uma década com Martín é porque nossa relação deu muito certo, não acha? — questionei, franzindo a testa. Ela deu de ombros. — Você não conhece o amor, querida irmã...
— E o que é amor para você? — Ela perguntou e pensei por alguns instantes.
— É algo bem complicado, bem complexo para algumas pessoas, mas para mim o amor é algo tão leve, olha eu sou terapeuta Ellen, e em minha profissão já conheci relações bem tóxicas, bem malucas, que você vê que o amor ali está totalmente distorcido, se tornou algo bem... sombrio, não queira se meter numa dessas, porque você acha que o amor tem que ser sempre aquela loucura, aquela coisa intensa que você deve ler naqueles livros picantes que você tem na sua estante...
Ela riu.
— Eu só acho que você só estava ansiosa para fazer sua vida e aí escolheu o Martín para brincarem de casinha... — Ela disse, agora também dando um gole de vinho.
— Eu quero acreditar que isso é só ciúmes de irmã, e não que você tem algo contra o Martín, porque dificilmente vejo você falando coisas positivas de nossa relação...
—Desculpa se sou tão sincera querida irmã, mas é o que vejo nesse seu casamento, não que eu seja uma invejosa ou que olhe Martín como um ladrão de irmãs, que te tirou de mim, só que sei lá, não sei se você realmente é feliz, ou se você está numa bolha fingindo ser feliz...
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Perigosa Obsessão
RomanceCatherine achava que tinha a vida que sempre desejou: Um casamento feliz, um filho adorável e uma carreira da qual lhe satisfazia, era terapeuta, e embora sua irmã falasse que sua vida era chata, Catherine não acreditava nisso, gostava de rotinas, d...