(31) Uma grua de 600 toneladas.

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Querido Michael, começei por rabiscar num guardanapo. 

O sol brilhava bem alto no céu, refletindo na nossa direção pela janela. Os meus olhos fecharam lentamente com a sensação de calor a queimar-me a cara. Apesar de ar nos gelar ás entranhas, o céu teimava em ter sol mas isso não empedia o vento de ser teimosamente bipolar. O cheiro leve a café a uma distância razoável veio á minha presença, assim que ele pousou os dois recipientes na mesa.

Observei por uns momentos o leite a lutar com café na chávena que se encontrava nas minhas mãos, pôs uma madeixa de cabelo que já me estava a incomodar a muitos atrás da minha orelha, levando a caneca á boca e elevando a minha cabeça para o poder ver.

- Gostei de passar este tempo contigo, Calum. - afirmei, pousando-a na mesa e pondo os meus pés em cima do sofá de maneira pousar o meu queixo entre os meus joelhos.

- É bom passar tempo com a namorada de um dos meus melhores amigos. - declarou num tom algo que sarcástico, piscando-me o olhos.

- Isso foi sarcásmo, senhor Thomas dirigido á minha pessoa? - perguntei, elevando uma sobrancelha enquanto pegava mais uma vez na caneca.

- Talvez, Marie Antoinette. Porquê vais atacar-me com a escota real? - declarou, mostrando os seus conhecimentos pelo meu horivel nome do meio.

Fiz uma careta mal aquele nome chegou aos meus ouvidos. Já tinha ouvido tantas piadas sobre o meu nome mas está era nova, nem sei qual foi a ideia da minha mãe. Amanda Marie Black, era tão gozada na escola.

Marie Antoinette? Mas este gajo acabou de me chamar isto? Se bem me lembro ela era conhecida por casar com o rei Louis mas acabou por trai-lo pois gastava o dinheiro do reino de frança em festas que eram famosas pelas suas bebedeiras, mais tarde foi morta na guilhotina quando os britânicos invadiram frança. Era uma autêntica (e com todo o respeito) puta.

- Que piadinha. - afirmei, fazindo o nariz quando me apercebi que ele se estava a rir.-  Asiático.

- Vê lá se não queres levar com uma caneca, olha que á uma primeira vez para tudo. - ameaçou-me o Calum, apontando-me a sua caneca. Ambos soltamos um suspiro e elevamos as sobrancelhas um ao outro. - Nós preferimos o termo chinês.

Quando ele disse aquelas palavras, com uma certa fúria começei a rir-me descontroladamente fazendo ás outras pessoas no café olhar para nós. O Calum limitou-se a amuar cruzando os braços enquanto me observava a rir como uma maluca.

- Então Caley, não vais ficar assim comigo? - perguntei, fazendo-o expressar uma careta pela má alcunha.

Ele limitou-se a desviar o olhar de mim que gajo mais teimoso, parece o caralho de uma gaja. Com eles já nem se sabe quem é o rapaz ou a rapariga. Elevei-me do meu lugar, dando a volta á mesa e abraçando o Calum. Ele limita-se a ficar quieto ao meu toque sem se mexer um centimetro.

- Va lá Calum, tu sabes que me queres abraçar! - exclamei numa voz sarcástica, apertando os braços á sua volta.-  Abraça-me e vamos fazer as pazes.

Por momentos o silêncio predominou, começei por tirar os braços de volta dele mas ele rapidamente pôs os seus á volta da minha cintura, puxando-me para um abraço apertado. Ele puxou-me de tal maneira que fiquei em cima do seu corpo. Fica-mos os dois na posição horizontal enquanto o riso do Calum criado pelo meu desconforto enche os meus ouvidos.

Ele era basicamente um chato que se irritava muito facilmente, o que para mim era bastante delicioso e entretia-me viciadamente nestes ultimos meses. Era só mais um um quarto dos idiotas que deram entrada na minha vida mas quem é que eu vou enganar? Idiotas são mais que a minha cena, são a minha vida.

DEAR AMANDA, • mgc (EM EDIÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora