Capítulo 16:

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      Bruno e Leandra estavam abraçados e os dois olhavam para mim, minha... digo Lúcia estava sentada e já vi sirenes na porta da casa, não demorou até a polícia entrar e minha mãe confessar tudo o que havia acontecido. Minha cabeça estava doendo com tantas informações de uma vez só, a mulher que sempre fez tudo por mim e me tirou da minha mãe biológica, meus pais cuidaram de mim por um tempo sem nenhum de nós saber de nada e agora minha mãe decide contar tudo do nada? Por que? Eu não consigo entender  nada.

- Rafael. - ela tentou tocar em mim mas me afastei.

- Filho. - Leandra veio na minha direção mais também afastei.

- Odeio todos vocês!!!

     Sai correndo entre os policias e cheguei na rua, com a raiva, tristeza e confusão que estava sentido corro sem um rumo ou sequer saber para onde vou. As lembranças boas pareciam não ter sentido algum.

- Tem como piorar? - ainda correndo passo chorando por algumas pessoas e entro em alguns becos.

    P.O.V SEBASTIAN AZEVEDO

       Eu ainda não estava acreditando que uma hora dessas Rafael estaria com o babaca do Noah, olho no relógio e ainda são 21:30. Deitado na minha cama fico olhando alguns pôsteres de bandas de rock  na parede, um dele AC/DC. Me lembrei de quando entrei no quarto de Rafael e vi suas coisas todas arrumadas, os livros e tudo mais.

     Ainda me lembro do primeiro dia que o vi, quando aquele desastrado esbarrou em mim quando entro naquela loja de roupas masculinas para comprar o presente de aniversário do meu irmão. Aquela pelo suave, olhos cinzas com a sua heterocromia parcial dando lhe um charme único. Seus cabelos bagunçados provavelmente por ficar mudando de roupa na hora de experimentar e aquela boca que parecia me atrair.

     Ele ficou me olhando e isso me fez ter uma maior vontade de beijar em ali mesmo, fazia muito tempo que eu tive essa sensação de felicidade, desde que... bem, eu sei que fui um idiota com ele dentro do Shopping e na escola também mas... eu sabia o que a dor de um coração partido pode causar.

    Aliás eu já amei muito uma pessoa e ela foi tirada de mim. Posso ser covarde sim de não tentar me arriscar novamente mas... não consigo amar outra pessoa, meu coração já foi entrega a alguém um dia e essa pessoa o levou com ela. Mas para minha surpresa encontrei alguém que me fizesse sentir a mesma coisa tempos depois. E seu nome era Rafael, mas meu medo de me assumir para meus pais é o que me impede de ir atrás dele, minha mãe eu não sei mas meu pai nunca aceitaria me ver ao lado de outro homem. Se bem que esse é o terceiro cara que eu beijei até hoje, em 17 anos.

     Tirei minha corrente de luz do pescoço e fiquei olhando ela ainda na cama, esse é minha última lembrança dele a pessoa que levou meu coração.

- Tá tudo bem filho? - Minha mãe entra no meu quarto.

- MÃE!!! Bate na porta, eu podia estar pelado. - Falei me sentando e escondendo a corrente.

- Tá mais eu já o vi pelado várias vezes, lhe dei banho, troquei as fraldas e tudo mais.

- Mas agora é diferente. - Falei. - antes eu era um bebê. - Falei vermelho.

- Tá mais antes eu vi você ainda pequeno e tudo bem mas... também já vi como um homem fica depois de crescer, e aprendi como funciona suas partes. - ela sentou na minha cama rindo. - aliás como acha que fiz você é seu irmão?

- MÃE!!!! - joguei o travesseiro nela. - Eu sei como funciona mas não precisava ouvir de você.  - Falei constrangido. - Mas a senhora não veio falar de uma coisa que eu já sei, se for nem precisa perder seu tempo.

- Não, foi foi sobre isso que vim falar. - ele me olhou. - Vim falar sobre isso. - Ela apontou meu peito.

- Meu colar?

-  Não, sobre o que você está sentindo. - ele disse. - Sabe que pode confiar em, sou sua mãe e te amo do jeito que você é.

- Do que está falando? Eu sou assim. - Falei.

- Antes você era extrovertido, brincava e era super carinhoso, mas ao chegar na adolescência começou a se fechar, não brincava mais e ficou sério.

- Maturidade. - Falei.

- Maturidade não significa ser infeliz para agradar os outros. - ele disse e me calei. - no dia do jantar eu vi a forma como você olhava para aquele menino como era mesmo seu nome...

- Rafael.

- Isso. - ela confirma. - Bem, só te vi assim duas vezes, mas a primeira vez não quis me meter na sua vida e esperei você se abrir comigo, mas aconteceu o contrário, você começou a brigar com os colegas, fazer umas coisas que antes não fazia. - Olhei para o lado.  - esperei você vir falar com sua mãe mas como não veio eu quis vir até você, sei que seu pai vai entender.

- Não tenho nada a dizer. - me virei para o outro lado.

- Tudo bem. - Ela segurou meu ombro. - quando estiver pronto, posso esperar mais um pouco. 

     Assim que ela ia sair seguro seu braço.

- Sou gay!!! - falei de uma vez sem olhar para ela. - não gosto das meninas como vocês querem, fico com elas pois o pai começou a me criticar sobre eu não lhe apresentar nenhuma mas... eu não me sinto confortável com isso.

- Só isso? - ela sentou na cabeceira e colocou minha cabeça no seu colo.

- Tenho medo de magoar vocês por causa disso, tento não dar qualquer vacilo perto de vocês é desconfiaram.

- Sou mãe. - ela sorriu. - Pode até enganar seu pai mas não a mim.

- Eu já não aguentava mais ficar em silêncio e acabei contando para Vitor a um tempo atrás.

- Ou vi meu nome. - Vitor entrou no quarto já que a porta estava entre aberta. - Pela expressão do nano vocês estão tendo aquela conversa então estou indo mas... não falem muito alto e fechem a porta, o papai pode chegar a qualquer momento.

- Fica. - Falei.

     Ele entrou e fechou a porta, ficamos os três na minha cama e está na hora de contar a verdade, ou pelo menos uma parte.

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Olhos da Alma (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora