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Boa leitura.

Com os olhos marejados, Youngjae entrou no quarto que dividia com o namorado, abriu uma mala em cima da cama e começou a jogar alguns pertences seus dentro.

Já não podia mais ignorar. Não era a primeira vez que ouvia os cunhados falarem mal de si pelas costas. Várias pessoas, entre amigos, parentes e colegas de Jaebum já o disseram que não era o bastante para o homem. O Choi já havia descoberto isso há alguns meses, mas tentara ignorar. Mudanças drásticas nunca eram fáceis, por isso ele tentava ignorar esse fato e seguir com o seu namoro normalmente. Porém, não era mais possível.

Ouviu a porta da frente bater e soube que seus dois cunhados haviam, em fim, ido embora. Aquilo o deu mais liberdade para empacotar as suas coisas sem se importar em fazer barulho. Jogara alguns itens essenciais na mala e roupas usuais. Os casacos de frio foram divididos em duas bolsas menores. Quando, finalmente, terminou de organizar as suas coisas, deu uma última olhada ao redor do quarto. As lágrimas, que não haviam caído antes, agora, preenchiam seu rosto e borravam a sua visão.

Tentou secá-las o mais rápido possível para poder captar cada mínimo detalhe do quarto que havia dividido com Jaebum durante aqueles dois anos morando juntos. Não queria deixar nada passar.

Fixou-se em algumas fotos penduradas na parede à esquerda e logo passou para a cama de casal no centro do quarto. Alguns de seus momentos românticos com o namorado, os quais nunca iria esquecer, passaram pela sua cabeça. Acabou cambaleando e soltado soluços altos, que estava se esforçando para prender. Por fim, inebriado, caiu de joelhos no chão.

[...]

— Amor? — Jaebum o chamou e entrou no quarto. Já estava há algum tempo esperando o namorado para assistir a um filme na sala.

— Sim? — Puxou os lençóis para cobrir rapidamente as partes baixas.

— O que estava fazendo? — Tinha um sorriso sacana no rosto, mas o menor não podia vê-lo, pois tinha a cabeça abaixada em vergonha de ter sido flagrado.

— Nada de mais. É só que estava doendo. Eu não estava fazendo nada. Eu não iria fazer nada. Eu não estava vendo nada. — Jaebum riu diante do nervosismo do menor, que tentava mais arduamente esconder a sua ereção. Eles haviam tido noites calorosas nos dias anteriores, e não queria que o namorado pensasse que era um pervertido, que só pensa em sexo. Não sabia por que estava excitado, e a única explicação que tinha era que Jaebum liberava uma torrente de hormônios em si com simples toques. Era inevitável.

— Está tudo bem, Jae. — Sentou-se na cama e aproximou-se do menor, que afastou-se um pouco. — Parece que eu cheguei na hora certa. — Puxou os lençóis do menor, pegando-o de surpresa. Dessa vez, Youngjae usou a camisa para cobrir as suas partes íntimas.

— Eu quero assistir ao filme. — Tentou mudar o foco da situação. — Espere um pouco mais na sala. — Jaebum apoiou-se nos antebraços do menor e aproximou seus corpos.

— Mas eu não quero mais. — Rolou a língua pela extensão do pescoço do namorado, sentindo-o tremer-se em surpresa pela ação repentina.

— E-então, o que você quer assistir? — Perguntou e fechou os olhos, apreciando os toques do mais velho.

— Você. — Olhou-o nos olhos e mordeu seus lábios em excitação. A verdade é que Youngjae, também, não precisava se esforçar para deixar Jaebum excitado. O garoto era perfeito para si, e isso só se mostrava cada vez mais nítido à medida que os dias passavam.

— Hyung, eu não quero estragar a noite de filme. Eu sei o quão ansioso você estava. — Afastou-o gentilmente, com uma das mãos sobre o peito do maior, e o encarou nos olhos.

— Mas agora eu estou ansioso para ver você em cima de mim. — Youngjae sentiu uma onda de calor percorrer todo o seu corpo e, por fim, entregou-se a todas as sensações que os toques do namorado produziam em si.

[...]

Youngjae sentiu uma leve tontura ao levantar do chão de carpete, mas precisava manter-se firme. Jaebum logo chegaria do trabalho, e precisava ir antes que ele chegasse. Sabia que não conseguiria ir se olhasse nos olhos do maior, e este o pedisse para ficar. Sabia que ele pediria. Acreditava, piamente, que Jaebum estava cego de amores por si e, por isso, não conseguia perceber o quanto estava atrasando no desenvolvimento de sua vida profissional.

[...]

— Jinyoung hyung, eu posso ficar aqui, por favor? — Youngjae perguntou, com os olhos marejados novamente. Não conseguia se segurar. Não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo.

— Entre, Jae. — Youngjae passou pela porta e teve uma de suas malas recolhidas pelo amigo. — Pode deixar do lado do sofá. Podemos arrumar depois. Só quero que você se acalme agora. — Youngjae assentiu em concordância. Jinyoung era um de seus amigos mais compreensíveis, e a confiança que haviam desenvolvido desde que se conheceram fazia o menor acreditar no amigo para acolhê-lo em seus momentos mais vulneráveis.

— Está bem, hyung.

— Você fez o certo? Você tem certeza? — Youngjae assentiu, melancólico. — Vá dormir um pouco e, então, pensaremos juntos sobre o que o levou a tomar essa decisão e se realmente valerá a pena.

— Não tem o que pensar, hyung. — Jinyoung encarou o amigo nos olhos e mordeu os lábios, afligido. — Mas eu irei dormir. Você tem razão, eu preciso me acalmar.

— Pode ir para o meu quarto enquanto eu arrumo o outro para você. — Youngjae assentiu, murmurando um 'obrigado'.

— Você pode, por favor, não contar para o Jaebum hyung que eu estou aqui? — Perguntou antes de seguir casa adentro.

— Hm... não. Eu não posso prometer nada, Jae. Mas eu irei tentar. — Youngjae assentiu. Sabia que os dois eram muito próximos e que seria difícil para o Park mentir.

Desculpem-me pelos erros.

Espero que tenham gostado!
Inicialmente seria uma one shot, mas acabei me empolgando, e muitas ideias surgiram para este plot. Ficou melhor do que eu esperava e aqui estou eu com outra fanfic hahaha

AMOR - 2jaeOnde histórias criam vida. Descubra agora