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Estamos no meu quarto a noite toda, Corbyn resolveu ficar aqui depois que voltamos, antecipadamente, da viagem, afinal, é domingo à noite. No fim das contas, não teve mais clima para ninguém se divertir depois da briga que rolou, mesmo que Jack tenha se acalmado. Daniel resolveu que voltar para casa seria o melhor para todos nós, e todo mundo concordou. Então, aqui estamos nós, dividindo um pote de pipoca, deitados de barriga para baixo e assistindo Para Todos os Garotos que Já Amei.

— Eu gosto do Josh. — Corbyn diz, do nada e eu o encaro incrédula. — Acho que ele e a Lara Jean fariam um bom casal.

— Uma merda que fariam! — Jogo uma pipoca na cara dele. O loiro apenas ri e bagunça o meu cabelo. — Por que você sempre shippa errado? — Volto a comer.

— Eu não shippo errado, você que não aceita que na maioria das vezes o casal principal não tem a menor graça. — Ele diz, calmamente. Semicerro meus olhos, ao encará-lo e o desgraçado me lança um belo sorriso, com os dentes lindos dele.

— Cale a boca. — Me viro de volta para a televisão.

O filme já está quase no final, quando sinto sono e deito minha cabeça no colchão, com a bochecha encostada no mesmo e o rosto virado para a janela. Sem aviso prévio, sinto Corbyn afastar o meu cabelo e iniciar uma trilha de beijos molhados pelo meu pescoço até a minha orelha, onde ele deixa uma mordida leve na parte de cima, que me faz estremecer.

— Se não quer mais assistir, vamos fazer algo mais legal... — Ouço ele sussurrar no meu ouvido e quase derreto. Entretanto, não me viro para ele. Corbyn passa a mão gelada pela minha cintura, desprotegida porque uso um cropped simples, em seguida a aperta. Seus dedos seguem caminho até o botão do meu short jeans e eu arregalo os olhos. O que ele está fazendo?

Sinto os beijos no meu pescoço voltarem, enquanto ele apenas brinca com a barra da peça. Meu melhor amigo passa a mão pela minha barriga e sobe pelo meio dos meus peitos, até segurar meu rosto e virá-lo para ele. Seus olhos capturam os meus, mas ele não me olha com o carinho usual, me olha como um tigre olha uma presa inocente. Viro completamente o meu corpo, como Corbyn está meio inclinado, fico quase embaixo dele e toco a lateral de seu braço. Seu olhar não desata do meu, nem por um segundo, mesmo quando ele coloca seu corpo totalmente sobre o meu, ao que apóia o peso nos braços, que coloca um de cada lado da minha cabeça.

Ficamos presos naquele contato visual por muito tempo, mas não tempo o suficiente. Desejo que dure para sempre, desejo que o jeito que ele me olhar nunca mude, que eu sempre seja preciosa ou desejada ao seu mirar.

O cantor acaricia o meu rosto lentamente e eu fecho os olhos, gosto de senti-lo fazer isso. No momento em que abro meus mirantes novamente, ele me dá um pequeno sorriso e me beija, devagar. Seus lábios são sempre como uma coisa nova, mesmo eu já o tendo beijado tantas vezes. Apesar da lentidão do toque, sua mão esquerda puxa minha coxa para se entrelaçar em seu corpo e ele aperta minha bunda, algo que nunca fez antes. Ficamos nos beijando por alguns minutos, até que ele corta o beijo e diz:

— Kai... — Sai em forma de sussurro, abafado pelo fato de ele estar ofegante. — Eu não aguento mais ir tão devagar. — O encaro e pisco algumas vezes, em seu olhar vejo claro como água cristalina: desejo.

— Podemos avançar um pouco mais. — Digo, sem pensar muito bem no que aquilo quer dizer.

Corbyn me puxa para um novo beijo, dessa vez bem mais feroz e urgente. Ele segura em minha cintura e inverte as posições, nisso eu fico por cima dele. Ao que isso ocorre, nosso beijo é cortado e eu o miro, surpresa. Ele apenas passa as mãos pela minha cintura e desce, até apertar a minha bunda com tanta força que pulo um pouco para frente. Arqueio a sobrancelha, quando sinto, por baixo de mim, seu membro duro, ou ao menos um pouco duro.

