Nessa noite, Angelica e Eliza acordaram sem fazer barulho. Já era um pouco tarde e, para além disso não queriam acordar nem os pais nem a Peggy, a sua irmãnzinha bebé. Por isso, abriram a porta do seu quarto com cuidado, desceram as escadas sem estardalhaço e saíram da habitação.
- Olha mana, não se vê ninguém na rua! Ainda bem, podia vir um adulto e perguntar o que estávamos a fazer a esta hora no passeio! - comentou Angie.
- Meu Deus, seria horrível! - riu-se a irmã. - E depois, ainda tínhamos de ouvir um sermão dessa pessoa, e depois do pai e da mãe, e de sei lá mais quem!
- De Jesus, e provavelmente do Sr. Washington, se fôssemos obrigadas a contar o que íamos fazer...
Nesse momento, chegaram até à casa de Washington. Foram para ao jardim, e estavam prestes a subir por uma janela aberta ( todas as noites, George W. deixava-a aberta, para a casa não estar muito quente durante a noite), quando ouviram uma voz atrás delas:
- Mas o que estão vocês a fazer?
Arrepiadas de medo, as duas meninas voltaram-se para trás e viram... O Edd! Sim, exato, ele mesmo. Se não se lembram de quem ele é, era o mensageiro do Alex ( Cap. 4 - O Mensageiro).
- Edd? - balbuciou Angie, que já o conhecia. - Que estás aqui a fazer?
- Eu vinha a passar por aqui, a meio do meu passeio noturno - explicou o rapazinho. - e reparei em vocês, a saltar para chegarem à janela. Que se passa? São espias agora?
- Não, não somos! E, de qualquer maneira, o que estamos a fazer não é da tua conta!! - gritou Eliza, sem se conter.
- De facto, não é. Mas não me parece coisa boa, aquilo que estão a fazer...
E foi interrompido por Angelica, que o agarrou pela camisola e encostou a sua cara contra a dele.
- Ouve lá - sussurrou ela. - Se não queres problemas, é bom que não te metas onde não és chamado e que não contes aquilo que viste hoje.
- M-Mas, eu...
- Fiz-me entender?
Edd fez que sim com a cabeça, assustado.
- Acho bem. Agora desaparece da minha vista! - ordenou a menina, soltando-o. O rapazinho pôs-se a andar: não era uma criança de problemas, muito menos de brigas. Por isso, decidiu fechar a boca e obedecer a Angelica.
Agora - disse a menina - vamos ao que interessa. Anda, eu ajudo-te a subir a janela.
Uns minutos depois, quando as duas já estavam dentro da casa, começaram a revirar as gavetas todas, fazendo o mínimo de barulho possível. Mas, por mais que procurassem, não encontravam o amuleto do Alex! Porém, a sorte decidiu aparecer e pôs-se do lado delas.
- Hurra! - exclamou a Eliza, momentos depois.
- Fala baixo! - ralhou a irmã.
- Desculpa. Eu encontrei o amuleto!
- Bom trabalho! E agora, o que fazemos? Partimo-lo, ou levamo-lo para casa?
- Partimos, claro - respondeu Elizabeth. - E, amanhã, chamamos o Alexander e metemos as culpas todas na posse do John!
E então, Eliza ergueu a sua mão no ar, e lançou o pequeno amuleto para o chão, partindo-o com um grande barulho, até restarem apenas cacos de vidro.
- Boa! Agora, fujamos!
E as meninas fugiram, a sete pés.