Sunshine

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Fazia um dia lindo na cidade de Paris, os pássaros cantavam, o vento soprava, e o sol iluminava todo o horizonte. Nada parecia dar errado, a não ser por uma briga que acontecia na frente da padaria dos Dupain-Cheing.

— Você sabia que isso nunca daria certo! Você ainda pensa no Adrien, Marinette! — dizia Luka, subindo em sua bicicleta.

— Mas eu quero ficar com você, Luka. — falava calmamente Marinette, tentando consertar a situação.

— Olha Mari, nós dois sabemos que esse é o melhor. Isso não significa que não vamos mais ser amigos, mesmo eu ainda gostando de você. — o garoto começou a pedalar, indo para longe.

A azulada não conseguia entender como podia ainda gostar de duas pessoas ao mesmo tempo. Ela amava Luka, com seu jeito calmo e gentil, e sua maneira de sempre usar a música para se expressar. Mas ela também gostava de Adrien, o modelo que roubou seu coração naquele segundo dia de aula, e não importava o que fizesse aquele sentimento não ia embora.

Algumas lágrimas rolaram por suas bochechas, mas ela sabia que alguma hora isso aconteceria. Amar duas pessoas nunca daria certo, seu coração acabaria batendo mais forte por apenas um. E era isso que acontecia, ela amava mais Adrien do que Luka, fazendo com que a relação entre eles nunca desse certo.

Subiu até o quarto e deitou em sua cama, abraçando os joelhos. A vida parecia sempre querer deixá-la para baixo, mas pelo menos ela tinha sua kwami Tikki, que sempre tentava animá-la mostrando o lado positivo.

— Vamos, Mari, você não precisa de nenhum garoto para ser feliz. — dizia a kwami, incentivando a garota a levantar.

— Tudo bem, você tem razão. Vou parar de pensar nisso. — Marinette levantou de sua cama e foi até a cozinha, preparar alguns croissants.

Comer talvez ajudasse a conter as lágrimas, mesmo que a garota ainda tivesse vontade de chorar. Andar um pouco por Paris poderia ajudar também. Sim, isso seria uma boa ideia.

Tirou o avental e limpou seu nariz, coberto de farinha, e saiu andando meio sem rumo pelas ruas. Observar a cidade sempre a deixava melhor, e desta vez queria vê-la como Marinette, e não Ladybug.

Seus pensamentos ficavam voltando para a briga que tivera com Luka, fazendo seus olhos se marejarem aos poucos. Estava tentando não pensar mais nisso, mas era impossível. Toda vez que se lembrava de uma melodia, a visão de Luka a tocando com seu violão aparecia, deixando a menina sem opção a não ser chorar novamente.

Enquanto andava distraída não percebeu estar diante da imensa mansão Agreste, bem em frente do portão que protegia a casa. Era até irônico ela acabar caminhando até ali, visto que sua maior paixão, o motivo de ter discutido com Luka, morava naquele lugar.

Ela desejava sair dali, tentar não pensar mais em garotos e em nada. Foi quando cruzou a rua, e olhou para a grande janela de vidro do quarto do loiro, que seu mundo caiu. Agora ela queria bater em si própria por ter sido tão idiota durante tanto tempo.

Lá estava ele, parado perto da janela, se transformando em seu parceiro Chat Noir. A garota colocou as mãos sobre a boca espantada, não conseguindo acreditar no que vira. Tikki estava quase mais assustada que Marinette, pois os portadores não deviam saber as identidades uns dos outros.

Por outro lado, a pequena kwami não podia fazer nada em relação ao ocorrido. Ao contrário de Fluff, seu poder não era o do tempo e sim o da criação, por isso a única coisa que fez foi ficar quieta e escutar os lamentos da azulada, dizendo o quanto havia sido cega pelo amor de Adrien.

Marinette pensou no quanto ainda estava triste por ter terminado com Luka, e resolveu seguí-lo. Não por ter descoberto sua identidade, e sim porque precisava de um ombro amigo, alguém em quem confiasse.