Um pensamento pecaminoso me ocorre, e como não sou boba, o ponho em prática.

Coloco minhas mãos sob o final do abdômen do garoto e subo, devagar, apalpando cada gominho discreto, e quando elas param quase em seu peitoral, o lanço um olhar desafiador e dou uma rebolada em seu colo. Corbyn fecha os olhos e respira fundo, quando os abre novamente, eles parecem mais escuros do que uma tempestade. Ele dá outro apertão na minha bunda e eu entendo como um pedido silencioso para que eu faça aquilo novamente. E eu faço. Várias vezes seguidas, até que o ouço gemer baixinho e me abaixo por cima dele, para beijá-lo com toda a vontade que o momento me permite. Volto a rebolar em seu colo e já me sinto completamente molhada, mas quando seguro a barra da camisa do cantor, ele me impede e quebra o beijo. Paro imediatamente.

— O que foi? — Pergunto, confusa.

— Não quero ir muito devagar, mas também não quero ir tão rápido assim. - Ele encolhe os ombros e eu suspiro, ao que assinto e me jogo na cama ao seu lado. — Me desculpe, eu sei que você tá acostumada a pular toda essa enrolação, eu também tô. É que...

— Você não quer transar comigo? — Digo, ao passo em que o miro, quase magoada.

— É claro que eu quero, Kai... — Ele tenta tocar o meu rosto, mas afasto sua palma.

— Então, por que não? — Tento encontrar a resposta em seu mirar, mas ele não transparece nada além de carinho, agora.

— Olha só, — Ele se inclina para cima de mim, mas sem subir. — você lembra quando perdeu a virgindade e veio me contar?

— Sim, você disse "que legal" e depois mudou de assunto. — Digo, com voz de deboche.

— Primeiro: não deboche, não foi legal ouvir a garota que eu gosto falar sobre o sexo horrível que fez com algum cara aleatório. — Cruzo os braços, ao ouvir. — Segundo: eu... - Ele exita e eu coloco a mão sobre a dele, para mostrar que está tudo bem falar o quer que ele queira. — Eu queria ter tirado a droga da sua virgindade. Queria ter tido a chance de te tratar como você merece. E mesmo que você já não seja virgem e eu também não, eu sinto que tenho uma chance parecida agora. Não vai ser nossa primeira vez na vida, mas vai ser nossa primeira vez juntos, quero que seja boa. — Ele finaliza.

— Corbs... — Tento dizer algo que possa convencê-lo de que não preciso que o sexo com ele seja especial, que sei que vai ser bom de qualquer jeito, porém desisto. A lógica dele é boa. — Tudo bem.

— Me desculpe, tá? Eu sei que é estranho, eu nunca demonstrei ser o cara mais romântico do mundo, mas quero fazer diferente com você. — O loiro segura a minha mão, e prossegue: — Eu tenho algo planejado, tá? Não se preocupe, não vou te fazer esperar por muito tempo.

— Você é tão fofo, fazendo planos pra gente fazer sexo carinhoso. — Falo, em tom de brincadeira e ele ri.

— Você é impossível! — Ele diz e começamos a gargalhar.

Eu entendo o que ele quer dizer, entendo mesmo. Perdemos tantas primeiras vezes, tantos momentos que poderiam ter sido nossos, por medo de ambos. Entretanto, não me arrependo completamente de como nossa relação se desdobrou, porque ser amiga de Corbyn é incrível. Me pergunto se eu o amaria tanto, se apenas tivéssemos começado a namorar de uma vez. Me pergunto se seria tão intenso, ou se seria apenas um namoro bobo na adolescência.

Nós somos pra ser ou o tempo nos transformou no que somos agora? Não sei dizer, mas de qualquer forma, estou feliz.

gostaram da chuva de atts?

xoxo

𝒄𝒍𝒊𝒄𝒉𝒆 ↺ corbyn bessonOnde histórias criam vida. Descubra agora