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POV Rafaella

Eram quase três e meia da madrugada quando acordei sentindo Gizelly ainda sonolenta dando tapas leves em meu braço.

  - Rafa... rafa

  - Hum?

  - Seu celular tá tocando, não aguento mais esse barulho - ela falou virando-se para o outro lado.

Me sentei na cama, acendi o abajur que ficava na mesinha de cabeceira e peguei meu celular que havia parado de tocar, recebi outra chamada. Não. Não. Não. Isso não está acontecendo. Atendi a chamada e fiquei em silêncio esperando que ela dissesse algo.

- Alô? Você tá me ouvindo? - ouvi a voz de Bianca um tanto embolada do outro lado da linha, parecia estar em alguma festa ou algo do tipo, o som abafado no fundo não me deixava entender muita coisa.

  - Que barulho é esse? Você já viu que horas são? - respondi me levantando da cama devagar, tentando fazer o mínimo de barulho possível, e me tranquei no banheiro do quarto de Gizelly.

  - Não - pude ouvir alguns soluços - mas por favor... vem me buscar.

  - Tá tudo bem? Onde você tá? Eu não posso ir aí agora... Aconteceu alguma coisa? - perguntei atropelando as palavras, querendo ou não eu ainda me preocupava.

  - Rafa, por favor, só vem... - ela fez uma pausa e eu ouvi algumas vozes, depois a buzina de um carro - eu não tô bem, a gente precisa conversar, por favor

  - Você bebeu?

  - Sim.

  - Merda. Tudo bem, me manda a sua localização por whatsapp e não desliga a chamada. - olhei rapido a localização - Eu vou sair daqui, em quarenta minutos eu tô ai. Bianca? Tá me ouvindo?

  - Tô. Eu tô sentada numa escada agora.

  - Tá. Tem alguém com você?

  - Não... eu tô sozinha. Eu me perdi.

  - Se perdeu de quem?

  - Do Miguel.

  - Tudo bem. Presta atenção, eu vou precisar ficar em silêncio pra não acordar a Gize-

  - Ela tá com você?

  - Sim, eu tô na casa dela.

  - Tá. Eu precisa ficar de... detalando. não. deta... detalhando. Eu não me importo.

  - Ótimo. Mas presta atenção, eu vou sair daqui agora, não desliga. Não. Desliga. Entendeu?

  - Entendi.

Sai do banheiro e peguei a primeira roupa de Gizelly que vi pela frente, uma regata preta e uma calça moletom vermelha, a vesti e fui até a cama dando um beijo na testa da capixaba.

  - Onde você vai? - ela abriu os olhos e colocou uma mão em meu rosto

  - A Manu tá com problemas... Era ela me ligando.

  - Quer que eu vá com você? - ela se sentou na cama.

  - Não precisa amor, de verdade, acho que ela só precisa um pouco da minha companhia, você sabe

  - Tudo bem. Diz que eu mandei um abraço e me manda notícias sobre a minha filha, tá bom?

  - Tá bom. - disse dando um selinho rápido nela.

Sai do quarto pegando meu carregador que estava na sala e logo em seguida as chaves do meu carro na bancada. Pedi para Bianca ir narrando tudo que tinha em sua volta, com o celular no viva-voz, enquanto eu seguia o trajeto até o local onde ela estava o mais rápido possível.

Love in three doses Onde histórias criam vida. Descubra agora