Capítulo 15

992 104 15
                                    

- E ela se foi...- Sam comentou aflito.

- Será que Beatrice consegue matar aquele grandalhão com um cadarso? - Kevin perguntou.

- Aposto vinte pratas que ela consegue. - Apollo comentou humorado. - Qual é gente... Sem clima fúnebre. Ela não morreu...

- Ainda! - Kevin comentou e Ray deu um tapa forte na cabeça de Kevin.

- Fecha essa boca! - Ray rosnou.

- Agradeça ao Ray, Kevin. - Jackie sussurrou ainda olhando através da janela.

- Agradecer? Ele me agrediu!

- Agradeça que foi um tapa na cabeça e não um soco meu, na sua boca. - Jackie o olhou por cima do ombro e Kevin usou uma almofada para cobrir a boca e o nariz.

- Obrigado...- Kevin sussurrou em fio de voz ainda olhando Jackie desconfiado.

- Apollo tem razão. Beatrice vai se sair bem. Não podemos ficar aqui velando um caixão que não existe. - Luck comentou.

Kevin abriu a boca, mas Ray o olhou com uma expressão ameaçadora.

- Jackie.- Kevin chamou. - A pergunta que não quer calar... - Kevin comentou saindo de perto de Ray. - Se você morresse, quem você gostaria, entre nós, em lhe suceder com sua esposa?

O grupo ficou em silêncio fúnebre por Kevin. Jackie se virou lentamente e o copo em sua mão estourou derramando café no chão, o homem sem expressão não se importou em queimar a mão.

- Você não precisa responder. - Kevin comentou correndo inesperadamente saindo pela porta dos fundos.

***

O grandalhão ao lado de Beatrice retirou uma venda do bolso e entregou para Beatrice. Ela arqueou uma sobrancelha e pegou, retirando os óculos escuros para colocar a venda.

- Ela é sinistra...- Norman sussurou.

- Estou vendada, não surda. - Beatrice comentou suspirando.

- É verdade tudo que dizem a seu respeito? - O grandalhão perguntou.

- Talvez sim, talvez não... Te darei o direito da dúvida. - Beatrice deu de ombros.

- Ela é boa nas respostas pelo menos. - Norman sussurrou.

O carro estacionou, Beatrice respirou fundo captando um cheiro diferente, um aroma refinado o que indicava não estar em qualquer lugar. O grandalhão passou uma algema nos pulsos de Beatrice e a arrastou para fora do carro.

Caminhando por instinto, ela ouviu o momento em que portas de metais se fecharam.

" Elevador"

O quadro do botões soltava uma pequena sonoridade ao trocar de andar.

" 47."

Beatrice terminou de contar os andares e o homem a puxou para fora do elevador, parando no corredor e retirando a venda de Beatrice. Ela piscou algumas vezes para acostumar com a claridade.

A sua frente mais dois homens grandes, sorrindo como se tivessem deliciando com a imagem de Beatrice.

- Olha só! A Pantera não virou um gatinho.... - O homem comentou irônico seguindo com uma risada irônica. - Tire as algemas.

O grandalhão o fez e Beatrice massageou os pulsos. Ela olhou de relance para um dos homens que ja estava com a mão na arma.

- Se me tornei um gatinho, por qual motivo estaria tremendo? - Beatrice perguntou cínica com um sorriso vitorioso.

- 2x1 para a pantera. - O grandalhão sussurou e Beatrice soltou uma risada nasal.

- Tire as roupas! - O homem ordenou e Beatrice arqueou a sobrancelha.

Beatrice moveu as mãos para retirar a jaqueta e o homem a esquerda sacou a arma abruptamente.

- Cama...- Beatrice comentou divertida retirando a jaqueta e entregando para o grandalhão. - Foi um presente importante. Guarde minhas coisas com cuidado. - Beatrice pediu ao grandalhão

Ele acentiu e Beatrice sorriu torto se abaixando e retirando os coturnos.

- Principalmente dessa belezinha aqui. Se meu precioso coturno estragar eu não garanto a vida de vocês. - Beatrice brincou como se não estivesse nem um pouco incomodada com a situação.

Ela retirou a blusa e depois a calça e entregou tudo. Ficando apenas de roupas íntimas pretas.

- Acho que já é o suficiente. - O grandalhão sussurou incomodado.

O homem de bigode riu debochado e se aproximou com o detector de metais. Beatrice separou as pernas o suficiente e abriu os braços. Revirou os olhos como se estivesse entediada.

O homem começou a passar o detector de metais e alisando a pele de Beatrice. Assim que ele chegou a pelve se aproximou de Beatrice, apalpando a bunda e aproximando a boca da região intima. Em um movimento rápido Beatrice colocou as duas mãos no topo da cabeça do homem e o deu uma joelhada no nariz, quebrando o membro do homem.

O outro apontou a arma e Beatrice empurrou o indigente de perto dela entregando o detector de metais para o grandalhão.

- Faça alguma gracinha e eu realmente te mato. - Beatrice rosnou paro o homem que cobria o nariz que jorrava sangue.

O grandalhão olhou de relance para o homem ferido e olhou para Norman.

- É verídico os boatos. - Ele sussurou confirmando a hipótese.

Se aproximou entregando as coisas de Beatrice para Norman e passou o detector de metais em Beatrice.

- Está limpa. - Ele confirmou desligando o detector.

- Sua cadela filha da puta. - O homem rosnou.

- Quer que eu quebre outra coisa?- Beatrice perguntou enquanto o grande homem colocava as algemas em seus pulsos novamente e a guiava pelo corredor.

Um corredor luxuoso, com portas enormes. Uma delas por acaso estava aberta e Beatrice olhou de relance, observando o cômodo luxuoso em tons de vermelho scarlatti.

- Um harém? - Beatrice questionou ao ver uma mulher deitada desacordada no chão.

- Eu não chamaria de harém. - O grandão sussurou para que apenas Beatrice pudesse ouvir. - Um abatedouro...

Beatrice sentiu um calafrio percorre sua espinha quando ela parou de frente para uma porta metálica enorme. O homem digitou uma senha no padrão e a porta abriu, revelando um quarto diferente dos outros. Bem maior em espaço e todo em tons aveludados no preto. Em uma extremidade do quarto havia uma jaula prateada e no chão próximo da cama coberta por lençóis de seda também negros, um carpete feito de um felino rajado, um tigre.

Abrindo a jaula, o grandalhão empurrou Beatrice com cuidado para dentro da jaula e retirou as algemas.

- Foi um prazer conhecê-la. Talvez não tenha outra oportunidade de dizer, mas estou realmente honrado em conhecer uma lenda como você. Espero que ele não a mate como faz com as outras.

- Obrigada pela gentileza. - Beatrice sussurrou enquanto a jaula era fechada.

O grande homem saiu do quarto, deixando Beatrice presa dentro de uma jaula de titânio, enquanto o silêncio dentro do cômodo se tornava quase palpável assim como a aflição de Beatrice.

-----------------------------------------------------------

Prontos para conhecer o anjo da morte?

Espero que estejam gostando. Boa leitura! Até mais. 🖤

Operação BIRDS 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora