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Fernando: Por que não me disse que já tinha um namorado?!..- perguntou tentando regular o tom de voz assim que eles entraram no escritório...

Fanny: Isso é óbvio,porque eu sabia que você não ia gostar nada..

Fernando: É eu não gostei,deixou claro que não tem confiança em mim..

Fanny: Você também não me contou que passou a noite com a Isabela,então estamos quites,também não tem confiança em mim..

Fernando: Não,com a Isabela é..- ele se sentou na cadeira atrás da mesa..

Fanny: Papai eu já não tenho 5 anos!..- interrompeu o progenitor de prosseguir com a explicação..- Eu sei que vocês viajaram juntos,não venha de inocência,o que esperava que acontecesse?!..

Fernando: Espera,não,agora estamos falando do seu mensageiro..- levantou-se gritando alterado..

Fanny: Ele se chama León,e admite que para você foi uma bomba,o que aconteceria se eu chegasse com um cara que joga golfe e que vai herdar a empresa do papai,hein,qual seria sua reação?!..

Fernando: Eu não sou esse tipo de pai meu Deus,estaríamos tendo a mesma discussão,você não pode mentir para mim,é melhor seguir as regras Estefânia,estou pedindo..

Fanny: Aí por favor!..

Fernando: Por favor o que?!..

Fanny: Eu já não sei que tipo de pai você é,não te conheço mais,você nunca está em casa,e quando está se tranca aqui para trabalhar e aí daquele que lhe incomodar,mas dormir com sua colega de trabalho e esconder de nós você tem tempo,e está tudo bem,ainda estranha porque não existe confiança..

Fernando: Não fala isso,eu estou me esforçando por vocês,não percebeu?!..

Fanny: Muito obrigada papai,não sabe como eu agradeço que esteja perdendo umas duas ou mais horas para nos dar atenção..- falou secando as lágrimas..

Fernando: Para de falar bobagens caramba,siga as regras e ponto..

Fanny: Quer saber eu estou cansada e com raiva de você por muitos motivos,faz dois anos que minha mãe morreu e tudo que você faz é se isolar,e os seu filhos,e a nossa dor,e a nossa solidão,o que te importa mesmo e as malditas regras,então fique com elas!..- gritou,
segurou sua bolsa firmemente e saiu..

Fernando: Fanny!??..- saiu gritando atrás da filha que subirá apressada,porém Ana já havia se adiantado e chegará primeiro..

(...)

Ana: Fanny se acalma,brigando assim com seu pai não vai adiantar nada..

Fanny: E que tem muitas coisas que magoam Ana e eu não aguento mais..

Fernando: Por favor não exagere com as coisas Estefânia..

Fanny: Olha só que está falando de exagero..- ela que tinha se sentado na cama se levantou alterada..

Fernando: Por que não se acalma e conversamos novamente,o que acha?

Ana: O seu pai tem toda razão Fanny,não tem porque ficar assim..

Fanny: Não consigo viver obedecendo as regras de um pai intolerante que prefere ficar no trabalho,e sair com suas colegas de trabalho do que ficar com os filhos..

Ana: Fanny escuta,eu acho melhor a gente sair para caminhar um pouquinho para respirar,e depois voltamos e vocês voltam a conversa,o que acha?..

Fanny: Não se mete Ana!..- deu um grito que assustou a babá..

Fernando: Me desculpe Fanny,mas a Ana não tem culpa de nada,então não fale assim,não esqueça que enquanto morar nesta casa vai seguir as regras..

Fanny: Você já disse isso mil vezes pai,eu sou maior de idade posso fazer o que quiser,e quando desejar,o senhor já não manda em mim,sou livre posso tomar minhas decisões sozinha..

Fernando: Ah é?!..

Fanny: Não ficou sabendo eu fiz 19 anos,ah é,esqueci,não existimos pra você..

Fernando: Ah,então senhora maior de idade,já que pode fazer o que te der vontade sem precisar explicar me dê as chaves do carro..- rapidamente a jovem buscou as chaves na bolsa..

Fanny: Está tudo aqui senhor,os cartões também..- jogou sobre a cama..- Não preciso e nem quero nada,estou super decepcionada com você,agora me deixem

Ana: Aí meu Deus!..- disse ao vê Fernando recolher as coisas e sair do cômodo de dormir da filha..

Fernando: Eu não sei o que fiz de errado,realmente não sei Ana..- disse e se retirou do local..

Como a confusão havia superado todos os limites,Ana teve que acalmar os pequenos que estavam assustados, enquanto Fernando sozinho na biblioteca pensava no que acontecerá,mas estava atormentado demais e sozinho não conseguiria,então decidiu ligar para Ana que saia do quarto das meninas..

Fernando: Ana,ainda não foi dormir?..- a ligação logo foi atendida

Ana: Ainda não senhor,por!?..

Fernando: Você poderia vir a biblioteca por favor estou precisando..

Ana: Sim,eu já estou indo para ir..- desligou e apressada caminhou em direção ao local..- Com licença senhor,tomei a liberdade..- falou se referindo a bandeja que carregava..- Perdão eu sei que o senhor não bebe,mas devido os últimos acontecimentos seria bom para relaxar os ânimos..

Fernando: Bom,obrigado..- disse pegando uma das taças..- Senta,fique a vontade..- a castanha obedeceu..- Me diga como conseguiu abrir a adega se sou eu tenho a chave da mesma?!..

Ana: Ah,e que eu tenho uns truques..

Fernando: A Fanny já dormiu?..

Ana: Sim senhor,eu não quis incomodá-la,a entendo perfeitamente,já tive a idade dela,e as vezes é melhor esperar as coisas se acalmarem,né??..

Fernando: Sim,eu fui terrível Ana,eu fiz exatamente o que não deveria..

Ana: O que posso dizer,não,olha,sim,tirar o carro foi um pouco de exagero..

Fernando: Eu só quero que minha filha seja feliz,que não cometa erros..

Ana: Pois é,mas eu sabia que uma hora vocês iam despejar as coisa que estava incomodando vocês,não é?..

Fernando: Sabe,as vezes eu acho que como pai de família sou um desastre,a Fanny tem razão,eu não estive com eles,não os apoiei como deveria,não fui um pai na hora que precisavam..

Ana: Eu sei,mas o senhor também tinha sua própria dor..

Fernando: Bom,de qualquer forma a minha filha,os meus filhos precisavam de mim,e eu falhei com eles..

Ana: Não senhor,não fique assim porque olha,amanhã é outro dia,o senhor vai dar um beijo nela e vão consertar as coisas,o que acha?!..- eles voltaram a se sentar..- Oh,o senhor já está mudando como pai,esta aí todo preocupado com a bronca que deu na Fanny,isso já é um grande avanço senhor gelado..- ela se assustou com a nova besteira que disse..

Fernando: Como assim gelado?!..

Ana: É a maneira que eu chamo o senhor,mas não saio dizendo para ninguém juro,só para mim,para falar a verdade,cá entre nós e que as vezes o senhor é muito frio..

Fernando: Pois é,como hoje,mas quer sabe eu achei o apelido bem original,admiro isso em você,sua espontaneidade,você me abre os olhos,se fossemos um pouco como você teríamos evitado problemas como de hoje,não acha?!..- sugeriu um brinde a Ana que sem graça lhe desejou saúde..

Continua..

Espero que tenham gostado
Escritora Salinas 😘

UMA NOVA CHANCE PARA AMAR (EM REVISÃO )Onde histórias criam vida. Descubra agora