Cap 1:Aquele que sabe

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-Desgraçado!.-Disse o homem de cabelos brancos desviando por pouco de um soco no rosto e logo em seguida acertou com seu punho a região abdominal de seu oponente,o fazendo cair no chão com grunhidos de dor. Enquanto isso,observou seus dois jovens companheiros recuarem diante de seus adversários,porém nada fez,para sobreviver em um mundo como esse teriam que aprender a se defenderem por conta própria.O garoto esperou a aproximação e quando constatou ser o suficiente aguardou ser atacado apenas para pegar a mão do rival e contorce-la fazendo com que soltasse a adaga que carregava,beneficiando-se da brecha para traze-lo em sua direção e acertar seu joelho com um chute o fazendo cair na terra,aproveitando para sufocá-lo até que ficasse inconsciente.A garota,mais impaciente não esperou uma aproximação,muito menos preparou táticas elaboradas como seu parceiro,simplismente viu uma abertura e como se não tivesse pensado duas vezes acertou a região da clavícula,o que resultou no seu oponente cambaleando tonto pela falta de ar consequente do golpe e sem esperar mais ela acertou um soco fazendo com que ele caísse desacordado no chão.
-Agora se puder me falar onde está creio que seria bem mais fácil para nós dois certo ?-Falou o homem para o único que não havia sido nocauteado nem por ele ou pelos mais novos,mas ao invés de alguma resposta a única coisa que recebeu foi um completo silêncio,então apenas ergueu o punho e socou seu rosto,assim contabilizando três pessoas jogadas completamente inconscientes naquela grama coberta por um pouco de neve. Feito isso,começou a revistar os corpos,mas pro seu azar não achou o que tanto procurava,irritado pediu aos meninos que procurassem pela neve, que não estava tão forte e nem muito profunda para perder o objeto da busca.
-Maldito reino que nunca para de nevar,honestamente não sei como vocês conseguem aguentar isso.-Disse o homem para as duas figuras em pé um pouco mais a frente que prontamente já estavam atendendo ao seu pedido.
-Bom,diferente de você nós nascemos aqui sabe,então meio que somos acostumados.-Respondeu o rapaz mais próximo as árvores enquanto mexia na neve.
-Além disso,não está tão frio ou nevando tanto ao ponto de impossibilitar a visão da terra,o problema mesmo é a pouca luz que temos nessa floresta por estar de noite.-Disse agora a garota. Ao passo em que mexiam pelo solo o homem de cabelos e barba igualmente brancos achou o que tanto procurava,um pequeno broche com um símbolo desenhado nele.
-Ótimo agora que temos isso podemos finalmente falar com ele.-Disse o homem.
- Eu ainda não entendi o motivo pelo qual aquele cara pediu isso em troca de informações.-Indagou o menino enquanto a menina concordava com a cabeça.
-Bom,na realidade eu só sei que esses homens usam isso como uma espécie de identificação entre eles que ficam muito bem escondidas no corpo,mas podemos descobrir amanhã a noite quando encontrarmos com ele e você pode questiona-lo sobre isso contanto que traga as informações que queremos.-Falou olhando diretamente para a garota.

      No dia seguinte os três seguiam pela mesma floresta com árvores altas e cheias de folhas,o que dava um lindo contraste com a neve não muito densa caindo sobre elas. Pelo caminho tinha uma trilha deixada por uma carroça,ainda dava para perceber as rodas marcando a neve e acabaram encontrando o local,uma taberna de dois andares. Por dentro dava pra observar no andar de cima as sombras das pessoas dançando e outras bebendo pela luminosidade amarela do local,embaixo podia ver os cavalos,algumas pessoas comendo algo de aparência duvidosa e alguns casais pelos cantos mais escuros fazendo o que não deviam em lugares públicos.
-Certo,você vai entrar lá sozinha só pelo fato de que três pessoas encapuzadas de uma vez chamariam muita atenção e ele disse que só queria um por suspeitar que pudesse ser alguma armadilha,então não ataque ninguém, não comece um tumulto e não mate alguém, apenas vá lá falar com ele e traga o que queremos saber okay ?.-O homem disse para a garota com um olhar muito sério e a voz grave
-Está bem,eu já sei disso não precisa ficar falando o óbvio.-No fundo ela riu um pouco ao responde-lo e foi em direção a taberna como quem não quer nada.
       A Lua já estava no ápice do céu e os dois estavam esperando a garota voltar,porém até agora a mesma não havia demonstrado nenhum sinal de vida e apesar de não ter passado tanto tempo isso gerou preocupações no garoto que estava sentado ao lado do homem,ambos encostados nos pilares de sustentação que mantinham a varanda do segundo andar em pé.O velho dava alguns goles na cerveja que uma das mulheres havia trago depois de ter jogado certo charme nela.
- Eu posso beber ?.-O garoto perguntou com um olhar inocentemente falso
-Hm... você é muito novo pra isso moleque.-Cutucou levemente a testa do garoto a sua frente.
-Não acha que ela já deveria ter conseguido ?.-O rapaz disse tentando parecer calmo mesmo que seu tom denunciasse um pouco de nervosismo.
-Não se preocupe,devem estar só conversando e essas informações exigem detalhes bem precisos para que possamos concluir o trabalho,é tudo uma questão de cuidad....-Antes de completar a frase escutou um som estridente de vidros se quebrando cortar o ambiente e pôde observar um corpo caindo diretamente no chão pela varanda a qual os dois estavam embaixo até poucos minutos atrás conversando tranquilamente.O garoto observou a cena incrédulo ao mesmo tempo em que o homem apenas soltou um longo suspiro e não conseguiu evitar de revirar os olhos deixando a cerveja em um pequeno banco próximo a ele.
-Anda,vamos ver se ela precisa de ajuda.-Disse puxando o rapaz e foram em passos lentos e despreocupados até a porta que separava a calmaria do caos que provavelmente estavam próximos de presenciar.
-NÃO!-Disse uma voz que os dois sabiam muito bem de quem era. Isso fez com que uma preocupação surgisse em seus semblantes e aceleraram o passo até a porta da taberna,já colocando as mãos para empurrar a entrada escutaram um som que fez os dois pararem e uma sensação agonizante correu por seus estômagos juntamente com calafrios percorrendo cada parte de seu corpo,o silêncio que seguiu depois disso foi ainda mais desesperador.
Um disparo havia sido dado.

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