(24) Mil metros do meu corpo perfeito, sua criatura.

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Querida Mandy,                                                                                                             32 de Outubro de 2006    

Não te contei porque achei que seria um bocado estranho dizer que também sonhei contigo mas este sonho era diferente.

A minha cara estava muito mais velha e tu estavas lá também, muito mais velha. Estava simplesmente a observar-te enquanto dormias ao meu lado, é esquesito eu sei mas são sonhos.

Tu estavas tão pacificamente deitada ao meu lado, enquanto eu te mexia no cabelo e ouvia a tua respiração pausada, é só isto de que me lembro. Não achas um sonho fantástico?

Beijinhos,

M. 

Estás breves palavras vieram-me á cabeça, enquanto a observava ao meu lado. O seu corpo estava virado na minha direção, deixando-me ver a seu cara mesmo assim ainda dificil de ver pelos cabelos que teimavam cair para a sua face. A sua respiração e a minha eram a unica coisa que se ouvia no quarto. Parte do seu corpo estava destapado, deixando-se ver ás suas clavículas e o seu pescoço curvilinío.

Nunca pensei que quando a visse fosse de uma maneira tão íntima e delicada mas mesmo assim a dormir conseguia ver ás suas expressões de irritação, o que me fez sorrir por uns momentos.

És tão linda Amanda, quando estás a dormir...pelo menos estás calada. Pensei, pondo-lhe uma madeixa atrás da orelha.

" Pará quieto, Michael..." Ouvia murmurar, virando-se de costas para mim. Falei tarde demais... 

" Se fosse a ti não virava esse cu para mim. " Sussurei na sua orelha, pousando a mão sobre a sua coxa e fazendo-a saltar da cama para cair redonda no chão.

Rapidamente gatinhei até ao outro lado da cama para a ver deitada no chão, a olhar para o teto que era agora a minha cara. Começei a rir desalmadamente quando vi o seu olhar de sentença sobre mim.

" Ai, Amanda! " Exclamei, tentando controlar o riso. " Cagaste-te toda! "

" Ainda me violas analmente, seu pedofilo. " Sussurrou, elevando-se do chão e sacudindo o seu rabo perfeito que dá mesmo vontade de tal atrocidade. 

" O que é que disses-te Mandysinha!?! " Gritei, saltando da cama com os braços abertos para a apanhar mas ela desvia-se.

" Distância controlada. " Afirmou, dando ênfase com ás mãos. " Mil metros do meu corpo perfeito, sua criatura. "

Ri-me levemente, tentando tirar da cabeça a imagem perfeita dela no estado que ela nem sabia que me estava a fornecer e tudo graças á imaginação masculina aka*  imaginar com a pila.

" Vou fingir que não vi isso. " Afirmou a Amanda, apontando para baixo e entrando na casa de banho.

Olho para baixo e vejo o relevo que se tinha começado a formar nos meus boxers. Uma erecção a extenuante demostração de afecto feita pelo pénis de um homem.

" Ah sério, que demoras-te meia hora a tomar banho. " Disse, revirando os olhos, enquanto ela saia da casa de banho já vestida.

Fiquei a observa-la durante mais algum tempo, vestido apertado a destacar ás suas curvas com umas meias até aos joelhos e ás suas botas pretas. Por momentos aproximou-se do espelho na porta do armário e observou o seu corpo refletido.

" Depressa Michael! " Exclamou aflita, acordando-me para a realidade. " Dá-me alguma coisa para tapar isto! "

Num reflexo rápido, atirei-lhe a minha camisa de flanela verde que se encontrava deitada ao meu lado na cama. Limitei-me a ficar calado, é que já nem quero saber. Coisas de raparigas, vai-se lá saber porque é que as magras se acham gordas e as gordas se acham magras. É a ilusão da coisa.

" Vens Mickey? " Perguntou, pondo uma camera ao pescoço. " Não te importas que te chame Mickey pois não? "

" Não, bebé. " Afirmei, observando o meu reflexo no espelho e depentiando ainda mais o meu cabelo.

" NÃO ME CHAMES ISSO! " Gritou, fazendo-me saltar no meu lugar.

" Têm calma... " Suspirei, fazendo-a mandar-me olhares de sentença e assim prossegui. " ...Bebé. "

A Amanda respirou fundo e voltou a pôr os seus olhos azuis sobre mim. Um sorriso provocador surgiu nos seus lábios assim que abriu a boca para articular:

" Já ouviste falar de um pente? " Perguntou, como se tivesse sido a melhor provocação da sua vida.

Eu sorri-lhe ironicamente e dirigi-me até ao pente que se encontrava em cima da mesa do pequeno corredor, onde nos encontrava-mos. O seu sorriso melodioso ecoou pelo quarto enquanto passava o pente pelo meu cabelo. O que é que eu estou a fazer ao meu belo cabelo?

" Estás tão lindo. " Declarou, ainda rindo-se do meu novo look e passando uma das suas mãos pelo meu cabelo, o que me fez ter um pensamento indecente de uma noite louca.

Ficamos os dois a rir quando me vi ao espelho, nunca tinha visto o meu cabelo tão penteado na minha vida, parecia o caralho de um nerd. Não sei qual era a curiosidade da Amanda mas ela andou comigo pelas ruas de Austrália a tirar fotos por tudo onde era sitio. Talvez visse beleza onde eu não a via, dai achar-se tão feia aos seus olhos. Admirei-me bastante por ninguêm me reconhecer.

" Amanda, vamos voltar. Já começa a escurecer. " Queixei-me mais uma vez, enquanto a observava-a concentrada numa foto.

" Só mais uma. " Afirmou, sorrindo-me mas continuando com os olhos na camera.

Aproximou-se de mim, agarrando a minha mão e começando a puxar-me pela rua. Estava a ser demasiado simpática comigo, o que é que se passa aqui?

" Amanda, estás bem? " Perguntei, elevando só uma sobrancelha e me ponha em á frente da objectiva da sua camera.

" Estou, Michael. " Afirmou ela, abaixando a camera e virando a cara na direção oposta. " Não queres ir embora? Vamos embora? "

Limitei-me a anuir com a cabeça, acho que se tiver a resposta vai haver uma discução ou pior. Continuamos o caminho para o hotel sem dizer nada um ao outro. Ela não disse mais nada, limitou-se a ignorar-me. O que é que será que se passa? Ainda estará chatiada com aquilo de ontem?

Raparigas, vai se lá entende-las.

DEAR AMANDA, • mgc (EM EDIÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora