The Emerald Masked || BakuDeku

Ten || A New Player

Midoriya não pensa duas vezes ao correr direto para dentro do camarim, fechando a porta atrás de si com um barulho alto pela força exagerada. Seu corpo inteiro treme, mas não por conta da magia que continha em sua apresentação, agora tudo não passava de vergonha, o mais puro constrangimento em sintonia com o medo, de ser julgado e descoberto.

Ele ignora as barreiras que tentava erguer e as lágrimas escorrem pela face, caindo vergonhosamente sobre a máscara em suas mãos trêmulas. Suas pernas enfraquecem e os joelhos batem no chão com sua queda, Izuku não se sentia preparado para a revelação forçada e agora se via confuso com o misto de sensações que o rodeavam. Bakugou havia sido gentil com ele antes sem ao menos saber quem ele era, agora, ele havia descoberto sobre sua outra identidade, ele havia desejado cada trecho do seu corpo e deixou isso explícito, claro, antes de saber que o mesmo homem lascivo é apenas um garoto chorão e desajeitado.

Batidas soam na porta e Midoriya se assusta com o toque repentino, erguendo a voz embargada em uma súplica.

- Me deixe em paz! – As palavras não são firmes e o movimento brusco da porta se abrindo imediatamente faz seu corpo se encolher. Midnight entra desesperada e se agacha perto do rapaz, tentada a tocar em seu ombro para medir o que pode ter acontecido.

- O que ele fez com você? Eu vou mata-lo! – A morena questiona preocupada, nunca havia visto Deku em uma posição tão vulnerável antes e seu peito queimava pelo instinto protetor que ela nutria pelo rapaz de cabelos esverdeados. Ele olha para ela com as írises brilhantes pelas lágrimas que ainda corriam vagarosamente em suas bochechas e respira fundo, limpando o nariz com o pulso antes de tentar explicar.

- Ele... Ele viu meu rosto, não é culpa... Não é culpa dele, eu... preciso ir embora – Ele organiza suas frases o máximo que pode e a mulher o analisa por longos segundos antes de suspirar, sorrindo levemente quando seus polegares se aproximam do rosto de Midoriya para limpar suas lágrimas.

- Está bem, vista-se e saia pelos fundos, há uma porta na minha sala. Eu vou lá falar com ele – As palavras doces de Midnight tem um efeito imediato no esverdeado. Ele se levanta atordoado e busca as roupas na mochila sem pensar em mais nada além de sua ida daquele local o mais rápido possível.

A morena sai do camarim e vai direto para o saguão, abrindo as divisórias com brusquidão para então varrer o local com o olhar. Como era de se imaginar, o loiro estava ali sentado no sofá e ela não tarda em ir até ele, parando à sua frente com as mãos na cintura.

- Você assinou um contrato, posso retornar a você parte do valor pela performance incompleta, mas não vou ter medo de meter um processo nessa sua bunda burguesa se você cogitar expor o meu dançarino, está claro? – Ela declara com toda sua elegância, sem sequer se abalar pelo olhar irado de Bakugou na sua direção. Ele mantém os cotovelos apoiados nos joelhos, erguendo a cabeça para encara-la.

O loiro ainda segue atordoado, mas estava esperando que ainda pudesse pelo menos conversar com o rapaz que havia corrido como um foragido poucos momentos atrás.

- Eu quero falar com ele, pode pedir para que ele... – Katsuki expõe o seu desejo, mesmo que ele ainda não tenha certeza sobre o que pretende dizer para o rapaz. Ele é tão novo, sua situação financeira era tão ruim assim para que ele se submeta a isso? Sua frase não pôde nem chegar ao fim, pois a mulher se interpõe, bradando com a voz firme para o loiro.

- Ele não quer falar com ninguém, só quer estar seguro com sua identidade. Você já pode ir embora agora – Midnight se mostra irredutível e fica encarando o homem até que ele se levante para sair. O loiro se vai resmungando uma série de palavrões e a morena suspira, sabendo que Deku provavelmente já deve ter ido para sua casa. Ela toma um tempo olhando ao redor do seu estabelecimento, as mesas vazias e o ambiente mal iluminado completamente silencioso. Seus pensamentos se perdem com a situação do garoto de cabelos verdes e isso provavelmente ficaria em sua mente durante o resto da noite, ela não sabia nem dizer se o mesmo voltaria àqueles palcos e mesmo que isso significasse perdas no rendimento, ela não veria mal algum.