Na manhã seguinte, ainda com a confusão e desejo deixados por aquele beijo, enquanto Rafaella se arrumava para o trabalho sua mente repetia a cena quente, que ela e a Gizelly protagonizaram, trazendo com ela a excitação e sensações daquele momento. Quando alguém bateu a porta trazendo Rafaella para realidade.Ao abrir a porta, Rafa foi tomada por uma surpresa, a qual a deixou sem reação.
- Não vai me convidar para entrar? – Disse Bianca
Rafaella continuou sem reação. Não conseguia entender que merda aquela mulher estava fazendo parada em sua porta com uma mochila nas costas.
Bianca não aceitava o termino, mesmo sabendo que a culpa era toda sua. E ao descobrir que Rafa tinha ido embora, sem se despedir ou dar oportunidade para que ela fosse perdoada, colocou em sua cabeça que iria atrás dela e que não iria deixar que seu "deslize" resultasse no fim do relacionamento entre as duas. Tentou obter o endereço através da sua irmão, mas não tendo sucesso procurou o diretor da escola, onde Bianca também trabalhava, com a desculpa que precisava do endereço para enviar um documento, usando a desculpa que tinha perdido o celular e não tinha como entrar em contato com Rafaella. Como as duas eram próximas, o diretor não hesitou em fornecer o endereço.
- Rafa, você não vai me deixar entrar? – Questionou Bianca
- Eu não sei o que você está fazendo aqui. Como sabia onde me encontrar? – Questionou Rafaella, ainda parada na porta como se seu corpo fosse uma barreira protegendo sua casa da invasão daquela mulher.
- Enfrentei uma viagem de horas, poderia ao menos me deixar entrar e me oferecer alguma bebida?
Rafaella deu um passo para o lado liberando a entrada para Bianca. Ao entrar, Bianca se dirigiu para o pequeno sofá, sentou-se e deixou a mochila no chão ao seu lado.
- Água ou suco? – Disse Rafaella secamente.
- Água, por favor! – Respondeu Bianca enquanto dava uma olhada pela sala – Esse lugar já estar a sua cara em tão pouco tempo. Estava com saudade dessa sensação de conforto que você consegue deixar nos lugares.
Ignorando o que Bianca falava, Rafaella se dirigiu a cozinha para buscar a agua. Ao retornar foi direta.
- Aqui sua água, espero que tenha um bom motivo para vim bater em minha porta sem ser chamada.
- Antes de qualquer coisa, só preciso que você me escute. Que realmente me escute e me deixe explicar.
- Explicar o quer? Que você me traiu? Que me traiu com minha amiga? Que fiz papel de idiota?
- Rafa, me escuta. Só te peço isto. Quando eu tentei de procurar e soube que você tinha ido embora, fiquei sem chão.
- Para, sem chão? Sem chão não chega perto do que eu sentir quando soube de toda aquela merda.
- Eu sei do mal que te causei, estou arrependida. Se eu tivesse o poder de voltar atrás, seria tudo diferente.
- Bianca, eu não quero e nem preciso voltar a trazer toda essa... essa... nossa! Eu nem sei do que chamar. Você não tem noção do quanto me destruiu – Rafaella tentava manter a calma, mas as lagrimas já escorriam pelo seu rosto, nunca conseguiu sair de qualquer discussão sem chorar. E chorar nesses momentos era o que ela mais odiava – Eu preciso sair pra trabalhar.
Bianca levantou fazendo menção em abraçá-la.
- Não se aproxime de mim – Gritou Rafaella.
- Baby, não faz isso com a gente, não faz isso comigo. Me deixa pelo menos te abraçar.
- Não me chama assim, e não encoste em mim. Preciso trabalhar, você não pode chegar assim, não depois de tudo.
Rafa se sentou tentando retomar a calma. Já estava quase na hora da sua saída. Se aquela conversa se prolongasse por mais tempo, ela não tinha noção do que seria capaz de fazer. Queria pegar Bianca pelos braços e coloca-la porta a fora, mas por mais que ela merecesse, Rafa resolveu tentar encerrar aquela conversa de forma racional.
- Olha, eu realmente preciso sair. Este é meu segundo dia no emprego e a última coisa que preciso é chegar atrasada. Você precisa ir também.
- Eu poderia ficar aqui? Minha passagem de volta está marcada para o domingo, e fiz planos de passar esta semana aqui, com você. – Bianca falou com a maior naturalidade.
- Você deve estar de brincadeira com minha cara- Rafa riu ironicamente.
- Eu não tenho onde ficar e nem como antecipar a passagem. Mas tudo bem, me viro. – Falou Bianca tentando ganhar Rafa através da pena. Ao escutar o que Bianca acabou de falar, Rafa revirou os olhos demonstrando insatisfação com toda aquela situação.
- Olha, vamos fazer o seguinte. Você fica aqui e aguarda eu voltar do trabalho. Quando eu voltar resolvemos isto. - Rafa estava exasperada com toda situação – Tem comida pronta na geladeira. O banheiro é no final do corredor.
-Obrigada! – após uma pausa, Bianca continuou – Você estar tão linda.
Rafa continuou sentada, colocou as mãos no rosto, tentando se acalmar. Seus olhos já apresentava um leve inchaço por conta do choro, e o que ela menos queria era chegar na escola com aquela cara. Ignorou o elogiou e começou a massageando as têmporas. Irritação acompanhado com choro era a mistura certa para lhe causar dores de cabeça.
Após alguns minutos em completo silêncio. Rafa se levantou e disse.
- Preciso ir.
- Espero que tenha um excelente dia! – Disse Bianca
Rafa saiu sem responder ou olhar para traz. Como teria um "excelente dia", recebendo logo pela manhã sua ex a tira colo na porta da sua casa. Como? Sem falar que teria que enfrentar Gizelly depois daquele beijo, e que beijo – Pensou Rafaella.
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Era você
FanfictionUma romântica incurável que não consegue manter um relacionamento, mas que sonha muito viver um clichê digno dos livros de Jane Austen. Uma Solteira convicta, em quer sua felicidade estar em não manter laços afetivos com suas companheiras de cama. ...