She loves Me

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Pov Laura

Ouvi Sofia me pedir para acordar. Eu não sabia desde quando estava consciente, mas não me lembrava de nada antes que sua voz chegasse até meus ouvidos. Meu corpo inteiro estava dormente e estranho, o sono era pesado e eu não tinha vontade de abrir os olhos, mas ela falou sobre minha filha, não consegui entender o quê, mas eu soube que tinha que encarar a verdade. Fiz uma força incrível para abrir os olhos e continuar com eles abertos. Apertei a mão de Sofia, mas meus dedos não funcionaram como eu gostaria. Mesmo assim ela olhou para cima. Eu me sentia entorpecida, minha garganta tinha um gosto horrível e estava dolorida, e mesmo não sabendo se conseguia falar, eu tinha que fazer um esforço. Por ela, pela bebê...

- O... Ryan... - gaguejei. Parecia que as palavras ficavam presas no céu da minha boca.

- Nós sabemos, amor - disse Sofia com lágrimas escorrendo pelo rosto. Ela levantou da cadeira e se jogou sobre o meu corpo em um abraço desajeitado, beijou meus lábios, uma, duas, três vezes, dez vezes. - Vai ficar tudo bem.

- O bebê. - Eu queria saber do meu bebê, só ele importava.

- Ela está bem - respondeu.

Olhei para ela, semicerrando os olhos. Ela poderia estar mentindo para mim; eu mentiria se fosse ela.

- Eu juro - reafirmou -, ela está bem, até ouvi o coraçãozinho há alguns dias.

- Dias? - perguntei com esforço. Ela? - Eu sabia que ela chamava o bebê de "ela", mas dessa vez ela disse com alguma certeza no olhar.

- Sim, ela. É uma menina - disse sorrindo. Meu coração bateu mais rápido. Eu teria uma menina, uma menininha que ainda possuía batidas em seu pequeno coração. Agradeci em silêncio. - Você dormiu por vários dias.

- Sua cara está horrível - informei ela sorrindo. Ela passou a mão pelo rosto e fez cara de surpresa.

- É acho que você está realmente bem - respondeu sorrindo também. - já está até reclamando das coisas.

- Eles tentaram... sorvete... - Eu queria explicar o que tinha acontecido, contar a ela tudo que eu tinha passado, mas as palavras fugiam de mim. Eu estava com sono. Fechei os olhos por um momento somente para piscar, mas se tornou um trabalho muito árduo reabri-los...



* * *


A luz do sol começou a me incomodar, tentei me virar de lado, mas meu corpo reclamou, então abri meus olhos para encarar diversos pares de outros olhos assustados e felizes. Minhas irmãs, meus pais, Renata e Sofia - todos estavam à minha volta. A primeira coisa na qual reparei foi que Sofia estava com a aparência mais descansada. Por um momento não me lembrei de por que eu quis tanto fugir dela. Seus olhos brilhavam olhando para os meus. Eu a amava tanto! Só de vê-la, meu coração palpitava e as borboletas começavam uma longa canção.

- Oi, Bela Adormecida - cumprimentou Ari, com os olhos cheios de lágrimas. Sorri.

- Oi. - Minha palavra saiu fraca, minha garganta ainda estava em um estado deplorável.

- Nunca mais... - começou Alondra. Já? Eu mal tinha acordado. - Nunca mais tente matar a gente de susto. Você tem noção de como ficamos preocupados, sua desmiolada?

- Ela mal acordou e você já está enchendo o saco? - perguntou Renata de mau humor. - Mas ela tem razão, você está terminantemente proibida de quase morrer outra vez.

Ao ouvir a menção da palavra "morrer", minha mãe começou a chorar e correu para junto da cama, jogando-se sobre mim. Reclamei e ela se levantou só o suficiente para não me esmagar.

The Girl With Red HairOnde histórias criam vida. Descubra agora