O CARA LEGAL

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*Essa historia foi revisada por mim porém pode ainda conter erros;
*Se tiver muitos erros comentem para que assim eu possa dar uma segunda revisada.
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AUGUST P.O.V

Finalmente tinha chegado na escola, mesmo sabendo que não ia me atrasar mas minha mãe diz que chegar na hora já é se atrasar. Mal cheguei e Sam já vem correndo em direção a mim, provavelmente se escondendo de Jacob ~seu amor encubado~. Meio que todo mundo do nosso círculo de amizade sabe que os dois, lá no fundo, são apaixonados um pelo outro.

Óbvio que tive que fazer minha piadinha sobre o casalzinho, só pra ver Sam corar de vergonha ou de irritado, nunca vou saber. Dessa vez ele não corou, o que foi um milagre e só nos despertamos que estavamos na frente da porta da sala dele quando ouvi a voz de Patricia. Sam tem raiva dela por conta de seu ciúmes ~mas ele nunca admite~.

Me despedi dele rapidamente e corri em direção a minha sala, pude ainda ver Sam parado ao lado da porta e senti pena por eu ser o único amigo que ele tinha naquela escola toda. Talvez eu devesse conversar com o diretor sobre ele trocar de turma, mas não agora.

Entro na minha sala e percebo que Barbara e nem Diana estão lá, porém Diana provavelmente ainda esta no hospital e Barbara tem a possibilidade de estar matando aula a duas semanas apenas pra ficar com ela. Quem vê de longe acha que são namoradas mas são apenas amigas, já que Diana se diz assexual e tem seus motivos para isso, motivos dos quais não quero me recordar.

Sento na minha mesa que não é nem muita na frente ou muita atrás da sala, eu diria a distância perfeita. A professora de literatura acaba de chegar na sala com sua maior cara de felicidade, o que me assusta já que ninguém é feliz as 7 horas da manhã mas ela parece ser assim a todo momento.

Enquanto a professora vai direto ao quadro pra já dar alguma explicação eu sinto alguém sentar ao meu lado, e já sei que é Barbara por ela ter essa mania de chegar nos lugares silenciosamente, o que faz ela quase nunca levar advertências já que nenhum dos professores se da conta. Advertências ela leva por outros motivos, como brigar com Patricia ou xingar algum aluno babaca, principalmente Jacob.

Olho pra ela e percebo seu rosto cansado e parece que passou horas chorando por seu rosto estar totalmente inchado. Eu não tenho coragem de perguntar nada por que sei que irei receber apenas grosserias..mas, pera aí, ela me abraçou?

-Ei o que esta acontecendo? -pergunto preocupado.- Sabe que pode falar o que quiser comigo né?

Sinto ela me apertar ainda mais nos meus braços e também sinto o cheiro de cigarros impregnado em sua jaqueta de couro. Um cheiro forte mas que não deixa de ser bom, do qual eu já me acostumei depois de tantos anos juntos.

Mas ela fez o que eu já esperava que fizesse, se afastou de mim e olhou pra baixo. Eu ainda podia notar sua feição triste e eu sei bem o motivo, mesmo ela não querendo me falar. O motivo era sempre Diana, desde a muito tempo.

E assim continuamos toda aula, eu prestando atenção no que o professor dizia e ela olhando para baixo. Finalmente bateu o sinal do nosso intervalo e enquanto o pessoal da minha sala saía como uma manada, eu apenas esperei que todos saíssem para daí me levantar e ir até o corredor.

Esperei Sam sair da sala por que eu sabia que ele sempre é o último a sair, pelo mesmo motivo que eu. Não gostávamos de ser pisoteado por aqueles alunos esfomeados que mais se parecem com crianças no maternal.

Quando todos tinham saído da sala de Sam pude notar que ele continuava ali, se tremendo inteiro. Deus, não seja possível que ele também tenha esses ataques como sua irmã. Corri em direção a sua classe mais preocupado do que estava com Barbara por que eu sabia que ela se cuidava sozinha, já ele mal matava um mosquito.

- Cara, o que está acontecendo? -digo me sentando na cadeira ao seu lado.

Sinto seus olhos percorrem a sala inteira, temendo que alguém estivesse ali para nós ouvir, mas não existia nada além de nós dois. Então ele finalmente fala:

- A Patricia quer falar comigo um assunto sério, agora. Eu não sei o que ela vai me dizer mas já estou morrendo de medo.

Essa era mais uma característica dele: ser cagão. Quando eu disse que ele não matava nem mosquito eu estava falando sério.

- Você não precisa ter medo dela, sabe que cão que late não morde. Ela deve estar com ciúmes de você e o Jacob

- De mim e do Jacobabaca? -ele ri cínico.- Impossível.

E sim, quem inventou esse apelido nada comprido foi Sam, que vive dizendo que esse é o verdadeiro nome.

- Vocês tem uma tensão tão grande que é impossível ela não sentir ciúmes, já que ele com ela não faz sentido nenhum. Eles juntos são bonitos no Instagram mas na vida real sabemos que é bem diferente.

Ele apenas concordou com a cabeça olhando para mim. De repente seu rosto mudou de um sorriso debochado para uma cara assustada. Eu estava sentado de costas a porta mas só pela mudança brusca em seu humor pude ter certeza de uma coisa, Patricia estava lá.

Ela apenas entrou mas dessa vez sem seu grupo de abelhas a rodeando, o que pra mim foi surpreendente, já que elas vivem grudadas uma nas outras.

Sam só se tocou do que estava acontecendo quando ela parou na nossa frente e falou:

- Parece que o mocinho não quis aparecer pra nossa conversa e eu tive que te procurar igual uma tonta pela escola inteira. -ela olhava para Sam fixamente- Agora podemos ter nossa conversa em paz?

Agora ela me olhava com seu olhar furtivo e era bem como Sam dizia: "olhares que te queimam vivos e te transformam em pó", disse ele no ano passado quando ela o encarou pela primeira vez. Eu apenas olhei para Sam por que não queria o deixar sozinho.

- Pode ir, você já perdeu uns bons minutos do intervalo e eu sei me cuidar.

Sai da sala mesmo com uma incerteza se ficaria tudo bem e apenas espero não encontrar apenas pó na cadeira.

Corri ao refeitório e vi que todos já se sentavam nas mesas com seu grupinho. Peguei um sanduíche e um copo de suco, tentando ver se tinha algum lugar para mim. Olhei por todo aquele grande refeitório é vi Barbara ~ou Barbie para os íntimos~ sentada no fundão. Fui até ela e tentei ser o mais educado que eu conseguia:

- Posso sentar aqui?

- Claro -me respondeu com uma voz chorosa- Eu preciso conversar com você e pelo amor de Deus não me atrapalhe. