Capítulo 15:

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       Leandra estava de pé na porta do meu quarto me olhando como se estivesse pensando em como dar uma notícia.

- Estomos te esperando na sala. - despois disso me deixou só no quarto.

     Fiquei um tempo tentando adivinhar até finalmente me mover em direção a sala de estar, quando pude ter uma visão do cômodo ao começava descer a escada fiquei mas feliz e desci correndo.

- MÃE!!!!! - pulei nos seus braços, estava tão feliz em vela que nem dei importância para Bruno e Leandra que estavam no outro sofá. - A senhora está bem? Por que não atendeu minhas ligações? Como foi lá? Já vomos embora? - Confesso que a última pergunta me incomodou ao lembrar de tido que passei aqui nos últimos dias.

- Calma você está muito eufórico. - ele sorri e me faz sentar ao sdu lado. - Sim estou bem, estava muito ocupafa para atender, consegui resolver parte das coisas e precisamos conversar sobre isso. - ele parecia tentar se lembrar. - faltou alguma pergunta? - Com um sorriso no rosto me abraçou. - Senti tanta saudade sua meu filho. - ela estava me apertando tanto que comecei  a sentir falta de ar.

- A senhora está me sufocando. - Falei com dificuldade.

- Bem... - Leandra chamou nossa atenção e minha mãe ficou olhando para ela alguns segundos.

- Rafael, o dia que Deus me presenteou com você foi o dia mais feliz da minha vida. - ele colocou a mão no meu rosto. - Como toda mãe sempre quis te proteger de tudo e de todos.

- Algum problema mãe? - Olhei para ela e todos na sala sem entender muita coisa.

- Sabe filho, eu nasci aqui nessa cidade, cresci me formei e fui embora com você ainda pequeno. - ele segurou minha mão, viajei para muitas cidades mas por alguns imprevisto tive que voltar atrás de uns documentos e depois te deixei aqui para terminar aqueles problemas.
 
      Enquanto ela falava Bruno se mantinha calado com uma expressão indecifrável, Leandra me olhava como se eu tivesse feito algo.

- Meu filho. - ele me entregou uns papéis. - Esses exames médicos foram feitos por mim nesses dias que estive fora. - comecei a olhar algumas linhas. - infelizmente nasci com um ovário mal formado, não posso e nunca pude gerar uma crianças no meu ventre.

- Que?!?!?! - Olhei para ela sem entender nada, como assim nunca pode ter filho? Eu não estava compreendendo ou ouvindo mal.

- Você não foi gerado por mim. - Ela estava chorando. - Mas é meu filho de qualquer forma. - ele tentou me tocar mas afastei.

- Você está mentindo para mim. - Minhas lágrimas desciam pelo meu rosto. - Que pegadinha sem graça é essa? - Olhei para todos.

- A 17 anos atrás eu trabalhei nesta mesma casa. - Minha mãe ou não eu já não sei mais começou a falar entre o choro. - A mãe de Leandra era uma mulher tradicional e rígida. - ele disse. - Você lembra? Não lembra? - ela olhou para Leandra.

- Naquela época que você trabalhou aqui eu era muito nova. - a mulher disse chorando. - éramos amigas e nunca entendi o motivo de você ter ido embora... até agora não havia entendi. - ela segurou a mão de Bruno. - Eu tinha ficado grávida no Bruno ainda nova e minha mãe descobriu... para esconder isso ela tentou várias coisas mas disse que não se importava mais e ia me apoiar.

- Fui naquela época que você ficou um tempão sem falar comigo? - Bruno olhou a mulher.

- Sim, minha mãe disse que o melhor para a criança era sair da cidade grande barulhenta e ir para um lugar mais calma. - Leandra disse.

- Foi ai que sua mãe levou nos duas para a sua casa na fazenda. - Lúcia disse. - cuidei de você e estava muito feliz de ver o quanto você estava animada em ser mãe.

- Mas na noite do parto, longe do Bruno e de qualquer pessoa além de você, ela e a parteira desmaiei após dar à luz... - Leandra se levantou e segurou os ombros da minha mãe em uma velocidade incrível. - Eu vi a criança morta!!! Eu fiz o velório dela, e agora você vem dizer que....

- Na noite anterior sua mãe me chamou para conversar, disse que não queria uma mãe adolescente antes de se casar então me fez a proposta, ou eu fugia com a criança ou ela mesma matava ela ali na fazenda. - Lúcia estava chorando. - Sua mãe era uma mulher cruel e eu sabia que ela não estava brincando.

- Minha mãe era cruel mas não teria sangue frio para isso!!! - Bruno segurou Leandra.

- Ela comprou um enfermeiro para lhe vender um corpo de uma criança morta para se passar pelo seu filho morto!! - Lúcia se levanta. - Acha mesmo que ela não o mataria? - as duas estavam cara a cara. - Quando você estava desmaiada ela me entregou o menino e a chave do carro, mandou eu ir embora da cidade e nunca mais voltar. - Lúcia me olhou.  - eu tinha 19 anos, fugi com aquele bebê na esperança de lhe garantir a vida, sem um lugar para ficar me envolvo com uma cara que mexia com coisas fora da lei.

- Que?!!! - Olhei sério para ela.

- Prometi para mim mesmo que nunca mais voltaria aqui, você já tinha sofrido muito Leandra. - Lúcia disse. - Mas com a morte da sua mãe a alguns meses atrás e com um traficante me procurando não vou mais poder garantir a vida do meu menino. - ele olhava para mim e a cada palavra sua era um tiro em mim. - eu o deixei justo aqui para poder se acostumar a vocês.

- Sabe a dor que isso me causou? - Leandra gritava. - Eu nunca contei ao Bruno sobre este bebê!!! E depois disso nunca mais consegui manter uma gestação pois o trauma de ver aquela criança morta nos meus braços fez meu corpo rejeitar os fetos todas as vezes que fiquei grávida. - ele disse. - Se falar na gravidez  psicológica.

- Você disse que tinha ido passar um tempo na casa de Fazenda para relaxar. - Bruno diz. - depois disso no mesmo ano nos assumimos para nossos pais e no ano seguinte nos casamos.

- Não acredito que minha mãe teve coragem de destruir a minha vida... E que minha melhor amiga roubaria o meu filho....

- Não o roubei... apenas o salvei das garras da sua mãe. - Ela disse. - Se quiser me denunciar vai enfrente, a polícia deve estar vindo mesmo. - ela disse enxugando as lágrimas. - já não aguento mais viver assim.

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Olhos da Alma (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora