Corruíra 3.2

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2015

2 DIAS, 5 HORAS, 2 MINUTOS

   Namjoon queria saber, quando Yoongi saiu, para onde estava indo.

Namjoon queria saber, e então Seokjin queria saber, e então os outros filhos da puta da Extraordinários queriam saber e-

Às vezes Yoongi achava que todos sabiam. Todos eles sabiam que ele tinha uma queda por Taehyung; todos sabiam que ele tinha deixado Taehyung fora de algumas enrascadas que certamente mereciam pelo menos um ou dois dias na cadeia. Todos sabiam o segredo embaraçoso que ele carregava — que ele sonhava com Taehyung, com as coisinhas mais estranhas...

Yoongi não era um cara muito imaginativo. Seus sonhos eram comuns, direcionados pelos limites da rotina diária. Kim Namjoon às vezes dizia — sob a influência de muito soju — que ele ainda era apenas uma coisa macia dentro de uma casca dura. Ele não concordava. Pensava o pior da maioria das pessoas e preferia acreditar que o mundo caminhava para o desastre. Era direto na maioria dos dias, cínico para caralho em alguns outros. E não era chegado a fantasias.

É por isso que era honestamente estranho o quanto ele pensava em Taehyung.

Dizia a si mesmo que era compreensível. Sabia que Taehyung era do tipo que ele gostava — engraçado, inteligente, barulhento de uma maneira que o próprio Yoongi nunca poderia ser. Sem mencionar o enigma de sua existência.

Ainda não explicaria a tendência de sua mente de seguir aleatoriamente para Kim Taehyung: O Chocante Documentário.

Há alguns sonhos que continuam voltando — Taehyung com um monte de enfeites de Natal nos braços, debaixo de uma árvore gigante iluminada; Taehyung em um quarto de hospital branco, inclinando-se para conversar com alguém na cama; Taehyung saindo de uma cafeteria cheia de vapor, bochehcas coradas e um croissant gigante em uma mão, acenando enquanto ia em direção ao policial.

Em um deles, ele está rindo e prendendo uma estrela gigante de recorte rosa no peito de Yoongi. No meio, ela tinha escrito PORNÔ em letras grandes. Aí está sua fantasia, hyung, ele diz, sorriso largo, brilhante e tímido. Você é uma estrela pornô.

Em outro, está pressionando as mãos no coração de Yoongi, um pequeno sorriso no rosto quando diz: nós vamos fazer disso um segredo, ok? Eu vou mantê-lo seguro.

É estranho. É embaraçosa, a tendência do cérebro de Yoongi a trazer essa merda a tona. Ele se pergunta se é óbvio, o lance dele com o mais enigmático dos informantes. Isso não o compromete? Os outros pensavam que ele se esquivaria do dever, quebraria as regras para ferrar Kim Taehyung se a oportunidade se apresentasse? Yoongi conhece policiais, sabe que eles apostam em merdas desse tipo, sabe até que a outra função de Hoseok nesse departamento é a de apostador. Pergunta-se se a situação Yoongi x Taehyung já mereceu um cálculo de pontos nas mesas de apostas de Hoseok.

Queria não se sentir assim. Se não pensasse tanto em Taehyung, se não se preocupasse tanto, não ficaria tão nervoso agora que Kim está atrasado.

Yoongi senta-se em seu carro em frente ao café no qual Taehyung o encontra. O pedaço de papel com a tinta invisível que menciona esse lugar e hora e "esteja lá, hyung" está esmagado em seu punho. Os ponteiros do relógio estão passando. Ele espera uma hora e depois outra. Pensa e pensou nessa posição complicada em que está — nutrindo uma afeição por um criminoso, fundindo o que é completa fantasia com lembranças, desejando que Taehyung entre em seu carro vivo, bem e sorrindo para que ele possa dar um descanso a própria mente.

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