APENAS UMA RAZÃO PARA AMAR VOCÊ

Capítulo 20

Dehayne

- Base, máscara de cílios, corretivo, batom...Faltou alguma coisa? - Briseis pergunta, guardando alguns itens dentro da maleta de maquiagem.

- Não estou parecendo uma palhaça não né? - brinco.

- Está perfeita. Eu deveria investir em estética - diz gabando-se. - Quanto a roupa, deixa eu ver - Ela leva a mão ao queixo.- Este vestido azul com mangas curtas e rendadas parece bom, o que você acha?

- Tá ótimo. Não quero que o Cristian pense que estou apaixonada por ele.

- O que basicamente é verdade.

🦋🦋🦋

Visto o vestido azul que a Briseis escolheu pra mim, calço um scarpan preto, e dou uma última checada no meu visual.

- VAMOS! O taxi já está lá embaixo.

- Só um momento, Briseis. Preciso pegar algo que eu esqueci - abro minha caixinha de jóias, retiro um pequeno objeto e o coloco em meu dedo anular da mão esquerda, depois devolvo a caixa ao seu lugar.

Pego também uma pasta com alguns papeis, aos quais contém idéias sobre o meu projeto de biologia.

- Espera aí, o que é isso?

- Ora é uma pasta.

- Eu sei o que é, Dehayne, só quero saber porquê está lavando " uma pasta " para um encontro?

- Porque não é um encontro.

- Santo Deus! Quanta imaturidade. Quando vai admitir que gosta do Cristian?

- Não estou gostando nada do rumo que a nossa conversa está tomando. - Reviro os olhos.

- Então diga-me uma coisa: por que quer se aproximar dele? Porque ama estudar? - Ela arqueia uma das sobrancelhas.

- Nosso taxi está lá embaixo não está?

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CRISTIAN

- A Dehayne está demorando muito mais do que o previsto, será que ela virá, Cielo?

- Já é estranho acreditar que ela aceitou sair com você, porque minha prima é insuportável.

- Não é um encontro, Cielo, é somente um almoço. E a Dehayne é uma garota meio difícil de lidar; insuportável é uma palavra forte e que não a define.

- Viu. Já está defendendo ela. Se eu fosse você, compraria flores pra sua dama. Tulipas brancas. São as preferidas dela.

- Da próxima vez eu compro.

- Então vai ter uma "próxima" vez? - Cielo sorri maliciosamente. - ODEIO ter que concordar com o meu tio, mas parece que ele sempre tem razão. E desta vez não é diferente.

- Do que está falando?

- Você e minha priminha. Está na cara que está acontecendo algo entre vocês dois - Sorrio com o canto dos lábios.

- Não sei que paranóias seu tio lhe contou mas acho que ele está equivocado no que me concerne.

- Não, Cristian, é você quem está errado em pensar que pode lograr seu coração dessa maneira, dê uma chance a si mesmo ao menos uma vez na vida. Aproveita que o aniversário da DEHAYNE está chegando e prepara algo especial - Esta última frase sai quase como um sussurro.

Não consigo pronunciar uma única palavra porque sei que o loiro tem razão. Preciso me dar uma chance.

Essas últimas semanas foram incríveis. Eu e Dehayne nos divertimos muito estudando juntos. Me senti uma nova pessoa ao seu lado, tive a oportunidade de conhecê-la melhor e isso foi ótimo. Mesmo assim, sinto que o meu coração não está pronto ainda.

- Chegaram. Finalmente! - Uma voz ao lado tira-me de meus devaneios.

- Demorei muito? - Dehayne pergunta.

Ela está deslumbrante.

- Dehayne? - Cielo leva as mãos aos lábios e me encara com um olhar de quem diz: " Eu disse que era um encontro. " - Você está bonita! - acrescenta.

- Obrigada, eu acho.

- Briseis, ela bateu com a cabeça quando estava vindo pra cá? - ironiza. - DEHAYNE agradecendo um elogio meu? Essa é nova!

- Oi, meninas - cumprimento-as. E elas me respondem em coro.

- Está...linda! - estou meio envergonhado por não me portar como deveria diante de uma dama.

- Obrigada, Cristian. - Suas bochechas ganham um lindo tom avermelhado.

- Acho que podemos ir.

- Claro!

🌹🌹

No restaurante conversamos sobre vários assuntos. Cielo e Briseis sentam-se em outra mesa, imagino que seja para nos dar um pouco de privacidade. Talvez esta seja a hora certa pra nos entendermos.

- Dehayne, eu queria saber se...- minhas palavras pairam no ar ao lembrar-me da garota explosiva que ela é, do que ela disse pra mim no dia em que nos casamos e das inúmeras discussões que houve entre nós desde então, receoso, mudo rapidamente o foco da pergunta: - quero saber como foi o seu teste?

- Ah! Melhor que os anteriores. Porém, ainda tenho algumas dúvidas. Na verdade, foi o melhor teste que eu já fiz.

- Sério?

Ela assente com a cabeça.

- Depois que almoçarmos podemos passar na empresa, tenho algumas idéias para o seu trabalho de biologia. O que me diz?

- Excelente! Só espero não estar atrapalhando - Ela baixa a cabeça e ponho minha mão sobre a dela.

- Não incomoda nem um pouco. Pelo contrário estarei aqui para o que precisar - digo apertando sua mão levemente, entrelaçando-a na minha em seguida. E não posso deixar de notar um pontinho brilhante e dourado, adornando seu dedo anular.

A aliança que dei a ela no dia em que nos casamos.

Um misto de sentimentos simultâneos me invadem deixando-me sem firmeza nas palavras. Não consigo dizer nada a ela, minha voz trava, as palavras não saem...droga! Estou me sentido um completo Idiota!

E agora? O que será que vai acontecer?

Próximo capítulo será postado sábado. Até lá.

Isa.