Capítulo 6:

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Em casa não podia estar melhor, Leandra era uma amor comigo, seu marido me levou para assistir um show de rock no fim de semana. Minha mãe me ligou dizendo que estava bem e se continuar nesse ritmo logo voltaria, estava com muita saudade dela mas contudo na minha vida não dá espaço para uma forte saudade. Em casa Bruno havia chegado em cada antes de sua mulher, ele sentou ao meu lado no sofá.

- Já se acostumou com nossa casa? - ele indaga.

- Estou sim, está sendo legal.

- Que bom que está gostando. - ele pega o celular. - E seu pai, o que ele faz? - notei que sua pergunta era apenas para puxar assuntos mas não era o melhor assunto.

- Ele abandonou minha mãe e eu quando nasci. - Falei tentando parecer o mais normal possível.

- Eu sinto muito. - ele diz.

- Tudo bem. - Sorri. - Mesmo não tendo uma figura paterna como exemplo... acho que posso ser mais homem que ele, de assumir o que faço.

- Você é bem maduro e vejo um grande futuro para você. - Bruno sorriu. - Mas se o problemas for uma figura paterna... - ele pensou. - se quiser posso tentar ser um. - ele riu. - se que para um velho não tenho um jeito de pai e tal, mas ainda não tive oportunidade.

- Você nunca quis ter um filho? - perguntei.

- Eu sempre quis. - ele muda a expressão para triste. - mas minha mulher diz que não está pronta para ser mãe, existiu uma época que achei que ela estava grávida.

- Mas o que aconteceu?

- Ela perdeu o bebê. - ele estava tentando manter a postura mais tinha lágrimas do seus olhos. - tentamos mais uma vez e não deu, seu útero não consegue manter a gestação.

- Já pensaram em adotar?

- Já sim, mas Leandra não quis.

- Tendi.

Ficamos uma bom tempo em silêncio. E estava tão estranho.

- Tento uma proposta. - Falei.

- Qual?

- Te ofereço o trabalho de ser meu pai temporário e como pagamento posso ser seu filho-drive. - Sorri.

- Uma proposta tentadora. - vi uma sorriso no seu rosto. - aceito.

- O que está acontecendo aqui? - Leandra chega com uma grande sorriso.

- Rafael vai ser o meu como mesmo?

- Filho-drive, só para saber como ele sairia como pai.

- Vocês o quê? - ele ficou estranha. - isso não é uma boa ideia.

- Por que não? - Bruno diz. - ele não teve pai e eu um filho.

- Não quero falar sobre isso. - Leandra saia andando. - vou tomar banho.

Acho que acabei fazendo algo de errado, Bruno foi conversar com ela e eu fiquei na sala. Domingo de manhã sai cedo de casa, já tem um tempo que estou aqui e não sai para caminhar, vesti uma roupa confortável e sai andando pelo quarteirão, vi que havia uma grupo de meninos batendo uma um outro.

- O que vocês acham que estão fazendo? - ele pararam e me olharam assustados, todos deveriam ter 12 ou 14 anos. - Vão embora.

Assim que eles saíram correndo ajudei o menino levanta, ele era moreno, olhos azuis e ruivo.

- Obrigado. - ele disse.

- De nada, o que eles queriam? - falei.

- Pegar no meu pé mais uma vez. - ele diz. - Me chamo Vitor.

- Rafael. - ele dá uma sorriso de lado. - Mora longe?

- Umas duas quadras daqui.

- Vou te acompanhar.

- Não precisa.

- Faço questão. - os meninos poderiam estar por perto.

Naquele mesmo dia a noite bati na porta do quarto de Leandra, ele pediu para entrar e fiz.

- Olha dona Leandra, eu sinto muito pelo transtorno que causei e...

- Tudo bem. - ela me interrompeu. - eu acabei exagerando, nunca... - ela engasga. - pude ter um filho e imaginar essa possibilidade de ter essa sensação é novo. - ela diz.

- Entendo.

- Mas se você me permitir ter essa bênção de saber o que é ser mãe...

- Bem... - eu já tinha uma mãe mas elas estavam sendo tão legais comigo que... - eu aceito ser seu filho também. - A tristeza de uma mãe mexe comigo.

- Posso te chamar de... - ela exita. - filho.

- Pode. - estanho ter outra mulher me chamando de filho.

- Meu filho. - ela me abraça e chora muito. - Meu filho teria sua idade, mais ou menos.

Menos um problema na minha vida, depois disso voltamos a alegria da cada, Bruno e Leandra estam tão felizes que contagiava.

*****
- Eai!!! Pronto para festa desse final de semana? - Kamila diz animada.

- Que festa? - perguntei.

- A escola toda foi convidado para ir a uma festa de Vitor Azevedo. - ela diz,esse nome Vitor não é estranho para mim.

- Oi. - o menino que eu tinha salvado ontem se aproximou. - como você me ajudou com aquele probleminha, queria que você viesse na minha festa. - Ele diz.

- Fechado - sorri.

- Vou te esperar lá. - ele saiu de um jeito bem tímido.

- Hummm. - Kamila diz.

- Para ele deve ter 13 anos.

- Quem? O Vitor? - ele vai na risada. - ele tem 15 vai fazer 16 nesse sábado. - ele me puxa para ir a aula. - as crianças de hoje em dia estão crescendo em idade menos em corpo, você é exceção, 17 anos e barba formada, não são a barba como tem esse corpão. - Ela tocou no meu peito e por reação segurei seu pulso tirando sua mão com um pouco de força a mais que o necessário.

- Não faça isso. - Falei.

- Ai. - Ela diz.

- Me desculpa. - Soltei seu braço. - não foi minha intensão.

- É... vomos entrar, estão todos olhando. - ela disse entrando na frente.

Tenho que parar com isso ou pelo menos controlar esses impulsos. Sobre Sebastian não tivemos muitos encontros pois ele me evitava bastante, Kamila se tornou minha melhor amiga e tive uma nova figura na minha vida.

- Oi gatinho. - Uma menino ruivo com algumas sardinhas se aproximou, seus olhos azuis me secavam. - me chamo Noah Bérgman.

- Rafael Cruz.

Umas imagens novamente surgiram na minha mente de maneira confusa, um grande sorriso branco, pessoas andando de um lado para o outro.

- Posso me sentar? - ele diz.

- A cantina ainda é pública. - respondi.

- Olha, além de gato é marrento. - Ele se senta. - Sua heterocromia parcial me deixa muito afim de te conhecer melhor.

- E suas investidas me fazem querer o contrário. - Falei e Kamila escondeu um sorriso.

- Vomos ver até quando bebe. - ele se aproxima tanto do meu rosto que sinto sua respiração.

Com certeza ele tem presença e me deixou cheio de sentimentos estranhos.

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Olhos da Alma (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora