- Sabe, seu currículo é bom - Eu balancei a cabeça concordando e olhei os papéis a minha frente - Sabe falar quatro línguas , tem ensino superior e se enquadra ao que procuramos.
Ele se levantou e abriu uma gaveta cheia de papéis.- Fico feliz em ouvir isso - Abri um sorriso nervosa espremida na cadeira, não me lembrava de que entrevistas de emprego eram tão difíceis - Sabe eu preciso mesmo de um emprego.
Ele me olha de soslaio , e balança a cabeça concordando.
- Você está a muito tempo desempregada, não é?
- Sim , eu tive dificuldade de encontrar emprego depois da faculdade.
As palavras saíram tão fáceis que mal senti passarem por minha boca.- Se me permitir perguntar , senhorita - Ele diz e eu vou um pouco mais pra frente , enquanto ele se vira pra mim - Como se sustenta , sem emprego?
- Bom - Eu disse o encarando - Eu faço uns bicos e vendo doces a encomenda.
Eu quase ri depois de falar isso, e ele me encarou com desconfiança.- Nós ligaremos quando decidirmos obrigada.
Ele estende a mão me comprimetando e me dá as costas antes mesmo de eu atravessar a porta.
Coloco minha jaqueta saindo do prédio , eu estou com fome e ainda nem é a hora do almoço , ando pelas ruas dispersa, me sinto um todo, junto com as pessoas saindo ou entrando no trabalho nesse instante.
Paro em um restaurante decidindo comer algo , faço o pedido e quando chega , parece que perdi meu dia.Eu penso no que vou fazer até a hora de dormir , podia voltar pra casa e fazer uma faxina ou passar o dia deitada. Talvez eu devesse fazer uma visita ao próximo risco da minha lista.
A ideia passa várias vezes na minha cabeça , a essa hora ele deve estar em casa , vulnerável .
Sempre me escondo , espero ele ficar sozinho e mato, depois faço parecer suicídio ou overdose , no caso do cara ser um drogado.
Eu encaro a televisão enquanto raspo o resto de comida do prato de cerâmica , mais um notíciario que deleta os políticos corruptos de algum lugar no planeta. Sinto um ódio toda vez que vejo esse tipo de gente , acredito que é por isso que me desce tão fácil as mortes pelas minhas mãos.
Eu me levanto e pago a conta do restaurante , saio de lá em direção a mansão dele . A pergunta que passa pela minha cabeça é " como irei mata-lo" , a esquina menos movimentada é a que eu sigo.
Por alguma razão o pensamento some da minha cabeça , sinto uma dor nos ossos e principalmente na cabeça . Fecho os olhos com força , quando abro encontro um par de olhos azuis. Ele diz algo pra mim , mas não ouço , não consigo parar de encara- lo , enquanto meus pensamentos se esvaem e sobem como nuvens na minha cabeça , não consigo segurar as mesmas.
Ele me estende a mão , eu a seguro me levantando . Minha pressão cai e me sinto tonta , levantei muito rápido.
- Sinto muito.
Ele diz passando as mãos nas minhas costas ,em movimentos suaves .
Junto as sombrancelhas absorvendo , seja lá o que aconteceu . Passo a mão na testa , e logo após arrumo meu cabelo . Sem nenhum movimento expansivo.
- Você apareceu do nada , e estava tão aérea , não a vi , a culpa foi minha, e...
Levanto a mão e ele para abruptamente de falar e se concentra em mim.- Dá pra calar a boca - Ele parece confuso , e me irrita mais por estar tão próximo - Por que você está me tocando ein?
Ele se afasta com passos lentos , como se estivesse com medo de mim.- Você tá bem? O baque na cabeça foi forte , e talvez devesse ir no hospital.
Ele diz cautelosamente , eu paro de passar a mão na testa e o encaro.
Ele é mais baixo do que eu , uns dois centímetros - Tenho 1,75 - , é magro , tem um par de olhos azuis claros, as suas sombrancelhas são espessas , como seu cabelo castanho.- Eu estou bem - Nós ficamos nos encarando por um tempo em um silêncio que começa a ficar constrangedor - Eu tenho que ir.
- Talvez eu possa nos poderíamos sair um dia - Ele diz antes de eu ir embora - Um jantar , almoço, cinema.
- Talvez - Eu digo me virando - eu não saio de casa , por pouco motivo . Me dê um bom.
- Eu te derrubei , te devo no mínimo um motivo pra sair de casa.
- Qual é o seu nome?
- Carter.
- Ok Carter...
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Matar , Rezar e Amar
PoetryLibra é uma jovem adulta , com problemas que a aprisionam dentro do seu corpo. Seu trabalho não a ajuda com a tortura que a segue , por ser assassina de aluguel , cada vez mais os mortos a perseguem. E uma vez no crime sempre no crime. Até ela em to...