Se escondeu em um beco e transformou-se em Ladybug, pegando seu ioiô e indo atrás do gatinho. Podia não ter visto onde ele havia ido, mas sabia exatamente onde estaria. Chegou perto de um telhado que ficava de frente para a enorme Torre Eiffel, e ali encontrou Chat Noir. Sentado bem na beira, com os pés balançando, enquanto admirava o monumento.

A garota se sentou ao seu lado, sem fazer nenhum barulho, e acompanhou seu olhar até o horizonte. Naquele fim de tarde o céu estava limpo, perfeito para ser observado durante horas enquanto começava a ficar com o brilho do sol poente.

Os dois ficaram por um tempo apenas ali sentados, sem pronunciar nenhuma palavra. Só a presença um do outro já os alegrava, mesmo eles não estando mais tão próximos quanto antes.

Nos últimos dois meses os dois estavam mais afastados do que nunca, pois cada um tinha decidido seguir com sua vida e ter suas próprias relações. Chat Noir parou de chamar sua parceira de "my lady", enquanto nossa joaninha também parou de chamá-lo de "gatinho".

Naquele momento, cada um apenas aproveitava o silêncio, felizes por estarem ali mais uma vez. Era uma das melhores visões da torre, ainda mais com o pôr do sol ao fundo.

— Veio observar a bela vista, Ladybug? — disse Chat Noir colocando as duas mãos para trás, se escorando.

— Na verdade não. — falou a joaninha, lançando um olhar para Chat.

— Aé? O que a trouxe aqui então? — disse o gatuno, debochando da azulada.

— Querer ver um velho amigo não é um motivo suficiente para você? — falou Ladybug, dando um leve sorriso.

— Talvez. — ele olhou para cima, não percebendo uma mão vindo perto de si e puxando sua orelha. — Ai, isso dói!

O garoto ficou esfregando a orelha dolorida por alguns segundos, até olhar novamente para Ladybug. Ela estava se segurando para não rir, pois lembrar que puxou a orelha de Adrien começou a deixá-la um pouco nervosa, e aquela cena era engraçada.

Logo os dois estavam gargalhando, sem entender o real motivo que os levou a isso. Um novo brilho começava a cintilar entre os dois, junto com a primeira estrela que se mostrava no céu acinzentado.

— Sabe, eu senti falta disso. — disse a garota, quando eles finalmente pararam de rir.

— Disso o quê? — perguntou Chat.

— Nós dois, juntos e se divertindo. Já faz dois meses que não rimos juntos, e que não nos referimos a nós como "my lady" e "gatinho". — Ladybug olhava atenta para seu parceiro, sem pensar muito que agora sabia sua identidade.

— É, isso é verdade. Quando decidimos seguir com nossas próprias vidas, parecia a melhor opção. — disse o gatuno, olhando para as ruas da cidade.

— Sim, mas agora não me parece mais uma boa opção. — disse a azulada, tirando um olhar atento de Chat Noir.

— Por quê?

— A vida sem as máscaras também é difícil, e nem sempre tudo sai como planejado.

— Você também terminou com seu namorado, né? — falou Chat, observando Ladybug.

— Sim. Espera, como assim "também"? Você terminou com sua namorada, Chat? — disse Ladybug, bastante surpresa por descobrir que Adrien havia terminado com Kagami.

— É. Nós eramos parecidos demais, perfeito demais para ser verdade.

A menina sentou mais perto do garoto, e colocou a cabeça em seu ombro. Não importava se estava falando com Adrien, naquele momento ele era Chat Noir, seu melhor amigo e parceiro. A única coisa que ela queria era tentar confortá-lo, mesmo também estando triste.

O Sol finalmente se pôs no horizonte, deixando sua última réstia de luz repousar sobre o novo casal. Chat Noir ainda amava Ladybug, e a garota também começava a amá-lo. Enxergava agora que ele era Adrien, e começava a entendê-lo melhor.

Nenhum dos dois sabia o que poderia acontecer. Alguém descobrir as identidades já havia se tornado um completo caos, mas Marinette não estava ligando para isso. O futuro ainda estava distante e enquanto isso, a única coisa que poderiam fazer seria aproveitar o máximo que conseguissem.


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E então gente? Gostaram? Eu ainda estou pensando, mas talvez eu faça uma continuação nessa one.

Tchau, tchau!!

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