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   — Soo só teve coragem de levantar o olhar novamente quando viu de soslaio a mesma garçonete que lhe atendeu deixar uma bandeja na mesa e sair.

Kyung-soo o olhava intensamente, ficou preso nos olhares daquele ser magnífico, sim, ele era magnífico, era tão bonito, e ninguém poderia dizer o contrário.

O mesmo tinha traços delicados, sua feição serena, tão meigo, Kyung-soo o achava meigo, mas não sabia o motivo de ter pensando naquilo. Soo admirou por mais alguns minutos o ser a sua frente e nem se quer percebeu quando o outro se levantou da própria mesa e andou em direção a sua.

Quando Kyung-soo se tocou, o rapaz agora não era mais aquele garoto estranho de três mesas de distância, pois agora, ele estava sentado na cadeira a frente de Soo, seus olhares conectados e as bandejas postas na mesa como se fosse a marcação de cada um em seu território.

Kyung-soo estava com os olhos esbugalhados, não sabia como reagir, foi repentino, um ato inesperado que causou por um instante, desconforto a Soo.

Ele puxou o ar para seus pulmões, tentando controlar a sua respiração, contou até três e virou o rosto para enfim, olhar o garoto que estava um pouco distante.

Pois é, as vezes podemos não saber quem são as pessoas, mas nossos corações batem fortemente como se conhecêssemos a vários anos, e foi o que Kyung-soo sentiu, seu coração batendo rapidamente, sua respiração um pouco descontrolada por ter prendido a respiração; e só veio se dar conta quanto o ar faltou e ele teve que voltar a respirar.

Soo não sabia o que dizer, não sabia se era para ele falar algo, ou apenas ficar calado, já que não conhecia aquele garoto não iria fazer diferença para ele.

Mas como a vida é cheia de surpresas, Kyung-soo não precisou dizer nada. O estranho olhou com um pequeno sorriso de lado e logo tratou de se pronunciar.

— Oi, tudo bem? — Ele falou, sua voz era doce e calma. Kyung-soo tinha amado aquele tom de voz, e pela primeira vez naquele dia, Kyung-soo gostou de algo que aconteceu naquela tarde tão triste que era pra ser uma tarde tão especial, mas acabou sendo um dos maiores desastres de sua vida.

— Oi... — Kyung-soo falou, estava tão avoado, nem sabia o que falar direito, talvez tenha sido pelo medo repentino que habitou em si, ou era apenas aquele garoto a sua frente que tirava todo o foco do mundo.

Kyung-soo secava o rapaz bonito que agora estava a falar com ele. — Eu estou bem! — Mentiu, não falaria sobre o que aconteceu para um estranho, nem de quer deveria estar conversando com ele; não sabia quem era, onde morava, ou ao menos seu nome.

Sua mãe sempre falava "não converse com estranhos, não aceite nada de estranhos nem se quer olhe para um estranho."  Mas lá estava Kyung-soo, sentado no final da mesa de uma sorveteria ralé, conversando com um rapaz meigo, mas um estranho.

Na vida, as pessoas podem destruir umas as outras sem nem se quer saber, as vezes são com palavras, as vezes com atos, as vezes por querer, e outras nem deram conta que faria tão mau para as pessoas próximas.

Naquele dia tão triste, Kyung-soo seria só mais um, mais um garoto que foi destruído por dentro e por fora, pena que ele ainda não sabia daquilo, mas o destino preparava uma grande surpresa.

— Ahan, sei, pensei que as pessoas que viam a esse lugar, vinham apenas para afogar suas mágoas, mas tudo bem! Se não quiser contar, eu entendo. —

Kyung-soo ouviu a voz do outro mais uma vez, sua mente agora pensou por alguns segundos, raciocinando que aquele ser tinha os mesmos pensamentos que ele, ou talvez todas que pisaram neste lugar tivesse aquele pensamento, mas era diferente.

Era o garoto que Kyung-soo achava bonito, era a primeira coisa boa que Soo teve naquele dia, a primeira que ele tocou, sentiu, e ouviu.

Mas a vida é tão curta, e sabemos que nada dura para sempre, Kyung-soo sabia disto, mas não sabia que seu destino naquele dia seria tão bom. Mas ele não imaginava que seu final seria tão trágico.

— Hoje é meu aniversário... Mas, arg, como posso te dizer isso? — Kyung-soo fez uma pausa para pensar melhor e prosseguiu em seguida quando achou as palavras certas.

— Bem, hoje é meu aniversário... Mas, ninguém foi pra minha festa. — Soo proferiu para o garoto a sua frente, ele percebeu quando sua expressão mudou, era uma mistura de surpresa e talvez pena... Ele não sabia ao certo, apenas soltou uma gargalhada sem humor e quase chorou novamente por tocar naquele assunto.

Mas se segurou, já que não iria chorar na frente de um estranho. — Bem, então... Feliz aniversário, e sinto muito por isso. — O rapaz de cabelos castanhos falou fazendo Kyung-soo abrir um pequeno sorriso, Soo olhou para o garoto e respirou fundo.

— Mas, e você? Por qual motivo está aqui? — Kyung-soo indagou, sua mão indo até a mesa, deixando seu cotovelo apoiado no balcão meio sujo e sua mão apoiava seu queixo. Do estava cheio de perguntas, mas não sabia como fazê-las, ele estava tão curioso, mas não sabia como matar a curiosidade.

                 Mas como muita gente diz "A curiosidade matou o gato." Mas Kyung-soo não queria morrer, e mais uma vez, mal sabia ele que naquele dia, sua morte estava o esperando, sentada perto de seu túmulo.

𝅄۟❁ǂ🏹․𝆯ʾʾavisos:ゝ

— atualizações: todos os domingos.

— feito por: yakaruye (conta offline)

— repostado e feito por: benjamin.seashell (escritor)

— shortfic;; shipp: kaisoo;; sadfic;;

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⏰ Última atualização: Jun 07, 2020 ⏰

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