(30) Teenage runaway.

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Querido M,                                  5 de Janeiro de 2006 

 Advinha ao que parece vou passar a minha vida inteira de castigo. Sabes porque? Bem, ontem fiz ás malas com tudo o que achava de importante e fugi de casa. 

Simplesmente, estou farta disto dos meus pais e de mim e do meu coração de merda, que não consigo fazer nada com ele. Não posso sentir qualquer sensação de adrenalina alta senão BOOM! explode.

Os meus pais andaram em pánico á minha procura para me encontrarem sem sentidos atrás de uma árvore no parque ao que parece o Mike viu-me a sair de casa e achou estranho, ele é o meu melhor amigo e sabe tudo sobre mim, ás vezes até tenho medo que me conheça melhor do que me conheço a mim própia. Ele estava abraçado ao meu corpo como que se tivesse morrido.

Tu ias gostar de o conhecer aposto que se iam dar bem. Ele é uma pessoa fantástica e muito importante na minha vida.

Escreve-me em breve.

Beijinhos,

Mandy. 

Observei a cara do Michael uma ultima vez, enquanto acabava de escrever a cópia da minha antiga carta, assinando o meu nome no fim. Mickey, quem me dera que podesses entender-me mas não entendes, quase de certeza. Olha para ti!

A sua respiração enchia o quarto, enquanto a minha teimava em acelarar da adrenalina que estava a sentir, estupido coração. Passei a mão pela sua testa tirando os cabelos que caiam sobre a mesma, inclinei-me sobre o seu corpo e beijei-lhe a testa. Fazendo os meus lábios têr contacto com a sua pele enquanto um sorriso aparecia nos seus lábios e ele ageitava-se no meio dos lençois. Pousei a carta na cabeçeira, olhando uma ultima vez para ele.

Alevantei-me da cama, ouvindo ás molas a ranger fazendo-me parar no meu lugar e morder o meu lábio. Não faças barulho Amanda, não queres acordar ninguém, pensei. Rapidamente andei na ponta dos meus pés com a mala as costas, passando pela cama do Ashton que estava a partilhar o quarto de hotel com o Michael e eu.

Abrandei o ritmo a medida que passava pelos pés da cama mas rapidamente vejo o seu corpo a elevar-se no escuro e apresso-me a sair pela porta. Fiquei uns segundos parada á frente dela, a ver se ouvia os seus passos do outro lado mas nem um som se ouviu sem ser o seu ressonar. Dei um facepalm a mim própia e continuei a andar pelo corredor normalmente.

Acho que depois de algumas semanas, ele se irá esquecer de mim. Eu fazia-lhe mal, atrasava a sua carreira e fiz com que desse um murro num dos seus melhores amigos. Não quero controlar a vida de ninguém nas minhas mãos, especialmente do Michael.

- Amanda a onde é que pensas que vais? "-ouvi uma voz dizer.

Abrandei o meu passo, virando-me para a fonte na ponta dos meus calcanhares e tudo só para ver um Calum á minha frente com os braços cruzados sobre o peito a olhar para mim.

- Diz ao Michael que peço desculpa, a culpa não é dele. - dei-lhe um sorriso fraco.

- Espera! Amand...- exclamou, esticando o braço para apanhar a minha mão.

Antes que ele podesse acabar o discurso que estava prestes a fazer corro com toda a velocidade, afastando-me dele. Sinto o meu cabelo a bater-me na cara, fazendo as minhas lagrimas que começavam a deslizar pelos meus olhos voar e bater-me novamente na cara.

Ouvi passos a correr atrás de mim mas rapidamente vi um vislumbre da porta e acelarei o passo, finalmente saindo por ela mas rapidamente parei quando uma massa de progesterona se encontrava á minha frente a gritar.

Observei ás miudas á minha frente, vendo no reflexo dos óculos de sol da loira a porta a abrir. Saltei as barreiras e começei a correr por entre as miúdas. Ouvi os seus gritos a diminuir ainda conseguindo ouvir passos dele atrás de mim.

Por momentos parei no meio da multidão, olhando para trás e vendo o Calum a uma distância de cinco miudas. Ás miudas olhavam para mim com olhares de sentença enquanto ele se aproximava mais de mim, sem dando nenhuma importância á sua presença.

- Amanda já chega. - ouvi ele dizer, sem ar por causa da corrida.-  Estás be...(?)

A pergunta do Calum foi rapidamente interrompida pelo contacto do meu corpo com o dele. Ele limitou-se a por os braços á volta da minha cintura, abraçando-me tão apertadamente como estava a fazer a ele. Deixei os meus olhos molharem a sua t-shirt enquanto sentia a sua cabeça a encaixar na curva do meu pescoço sentindo não só a sua respiração como o seu batimento cardiaco, fazendo o meu coração abrandar da adrenalina que estava a sentir.

Mas depois a imagem do Michael a sorrir para mim veio-me á cabeça e ai as lagrimas começaram a escorrer mais depressa, sentindo os seus lábios contra a minha testa.

- Sssshhh, está tudo bem. - sussurou, voltando a pousar a cabeça no meu ombro e afastando-me lentamente para me poder olhar nos olhos. -  Por favor não faças isto ao Michael, eu sei que ele é muito importante para ti como é para mim. Ele é o meu melhor amigo e não aguento vê-lo sem ti, percebes? Além de ficar um chato e rabugento sem ti. Ele precisa de ti, tanto quanto precisas dele, acredita.

As fans á nossa volta soltaram um 'aw' unissono, fazendo-o  soltar uma gargalhada que me fez sorrir. Eu anui com a cabeça e abraçei o Calum mais uma vez, sentindo o seu sorriso contra o meu pescoço. Sinto ele a descer no abraço e a pegar-me com se fosse uma noiva ao qual me senti como tal.

 -  CAL-PAL AO SALVAMENTO! - gritou, fazendo-me rir.

- Vá Cal, agora mete-me no chão. - sussurei, batendo com a mão contra o seu peito mas ele limitou-se a ignorar as minhas palavras.

- CAL-PAL AO SALVAMENTO! - voltou a gritar enquanto eu abanava as pernas para ele me soltar.

O Calum esboçou um sorriso e começou a correr por entre ás fans comigo ao colo, fazendo-me arranha-lo por cada vez que ele quase me deixava cair. Pousou-me no passeio e aproximou-se das fans que tinham saido da barreira, dizendo-lhes qualquer coisa que as fez parar de andar atrás de nós.

Voltou com as mãos nos bolsos do seu casaco, ficando a olhar para os seus pés enquanto eu observava o seu comportamento estranho para mim na sua pessoa.

- Obrigado, Cal. - soltei, fazendo-o elevar a cabeça.

- Ah, tudo por ti. - disse, piscando-me o olho.

- Vê lá se não queres que te arranque esse olho. - ameacei, fazendo-o rir.

Odeio que me pisquem os olhos, dá-me uma raiva. Epá! Se têns algum problema vaiam á porra do oftalmologista, não sou a porra de um.

- MIAU! - exclamou o Calum, fazendo uma patada de gato imaginária. - Ai, toda assanhada.

- Vou ignorar que acabem de ver isso. - disse, aproximando-me dele e entrelaçando o meu braço no seu. - Vamos dar uma volta.

Antes que ele me podesse responder, começei a puxa-lo pela rua acima. Todos os rapazes são importantes para mim, o Calum, o Lukey, o Ashton tratam-me como se fosse uma irmã e o Michael claro que me vê muito mais para além disso mas pergunto-me como é que eles podem amar uma rapariga como eu.

DEAR AMANDA, • mgc (EM EDIÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora