I still want you - vmon

Capítulo único - Dia cansativo

Depois de um dia cansativo de trabalho árduo, onde eu tive de aguentar meu chefe - vulgo ex namorado/ficante nas horas vagas, Kim Taehyung - me enchendo o saco por não ter feito a entrega no endereço certo, resolvi ir em um dos vários bares badalados das noites frias de Seul.

Optei pelo o mais próximo do meu trabalho, para depois de uma bebedeira, eu ir como um trouxa atrás dele e pedir para voltar - ou pelos menos, transar -. Não é que tenha tido uma grande briga quando separamos, mas não digo que foi algo calma, onde separamos e viramos amigos, nada disso. Discutimos, e muito, até terminamos na cama, mas eu fiz besteira - falei, na verdade -, e dali abriu uma brecha para o nosso término. Não vou mentir, não aceitei aquilo, tanto que nutro sentimentos por ele até hoje, mas né, o que ele tem de teimoso, chega a ser bem mais do que seu próprio auto ego. Terminarmos, mas eu continuo trabalhando na empresa de entrega dele, chega até ser chato, pois tenho de conviver com ele e aquele "amiguinho" dele, Hoseok. Sério, nunca peguei tanto ranço de um casalzinho que se faz na frente dos outros, mas segundo Taehyung, eles não são nada, apenas amigos, "aham, sei, senta lá Cláudia!!".



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É a quinta dose de uísque que eu bebo, e não me sinto apto - ainda - para ir ao apartamento dele (que inclusive, é no prédio em frente daquele onde ele toca seus negócios). "- Talvez mais algumas, aí eu crio coragem. Éh, talvez mais algumas!". Olhei para o garçom, já conhecido meu das noites que o deixo escutar minhas lamúrias, e pedi mais um copo, ele me encarou com certa pena e acenou. Mas não tem jeito, essa noite, eu só saio daqui do balcão quando estiver completamente alucinado - devido ao teor de álcool que irei ingerir - e com uma puta coragem de ir ver meu ex.

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Já são 22:00, e adivinha quem é o babaca que está cambaleando até o prédio do ex com pensamentos impuros?! Isso mesmo, o trouxa aqui. "- Eu deveria mesmo procurar o que fazer da minha vida!!". Fazia mais de quinze minutos que sai daquela boate e acho que devo estar ficando um pouco sóbrio, pois comecei a ter pensamentos preocupantes, "- E se ele estiver com aquele ruivo oxigenado?! E se ele já me esqueceu?! Não, não poderia, faz mais de um mês que nós vemos no AP dele, ele não me esqueceria tão rápido assim, ou esqueceria!?!". E com essa reflexão, olhei em minha volta, e mesmo não estando tão lúcido, sabia onde estava. Era a esquina da rua onde ele mora, tantas lembranças eu tenho daquele lugar. O AP que ele vive é um prédio de cinco andares, tem um certo aspecto rústico, mas nada que tire sua classe. Lembro das noites em que nós voltávamos depois de uma festa, na madrugada, brigados por algo, e devido a nossa grande tensão sexual, tudo se resolvia dentro do elevador. "Bons tempos!!".

Entrei pelo o saguão, e estava tudo vazio, as luzes ainda estava acessas, o que indicava que o guardinha ainda se encontrava ali, mas se fosse o mesmo que eu conheci a uns anos atrás, já tinha uma certa ideia de onde ele estava junto de uma revista nova das famosas coelhinhas. Atravessei todo o percurso até dar de cara com as portas do elevador. Apertei para descer, e enquanto esperava, escutei algumas risadas virem da sala de recepção. Eu, como um bom curioso (fuxiqueiro) que sou, fui até lá para saber quem era. Mesmo estando um pouquinho alterado, eu ainda tinha uma certa sanidade, e pude jurar que uma das risadas que escutei era de Tae - era impossível não reconhecer aquela risada engasgada e rouca, uma das coisas que eu amo nele -. Sorri, mas logo fechei a cara, pois havia outra risada, mais escandalosa e engraçada. Me aproximei da entrada e olhei de canto, reconheci Tae, mas não gostei nada da cena - ele sentado no colo daquele cara, com um braço em volta do pescoço do mesmo e o outro segura uma taça de vinho, enquanto o ruivo tinha uma das mãos na sua cintura e bebia com a outra. Aquela cena me atingiu em cheio, não sei o que aconteceu, mas despertou uma certa raiva e talvez uma pitada de tristeza, mas não mais que a raiva. Por impulso, sai do meu esconderijo e fui de encontro aos dois. Quando eles me perceberam, Tae parou de sorrir e saiu de cima do outro com um semblante um tanto surpreso e assustado, enquanto que o tal Hobi - como gostava de ser chamado -, me encarou duvidoso e sério.