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Becky não demonstrava e fingia não sentir, mas ela estava triste e magoada com tudo o que aconteceu, não por ser traída pelo seu namorado mas sim pela sua melhor amiga, quem ela conhecia desde criança e sabia tudo sobre ela, isso sim doía

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Becky não demonstrava e fingia não sentir, mas ela estava triste e magoada com tudo o que aconteceu, não por ser traída pelo seu namorado mas sim pela sua melhor amiga, quem ela conhecia desde criança e sabia tudo sobre ela, isso sim doía. Mas doía mais saber que agora ela era o novo alvo das fofocas, era ela quem estava sendo chamada de corna e a opinião dos outros importava muito pra ela.

— Cuidado pra não se machucar — uma voz falou atrás dela.

Becky se virou com o susto e viu Javier atrás dela, olhando fixamente para baixo com medo de colocar os pés no telhado de vidro.

— Parece que quem vai se machucar é você — ela cruzou os braços e riu da cara dele. — Não precisa ter medo, esse vidro é bem forte para aguentar nós dois.

— Não é disso que eu tenho medo. É só que é tão alto, me dá um frio na barriga.

— As melhores coisas são aquelas que dão frio na barriga, não é isso o que dizem?

— Deve ser alguma coisa assim.

Becky foi até ele e estendeu a mão. Javier pegou a mão dela ainda com medo e os dois sentaram no telhado.

— Como consegue andar tão bem com esses saltos enormes? — Javier questionou, olhando para os pés dela que esbanjavam saltos agulhas cor de vinho.

— Eu ando tão bem de salto quanto respiro.

Becky se deitou sobre o telhado, o que deixou sua saia um pouco curta, mas ela não estava se importando com aparências agora e, com um olhar de nojo, viu Brie, Matteo e Bia discutirem em um canto.

— Você deve estar chateada agora — Javier comentou, seguindo o olhar dela.

— Esse é o meu problema, Javier — ela tirou os olhos dos três e olhou para ele —, eu não me chateio, eu me vingo.

— O que você vai fazer?

— Sem ofensas, mas isso não é da sua conta e te conheço há pouco tempo. Aliás, aonde está a Sofía? Você vive agarrado nela.

— Com o Raúl — ele fez uma careta ao falar o nome do outro.

— Se você gosta dela, é melhor tirar ela das garras do Raúl.

— Você fala como se ele fosse um vilão.

— Vilão não, mas ele é manipulador.

Os dois voltaram para a sala de aula e Becky teve que sentar ao lado de Isabela para evitar ficar perto de Matteo.

[•••]

— Você vai assistir a briga? — Raúl perguntou a Becky assim que a aula acabou.

— O que tem de interessante em ver dois idiotas brigando? — Ela colocou sua bolsa no braço.

— Ver qual dos dois vai apanhar mais?

— Aliás, aonde está o Gerry? — Becky olhou pela sala, procurando ele.

— O Quintanilla trancou ele para evitar a briga — Sofía respondeu a outra.

— Parece que não vai haver briga. — Becky olhou para Raúl, dando de ombros.

Eles foram os últimos a sair e do lado de fora uma roda se formou, todos cochichando e esperando algo.

Os quatro passaram entre eles e ficaram na frente da rodinha, onde Luis estava no meio dela chamando por Gerry, enquanto Quintanilla tentava dispersar a multidão.

— E aí, Pablo, a sua namorada sabe para quem você manda foto pelado? — Luis questionou a Pablo com voz alta. — E você, ladra — foi até Natalia —, conseguiu juntar dinheiro com as vendas?

— Ele está lendo o que tem que dizer — Sofía falou a Javier e então Becky também percebeu.

Ela procurou por Raúl, mas não achou ele e como sabia que não conseguiria sair de lá, ficou com Sofía e Javier.

— E você — ele foi até Becky com os olhos no celular —, conseguiu passar pela porta sem bater os chifres ou esqueceu eles na cama do Raúl?

Becky cruzou os braços e olhou para ele com as sobrancelhas erguidas, sem revidar aquele ataque e piorar a situação. Afinal, não era mesmo o Luis que estava dizendo aquilo.

Gerry correu até eles com um grito, chamando pelo nome de Luis e logo estava lá no meio também.

— Finalmente criou coragem — Gerry falou, encarando ele.

— Você se sente culpado por ser um boiola? — Luis questionou. — Ou tem prazer em ver os paus de outros caras?

Gerry fechou os punhos e empurrou Quintanilla assim que partiu para cima dele. Raúl saiu do meio das pessoas e correu até eles, segurando os braços de Luis.

— Aí, sai da frente! — Natalia falou e foi até eles, mas na tentativa de acertar o Luis acabou dando um soco em Raúl, assim que ele empurrou o outro.

— Merda! — Becky revirou os olhos, sabendo que teria que se meter e ajudar Raúl.

Ela correu até eles e ajudou Raúl a se levantar, enquanto ao lado deles Gerry e Luís brigavam.

Ninguém impedia os dois e enquanto Raúl tentava parar eles, outros o seguravam para não interferir na briga.

— Solta ele — Becky pediu, empurrando os caras que seguravam Raúl.

A cena de ver o Luis apanhando, já com o nariz sangrando era horrível e mesmo que quisesse ficar quieta em seu lugar, Becky não conseguiu e foi até eles, segurando o braço de Gerry, enquanto Sofía segurava Luis.

— Já chega!!! — Javier gritou, segurando a cabeça de Gerry e o jogou no chão.

A partir daí, uma nova briga havia começado e Javier dava vários chutes seguidos em Gerry que tentava se proteger de seus golpes. Só então quando ele parou, Javier segurou Luis e com a ajuda de Sofía e Becky o levou para seu carro e Raúl foi atrás, impedindo a aproximação de Gerry.

Eles entraram no carro e na pressa de sair de lá logo, Javier acelerou e bateu em outro carro a frente.

Raúl e Pablo não conseguiram mais segurar Gerry e ele pegou uma pedra no chão e arremessou em direção a janela do carro, deixando o vidro estilhaçado.

— Não! — Becky segurou Luis no banco de trás e tentou impedir que Gerry tirasse ele de lá, porém  ele era muito forte e puxou Luis pela janela quebrada.

Só deu tempo de ela sair do carro e correr em direção a eles quando Gerry deu um soco no queixo de Luis e ele caiu, batendo a cabeça na calçada de concreto e perdeu a consciência.

Becky fechou os olhos assustada com aquela cena e com o barulho de algo quebrando assim que ele caiu, se misturando aos gritos horrorizados.

— Vamos sair daqui — Raúl falou, puxando ela.

Ela foi com ele até seu carro e os dois foram para sua casa. Becky ainda estava em choque pelo o que havia acabado de acontecer. Ela nunca tinha presenciado uma briga assim e pela forma como o Luis bateu a cabeça poderia estar até morto.

— Aonde estão seus pais? — Ela questionou, vendo a casa vazia ao entrar.

— Eles foram embora — ele deu de ombros. — Típico de bandidos fugirem, não é?

— Nossa, eu sinto muito — foi a única frase que veio a cabeça dela.

— Esquece eles, vamos a aproveitar a casa só nossa.

Raúl puxou Becky pela mão e jogou ela no sofá, tirando suas roupas.

— Preciso que me ajude em uma coisa — ela disse entre os intervalos dos beijos.

— Qualquer coisa — Raúl respondeu.

Ela sorriu, satisfeita com a resposta então continuou o que estava fazendo.

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