Prestação de Contas

379 28 81
                                    

Andy Herrera

Uma vez mais, estava eu tentando contornar meus impulsos e fracassando miseravelmente. "Não posso falar nada a ele!" Fechei meus olhos, andando de um lado para o outro da sala, enquanto sentia as vibrações do meu pai, me esperando falar o que não era oportuno. "Pensa Andy! Fala qualquer coisa, menos a verdade." Precisava dar um jeito de sair o mais rápido de casa e fugir dessa conversa, por mais que ele não tenha se explicado com relação ao convite.

– Não houve nada papi. – disse com um sorriso tímido, tentando mostrar que estava feliz com sua preocupação. – Sullivan é um homem incrível.

– Incrível, é? – perguntou, querendo mais detalhes sobre minha opinião sobre ele.

– Sim. – ergui uma das sobrancelhas. – Ele é inteligente. Cavalheiro. Educado. Tem bom gosto. Sabe cozinhar. É bonito. É alto. Tem lindos olhos castanhos. Seu rosto tem uma simetria únic...

– Andrea, querida. Você está se apaixonando pelo seu capitão. – afirmou em ver-me tão nervosa ao descrever coisas que nem eu mesmo sabia que pensava dele.

– Claro que não! – pensei o mais rápido numa resposta e disse – Ele me atrai sim, mas é meu capitão e eu respeito as regras. Por esse motivo, pai, não quero que tente colocar ele perto de mim de novo, tá?

Hijita, ¡Ven acá! – disse, trazendo-me para si em um sorriso, consolador. – Eu jamais te reprimiria por amor meu bem!

– Não há o que reprimir! Ok? – soltei-me de seus braços, quando vi uma recebi uma notificação de uma mensagem da Maya dizendo:

"Andy, tá tudo bem? Acho que você tá atrasada amiga. O Sullivan tá mais irritado do que nunca. A gente precisa de você pra amansar a fera HAHA. Aparece logo please "

– Pai, a estação já está precisando de mim, tenho que ir. Estou atrasada!

– Ok, mas cuidado em se esbarrar com algum homem inteligente, alto, bonito, olhos castanhos....

– Oh meu Deus! – intervi, para que ele parasse, enquanto ele ria da minha cara. – Não pense que nossa conversa acabou. Agora com mais razão, temos o que conversar.

Saindo de casa, vi que faltavam apenas vinte minutos para o turno começar e, depois de ontem, não poderia dar mais uma razão para que Sullivan me deixasse nos serviços burocráticos de novo. Pensei então em chamar um Uber, mas todos os carros estavam ocupados, "Meu horóscopo deve estar de brincadeira com a minha cara! Que ódio!". Fiquei olhando para os dois lados da rua, pensando numa solução, quando vi Ryan saindo de sua casa. "Será que se eu chamar ele, me deixaria no vácuo?", pensei, considerando a hipótese de lhe pedir uma carona, uma vez que a Estação 19 fica a caminho do Departamento de Polícia em que ele trabalha.

– Ryan? – gritei, chamando sua atenção. – Oi. Tudo bem? – perguntei quando ele se virou para mim.

– Oi Andy. Tudo e você?

– Tudo. – disse, constrangida. – Faz um tempo né?

– Cara, muito trabalho né? – comentou como motivo de seu sumiço, com um sorriso de canto de boca e passando a chave do carro nas sobrancelhas.

– Falando em trabalho, estou indo pra lá.

– Que horas começa seu turno? Está tarde Andy.

– Pois é né. – falei, na esperança de que ele me oferecesse uma carona sem que eu precisasse pedir. – O turno começa em 17 minutos.

– Olha, eu vou ter que te convidar para ir de carro comigo então – sorriu, abrindo a porta do passageiro. – Fingindo que eu não sei que me pediria se não fosse tão orgulhosa.

A FORÇA DO DESTINOOnde histórias criam vida. Descubra agora