Capítulo 35 (Revisado)

1.6K 91 19
                                    

*Grego:

Meses depois...

Ainda com certa dificuldade eu me sento na cama. A quase 10 meses sofri o atentado, e mesmo depois de tanto tempo continuo tentando me recuperar. Tive várias costelas quebradas, fígado destroçado, estômago completamente machucado, e algumas fraturas de ossos.

Por conta do meu grave estado de saúde um mini hospital foi montado aqui mesmo no meu quarto e acredite se quiser, eu fui operado nesse mesmo lugar.

Tito não deixou que me levassem ao hospital já que eu seria preso, e por conta disso nos últimos meses venho me tratando em casa mesmo.

Meu irmão, mesmo ainda demonstrando estar chateado com tudo que eu disse para ele, nunca me negou ajuda. Pelo contrário, ele se mudou de volta para o Rio para poder cuidar do morro e não deixar que nada de ruim acontecesse ao povo durante minha ausência.

—Diana? –Chamo me levantando meio cambaleante ainda.

—Oi meu filho. –Diz quase sem fôlego. Tem sido assim desde que tudo aconteceu. Ela tem se desdobrado para cuidar de mim e do meu filho. Que já está com quase com 5 anos, e a cada dia que passa fica mais lindo.

—Eu preciso que você me ajude a preparar meu banho. –Seguro na parede até o banheiro. A mulher vem atrás de mim e rapidamente organiza tudo, enche a banheira e joga alguns sais de banho dentro.

—Tudo pronto Grego, agora vou dar almoço pro Gabriel, em seguida trago o seu.

—Não, não precisa trazer no quarto. –Digo tirando minhas roupas. —Eu vou comer com o Gabe lá embaixo. –Ela me ajuda a entrar na banheira.

—Como você quiser meu filho. –Ela sai da mesma maneira que chegou, rapidamente enquanto eu afundo um pouco mais na espuma. Respiro fundo relaxando, fecho os olhos e repenso toda a merda que fiz nos últimos meses.

Nunca eu estive tão afastado da Lexa, e isso me dói. Eu pedi para Tito não falar nada pra ela, sobre o que o Fernando fez comigo. Só que eu nunca precisei tanto dela quanto eu preciso agora, eu preciso da minha mulher comigo, eu preciso pedir perdão por tudo que fiz, porém não somos mais como antes.

Por minha culpa grande parte da nossa conexão, da nossa química, na real mesmo boa parte do nosso amor morreu. E tudo isso é culpa minha. Eu deixei espaço para uma Qualquer quando na verdade a única que eu queria, que eu sempre quis, foi a minha mulher.

Eu necessito tocar a Alexia, preciso senti-la, preciso tê-la comigo... Mas, não sei como dizer isso.

Nunca antes alguém se permitiu enxergar além do meu dinheiro , fama ou até mesmo além da beleza. Mais ela viu antes de qualquer coisa minha essência. Viu meus pontos fortes e fracos, qualidades e defeitos, e mesmo assim, diante de todas as circunstâncias ela escolheu ficar.

Eu tive a melhor parte da mulher da minha vida Porém eu a perdi.

E isso dói mais que qualquer ferida que foi causada no atentado.

Me levanto da banheira depois de minutos. Me seco, vou até o closet, pego um shorts e visto. Término de me arrumar, saio do quarto com dificuldade. Desço as escadas lentamente e aspiro o aroma delicioso da comida da minha mãe de coração.

Ao entrar na cozinha sorrio ao ver pela porta de vidro meu filho brincando com Zeus nosso cachorro.

Caminho até o jardim e chamo meu filho.

—Gabe!

—Papai! –Vem correndo até mim, mas para no meio do caminho. —Você saiu da cama! —Diz animado.

—Sai. Não vai me dar um abraço? –Me abaixo e ele com cuidado passa seus braços gordinhos ao meu redor. Sorrio sentindo o cheirinho de shampoo em seu cabelo encaracolado. —Está na hora de comer, vamo?

—Bora!!

***

O resto da tarde passei assistindo desenho com meu filho. Quase a noite Tito apareceu para me dizer sobre os últimos acontecimentos do morro, e nunca antes vivemos uma época de paz como essa.

São meses sem invasão, mortes internas e até mesmo tiroteio. O alemão nunca esteve tão bem.

Gabe pegou no sono e eu também estou mais que sonolento, porém meu celular toca e quando eu pego e vejo a foto da minha ruiva quase perco o chão.

—Oi amor!Digo animado e ela franze as sobrancelhas. Sorrio, não sei nem quanto tempo fazia que eu não via o rosto dela.

Viu passarinho verde? –Reviro os olhos.

—Estou apenas feliz por ver você.

Também estou feliz por ver você...–Sorri lindamente. —Cadê nosso filho?

Ele pegou no sono... –Viro a câmera para o Gabe que dorme tranquilamente.

Ele cresceu tanto... –Sussurra.

—Estamos morrendo de saudade de você.  Quando vamos nos ver? –Ela me olha travessa.

Então, o Edu vai fazer um show no Maracanã essa semana, acho que você ouviu falar, a TV da isso e também vai ser transmitido pela Globo...

Eu vi sim, a internet só fala nisso.

Então, eu vou pegar uma carona no jatinho particular dele e vou passar minhas férias com vocês! São apenas algumas semanas mas da pra matar minha saudade.

Que ótimo! Eu estou morrendo de saudade de você amor! –Digo sem jeito. —Quando você vem?

Chego hoje de madrugada! E por sinal daqui a pouco viajamos... Teria como você avisar o Tito que a Debi também está indo? Ela não consegue falar com ele...

Claro amor... Então é melhor eu desligar e mandar preparar tudo para quando você chegar, eu tô tão feliz que você vem pra casa ruiva...

Eu senti saudade de você amor. –Sorrio de orelha a orelha.

—Eu amo você, boa viagem...

Também te amo, da um beijo no Gabe e fala pra Diana preparar aquela sobremesa que eu amo! Até logo amor!

Ela desliga e eu continuo olhando para o celular igual um bobão.

—Diana! Oh Diana!—Chamo ao chegar na cozinha.

—Oi menino! Aconteceu alguma coisa?! Você tá passando mal?! Vou ligar pro médico!...

—Ei! Ei!—Seguro ela pelos ombros. —Prepara tudo minha mulher tá voltando!

Ela me olha de boca aberta em seguida abre um sorriso de orelha a orelha.

—Ahhh que maravilha! Vou organizar tudo agora mesmo!

—Prepara aquela sobremesa que a lexa adora, que eu vou organizar meu quarto. –Dou um beijo estalado na mulher que me olha espantada. —Finalmente Diana... finalmente...

***

O Príncipe Do TráficoOnde histórias criam vida. Descubra agora