Lembro-me de quando meu pai se casou com a Senhora Tremaine, nove anos após à morte de minha mãe biológica, ela morreu com câncer quando eu ainda tinha um ano, mesmo motivo da morte do pai. Quando meu pai descobriu de sua doença, a única que ele conseguiu pensar, foi em mim, ele logo tratou de achar alguma mulher de confiança para cuidar de mim, e ele achou, a Senhora Tremaine.
Depois de quatro meses de casados, no dia do meu aniversário de dez anos, ele morreu, depois disso meu aniversário nunca mais foi o mesmo, nunca mais foi feliz... E de bônus, o Srª.Tremaine mostrou sua verdadeira face, uma mulher que só se importava com o dinheiro do meu pai falecido e com suas preciosas filhas, Anástacia e Drizeela, a senhora não se importava comigo, ela logo fez eu sair de meu grande e enfeitado quarto, para dar a Drizeela, e fez-me mudar para o porão, que claramente estava todo sujo, com presenças de muitos animais nojentos. A empregada ficou desempregada, por que, quem passou a fazer todos os deveres da casa, fui eu! A única felicidade que eu passei a ter, foi cuidar dos meus hamsters, Tatá e Jaq.
“ELLA, DERRUBEI MEU SUCO DE UVA, SEM QUERER, NO TAPETE DA SALA. VEM CÁ LIMPAR!” Anástacia gritou, atrapalhando meus pensamentos, enquanto olhava antigas fotos de minha mãe grávida de mim, linda. “VENHA LOGO, OU IREI FALAR PARA MINHA MÃE DEIXAR VOCÊ SEM ENERGIA, AI NO SEU PORÃOZINHO DE MERDA” ela gritou novamente, entre risos.
Apressei-me no passo, colocando meu álbum de fotos embaixo do móvel que era minha cama, o sofá. Cheguei à sala de estar, e vi o copo quebrado no chão, com o suco de uva todo espalhado pelo tapete branco, que a SrªTremaine tanto idolatrava, arregalei meus olhos a ver a cena e pensei ‘Meu deus, não irei conseguir limpar isso, estou frita’
“ Anástacia, você fez isso de propósito, porque?” perguntei, tentando ser ao máximo serena, sabia que se fosse grossa e Tremaine descobrisse, estaria ferrada.
“Não acredito que você tem coragem de perguntar isso!” ela fingiu estar ofendida, abanando as mãos “Claro que foi de propósito sua besta” ela ria enquanto pegava na jarra de suco que estava na mesinha da sala “Só por que você acha que eu derrubei meu copo por vontade própria” então, a garota de cabelos loiros perfeitos com olhos azuis, começou a espalhar todo o suco pelo tapete e nos dois, dos quatro, sofás brancos que haviam naquela sala.
Quando faltava apenas um gole, para aquela jarra ficar sem nenhum líquido, se ouve barulho da porta abrindo “Filhas, cheguei do bronzeamento” Anástacia virou-se para mim e rapidamente deu-me o recipiente, que ela estava usando para estragar os sofás e o tapete, me deixando com cara de tonta.
“Mãe...” a garota começou a chorar “... essa estúpida pegou meu copo de suco e jogou no chão...” aquela velha, com a pele artificialmente morena, olhava para seu tapete favorito com tristeza no olhar e quando seus olhos encontram nos meus olhos cor de mel, seu olhar mudou completamente, tornando-se com raiva “...Oh Deus, ela ainda ameaçou jogar a jarra em minha cabeça!” esta garota podia ser uma atriz de alguma série que conta sobre mentirosas, como ela é boa atriz.
“ELLA, VOCÊ IRÁ LIMPAR TUDO ISSO, E FICARÁ SEM SEU JANTAR HOJE. NÃO DEIXAREI VOCÊ COMER NEM UMA MIGALHA DE PÃO! OUVISTE-ME?” eu apenas assenti com a minha cabeça, e dei passos rápidos para meu quarto, para pegar utensílios para reparar aquela bagunça toda. “VAMOS RÁPIDO! ESSA NOITE, DEPOIS QUE NOS APRESENTARES O JANTAR, IRÁ SAIR DE CASA E IRÁ DORMIR FORA, SÓ PODERÁ VOLTAR, AMANHÃ, QUANDO ESTIVER NO HORÁRIO DE SEU COLÉGIO DE MERDA”
“não” eu sussurrei, mas não baixo o suficiente para a Srª Tremaine não ouvir.
“Não?” ela finalmente abaixou o tom de voz, saindo de seu estado revoltado e indo para o sarcasmo “Você ainda só tem dezessete anos, e quando fizer dezoito será expulsa desta casa e poderá se drogar o quanto quiseres e se matar se for possível” ela dizia com sangue nos olhos.
“Está bem, me desculpa, irei te obedecer” respondi levemente com medo de suas palavras maldosas
“ Devia morrer de câncer igual seus pais e apodrecer no inferno” ouvi a resmungar e chegar perto de mim, dando um tapa em minha face, fazendo-me cair bruscamente no chão “Comece a limpar” eu abaixei a cabeça, e comecei a limpar a bagunça que minha meia-irmã havia feito.
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SrªTremaine ficou desapontada e furiosa, por saber que seus sofás e seu tapete não poderiam ser salvos, ela disse-me que iria comprar um mais belo e mais caro, ela é uma mulher imprestável !
Coloquei a janta, que me dava água na boca, na mesa e servi para as três mulheres que estavam a rir de comentários brutos que Drizeela estava a fazer sobre mim.
“Pato feio, trate de colocar algum sapato de bosta, e sair de minha casa” Drizeela me avisou, e eu assenti com a cabeça, Drizeela era um ano mais velha que Anástacia, vinte anos, ela me assustava, aqueles cabelos loiros quase platinados, sempre estavam impecáveis, e aquele olhar azul penetrante, que sempre se encontrava contornado a um lápis preto, ela me assustava.
Fui para o porão, ou melhor, meu quarto. Peguei uma camiseta branca longa, que estava furada em alguns cantos e uma leggin preta que tinha ganhado de meu melhor amigo Liam ano passado, havia perdido muita massa muscular desde então, ela estava folgada demais, troquei meus chinelos por um tênis preto e velho, me olhei no espelho e vi uma morena com olhos cor de mel, acabada, pobre menina.
Sai de casa pela a porta dos fundos, e senti minha cabeça rodar, estava morrendo de fome. Fui em direção no centro comercial, me encontrava com 10£ no bolso, pelo menos da para comprar um misto e quem sabe algum café. ‘OCTÁVIO’S BAR’, foi para lá que eu fui, um lugar bonito e bem cuidado, que tinha os bêbados de sempre reclamando de suas vidas e mulheres, Octávio era um grande amigo do meu pai e ele sabia que a minha madrasta se aproveitava de minha e de minha inocência, porém, ele não sabia que ela era tão má, medo de contar isso para qualquer um, menos para Liam. Medo de me julgarem, por algum motivo, que eu ainda não descobri.
Logo vi um cara já um pouco velho, com uma barriga crescida, careca, com a barba mal feita e com uns olhos azuis que me invejavam. Estava vindo até mim “Mais uma vez, não querendo jantar com sua mãe?!” Octávio me pergunta.
“Sim” menti, enquanto sorria fracamente.
“Queria te pedir um favor, meu sobrinho que mora em Holmes Chapel, está a me visitar, ele deve estar na cozinha...” o amigo do meu pai olhou para trás, em direção ao lugar, onde se encontrará a cozinha “... ele nunca tinha vindo a Londres antes, tu podias mostrar a cidade amanhã, depois do colégio.” Eu assenti com cabeça, e Octávio foi para trás do balcão trazendo um suco de morango e um misto “por conta da casa, vou chama-lo” ele disse sorrindo e foi buscar seu sobrinho.
Ataquei meu jantar e ri relembrando-me de quando seu afilhado veio lhe visitar, era um pirralho de sete anos de idade, que ficava querendo me beijar. Prevejo outra criança dando em cima de mim.
Acabei meu lanche, e vi Octávio e um jovem homem, com olhos verdes esmeralda e com o cabelo um pouco longo e jogado para trás.
“Ella, hey, meu sobrinho, vou voltar para cozinha...” ele disse sorrindo, e saiu sorrindo.
“Oi” o homem sorriu, mostrando seu grande e bonito sorriso. ‘Ella, só acho, que você estava errado sobre o sobrinho ser um pirralho’ meu subconsciente me atingiu.
“Olá...” sorri de volta e estendi a mão para lhe cumprimentar “... prazer, Ella”.
“Sou Harry...”
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Hey gente, sou a Isa, obviamenre. Essa ideia surgiu depois que eu ouvi uma canção da Cinderella, se você tem uma criança interior que gosta de contos de idade, vai perceber que alguns personagens citados ai, tem os mesmos nomes que os personagens de Cinderella :)
Só isso, se quiserem me encontrar no twiiter @salutehs ou @OXIGENADOHORAN xx