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Cinco anos antes.

|Katherine|

—Não vendemos bebida alcoólica, senhor.–

Pela milionésima vez falei isso para ele. Um cara barrigudo e nojento que sentou em uma das mesas do café que eu trabalhava. Seu cheiro de álcool e perfume barato estava me dando náuseas e seu estilo exótico estava chamando atenção de todos que estavam no local.

—Que espelunca não vende uma porra de uma cerveja?–Respirei fundo, tentando ter mais um pouco de paciência. Olhei para o balcão e o dono, senhor Thompson estava de olho em nós.

—Tem pelo menos cinco bares nesta redondeza. Por que você não vai encher o saco de alguém por lá? –

Seus olhos escuros me analisaram por um breve instante como se não acredita se no que tinha acabado de ouvir. Me arrependi no mesmo momento por ter dito isso, já que ele poderia ir reclamar com o dono, e não estava nos meus planos perder meu emprego.
Ao contrário do que eu pensei o brutamontes se levanta, deixa dez reais encima da mesa e vai embora sem pedir nada.

Logo escutei alguém me chamar na mesa do lado dá onde o homem havia abacabado de sair.
Minhas amigas estavam lá sentadas muito próximas uma das outras, suponho que estejam consolando Mirela. Já que a senhorita achava que encontraria o príncipe encantando em uma balada ou em sites de relacionamentos. O que obviamente não funcionava, lhe deixando totalmente arrasada.

—O que houve?–perguntei, mesmo já sabemos a resposta. Mirela me encarava com o rosto coberto de lágrimas.

—Meu encontro foi horrível.– disse, sua voz embargada me fez revirar os olhos mentalmente. Ela abraçando Júlia, e mesma me encara cética.

—Talvez você deve-se parar de marca encontros nesses sites de  relacionamento?–Margot se pronunciou, olhando pra o celular enquanto comia um rosquinha.

—Pensei que seria diferente.–Ela me olhou por alguns segundos.—O que você acha disso, Kat?–

—O cara certo vai aparecer.–Meus lábios se curvam em um sorriso discreto.—E você jamais o deixará partir. –

—Que profundo, não?–Zombou Júlia, tomando um gole do seu café.— Vocês viram a Melissa?–

—A última vez que a vi foi ontem a noite.–Disse, sentindo-me levemente cansada. O café já estava quase fechando, meu único conforto naquele momento.

Eu queria ficar em casa assistindo minhas séries e bebendo um café, mas quando se tem amigos isso se torna impossível, Melisa me fez tirar meu pijama e sair pra ganhar a noite, pra tentar esquecer os problemas.
Estávamos na praia, decidindo oque iríamos fazer. Após alguns copos aqui e acolá, ela já não muito sã, resolveu me levar em um dos bar, alegando música boa e ao vivo.
Não tinha mais nada a perder então decidir ir. Estava tudo estupidamente desinteressante, nada que me fizesse querer continuar ali.
Apesar de ter algumas pessoas realmente interessantes, a única coisa que eu queria era voltar pra casa, lugar onde eu nunca deveria ter saído.
Então ela simplesmente sumiu entre as mesas e me deixou feito uma idiota, sozinha.
Foi então que um babaca estupidamente bonito brotou em minha mesa.
Nicolas Albuquerque. Eu já o conhecia da faculdade. Mas afinal quem nessa cidade não conhece o que mais usa substâncias proibidas da faculdade, ele é um grande revendedor, um drogado de merda. 
O garoto andava por aí como se tivesse o rei na barriga, como se fosse o dono do mundo. Mas talvez ele seja. Já que  é só ele estalar os dedos e uma menina surgia ao seu lado. Ou pulava no seu colo.
Ele e seus amigos idiotas me escolheram como vítima da noite. Mas, como uma boa garota que sou, não deixei que seu papinho medíocre concretizasse a sua teoria. 

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⏰ Última atualização: Jun 06, 2020 ⏰

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