Naquele-ano

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Era uma sexta-feira quando Nina e Kamila saíram para o Shopping, um lugar muito bonito para se descrever e um tanto lotado também.

As duas estavam procurando roupas e lembranças para levarem com elas quando voltarem para suas casas.

Elas entraram em uma loja nerd e logo se encantaram por algumas coisas que viram. Para seu espanto, uma grande seção de artefatos mágicos. "Aprenda mágica comigo" em um dos kits que se observava, além de uma foto de um mágico asiático com cabelos sobre o rosto. Seu nome estava bem abaixo dele, "Jake Lee".

Elas compraram várias coisas em outras lojas e decidiram voltar para casa da avó. No caminho, passaram pelo ME mais uma vez. Desta vez sem a pressa de saber sobre o Big brother, ou sobre o romance GIRAFA; elas queriam mais.

No térreo, o homem que outrora tinha falado com as duas quando elas estavam sob efeito das memórias de Gizelly e Rafaella.

- Olá, vejo que as mocinhas voltaram. - falou o homem se aproximando das duas - Então, o que acharam?

- Foi uma experiência e tanto, mas precisamos aprender a nos lembrar. - Nina o respondeu

O homem usava um crachá azul enorme, seu nome mudava de cor enquanto girava, às vezes rápido demais para entender, e outras lento demais. "Adam Leifert" estava escrito.

- Desculpa, você tem algum parentesco com Thiago Leifert? - questionou Kamila - O apresentador do BBB.

- Meu avô não era só apresentador do BBB, ele era um ícone do entretenimento. - respondeu Adam - Ele apresentava outros programas como The Voice e Zero 1. Em todos ele foi muito bem.

- Não duvido, pelo pouco que nós vimos sobre o BBB 20, ele aparece bem. - disse Nina olhando ao redor - As memórias dele estão guardadas aqui também?

- Sim, mas em fragmentos nos BBB's que ele apresentou, nos The Voices, e em tantos programas.

Adam olhava para as duas com entusiasmo, elas pareciam bem satisfeitas com as histórias que estavam ouvindo e isso o deixou bem alegre.

- Adam, se puder nos dar licença, gostaríamos de poder ir lá em cima mais uma vez. - Nina seguiu para o elevador puxando Kamila pelo braço - Foi um prazer Adam, nos vemos em breve.

Quando as duas chegaram no 6° andar, os fragmentos estavam passando em suas telas. Cenas selecionadas passavam a todo instante, mas as duas passaram direto para o armário de memórias e pegaram 20 chips; um de cada participante.

Elas desceram e novamente viram Adam conversando com alguém cujo os olhos estavam revirados enquanto ela falava: "Olá, eu sou Felipe Neto e seja bem vindo para mais um vídeo".

Elas passaram por eles e entraram no carro.

Saindo do shopping, elas foram direto para casa e lá encontraram Dona Júlia sentada com os olhos revirados. A mesma respirava ofegante e parecia chorar.

Nina não aguentou e puxou o chip da cabeça da sua avó e viu os olhos da senhora voltando ao normal.

- O que houve, Vó? - Nina questionou segurando o chip enquanto Kamila enxugava suas lágrimas - De quem é essa memória?

- Da minha mãe. Do momento em que me arrancaram dos braços dela e a levaram. - respondeu dona Júlia ainda ofegante - Estávamos naquele ano e minha mãe tinha sido diagnosticada com o vírus.

- E a senhora fica visitando essas memórias sempre? - Kamila questionou ajoelhando-se ao seu lado.

- Depois de um tempo sozinha, essa é a única maneira que nós temos pra ter sentimentos novamente, nem que seja de sofrimento. - Dona Júlia olhou para as duas e sorriu.

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