Bobo mas não burro!

143 22 14
                                    

Então, essa MekBoss tá bem cheirosinha e fofa.
Recomendo demais que escutem "Ouvi Dizer" do Melim pra deixar o capítulo mais soft ainda.
Boa leitura!

-----------------------------------------------------------








"Com você tudo fica tão leve que até te levo na garupa da Bicicleta"


Capitulo único


Eu não sei como ou quando começou, mas eu sei que cuidar desse baixinho nunca foi fácil. Era sempre atrás de garotas que faziam ele de tapete vermelho, fazendo-o de sonso até onde podiam, pra depois descartar como um mero guardanapo de papel das cafeterias que frequentavam.

Ele é tão bonito, fofo, engraçado e me chamava de "marido" quando precisava e quando não precisava. Eu o acompanhava sempre e, mesmo que me machucasse ás vezes, era muito bom ver seu sorriso, sua felicidade.

Em qualquer dia comum, ele me chamava de "marido" mais uma vez e me pedia, solenimente, pra que eu o ensinasse a andar de bicicleta. No começo, eu ri, mas ele queria tanto fazer isso para agradar mais uma namorada e eu, trouxa, não pude negar esse pedido.

Era uma manhã de sol, mas ainda estava fresco e tinha um clima muito agradável por ser um parque. Alugamos uma bicicleta e, com toda a paciência do mundo, eu o ensinei. Não sei quantas vezes ele caiu e pensou em desistir, mas eu não deixei. Sendo assim, minha missão foi cumprida quando ele já pedalava sozinho e me carregava na garupa.

Na parte da tarde, a garota com quem sairia chegou e, assim, eu lhe encorajei e fiz com que o sentimento de que tudo daria certo ficasse em seu peito. Eu ficava de longe, observando, pra ver como ele se sairia. Pode parecer meio egoísta, mas eu queria que pelo menos alguma coisa desse errado, porque seria meu momento de entrar em ação e consolar mais uma vez seu coração partido.

Não me senti nem um pouco mal por ver eles caindo daquela bicicleta, a garota o culpou por ser idiota e saiu as pressas, deixando Boss para trás com uma cara triste. Fui até ele e o ajudei a levantar, colocando a bicicleta de lado e sentando no banco com ele todo ralado, agora sim eu poderia cuidar mais uma vez dele.

Fomos até uma farmácia próxima ao entardecer e comprei: álcool iodado, algodão e band-aid. Nos sentamos em uma praça que havia ali perto, cuidei de seus machucados, vendo seu semblante neutro e triste.

"Eu acho que não sou bom o suficiente pra ninguém, Ai'Mek."

Ele disse de um jeito tão melancólico que por impulsividade eu o abracei e deixei com que sua cabeça encostasse em meu peito.

"Por que acha isso, Ai'Boss?"

Iniciei um carinho leve em seu ombro e braço para conforta-lo do que aconteceu mais cedo.

"Eu saio com tantas garotas e cuido o quanto posso para deixá-las confortáveis, mas eu acabo machucando e elas acabam partindo para outro. Eu me cansei dessa situação, agora eu só penso em desistir e deixar com que tudo vá a merda"

Ele disse ao ponto de chorar e com toda frustração que tinha guardado de todos os seus sofrimentos. Me afastei um pouco e segurei um lado de seu rosto com uma de minhas mãos passando meu polegar pela bochecha branquinha.

"Mas mesmo que se machuque, eu sempre estarei aqui quando você cair. Eu posso cuidar de você, cuidar de suas feridas e lhe dar todo conforto em meus braços. Mas para isso, eu preciso que você escute bem o que vou lhe dizer..."

Estava muito nervoso e com medo da reação que veria, mas a coragem estava maior e eu não iria voltar atrás"

"Boss, eu gosto de você e isso faz muito tempo. Toda vez que me chamava de "marido" e estava comigo, era um gatilho diferente para me fazer mais apaixonado por você. Espero que não tenha um surto no que farei de agora em diante, porque você será meu e eu serei seu guarda-costas, farei de tudo pra não deixa-lo se machucar. Por isso, me dê uma chance."

O silêncio estava incômodo, minha respiração descompassada entregava meu nervosismo. Por segundos, todo aquele peso saiu dos meus ombros.

Contudo, por que essa atitude parecia tão egoísta?

"Oh! Ai'Mek!" Disse enquanto substituía a feição confusa pela divertida. " Eu sei que estou de coração partido, mas não precisa brincar desse jeito." Ele deu um tapa leve no meu ombro.

"Do que você está falando?" O confuso era eu, agora.

"Ué!" Falou como se fosse óbvio. "Você mesmo já brigou comigo mil vezes por continuar a te chamar de "marido". Você só pode estar tentando me animar, certo?" Olhou nos meus olhos, esperando alguma resposta concreta. " De qualquer maneira, fique tranquilo. Você nunca vai me abandonar, não o fez até agora. Obrigada, irmão."

Ele bateu três vezes no meu ombro, indo em direção a entrada do parque.

Eu não podia deixar as coisas assim, por mais que minha consciência gritasse para que eu apenas o deixasse ir, meu coração implorava por cautela.

Levantei de meu lugar e corri, deixando tudo o que comprei para trás.

Alcancei-o na entrada, propriamente dita, do parque, segurei meu braço e o fiz virar para mim.

"Ai'Mek, o que foi? Eu esqueci algo?"

"Esqueceu, sim. Esqueceu de pegar um pouco de esperteza quando nasceu." Disse irritado. "Poxa! Eu acabei de me declarar da maneira mais fofa possível, te prometi apenas aquilo que tenho feito durante todos esses anos e você trata os meus sentimentos como uma piada?! O que eu sou pra você?" Soltei sua pele clara, vendo marcas vermelhas onde eu segurava.

"Eu ainda não entendi. Nós sempre brincamos assim, não precisa ficar nervoso."

"Esse é o ponto, seu burro. Não é uma brincadeira." Me aproximei devagar. "Em quantas línguas diferentes eu vou ter que falar pra você entender que eu te amo?"

Mal existia distância entre nós. Eu dei um tempo para ele correr, me bater, ou algo do tipo, mas ele não o fez. Olhei para seus olhos e em seguida a sua boca. Ele sabia das minhas intenções, uma prova era a que o mesmo umideceu os lábios.

Como a deixa perfeita, colei seus lábios no meu. Apenas um selinho singelo, eu queria demonstrar todo meu amor apenas naquele ato simples.

Por incrível que pareça, quem deu o primeiro passo foi ele, abrindo um pouco os próprios lábios e estimulando-me a fazer o mesmo. Conhecemos nossas línguas naquele momento, movendo-as precisamente, explorando cada parte da boca e aprofundando aquele carinho.

Quando ele colocou as mãos no meu rosto e fez nossos movimentos cessarem, eu entendi que, caralho, ele tinha retribuído o beijo.

"Eu posso ser muito trouxa, Mek. Posso ser a pessoa mais lerda que você já conheceu." Ele sorriu, encostando sua testa na minha. " Mas, enquanto eu tiver você, eu nunca me sentirei sozinho."

Eu o abracei, pela primeira vez eu me sentia completo.

"Mek, eu estou te dando essa chance."

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jun 02, 2020 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Garupa da bicicletaOnde histórias criam vida. Descubra agora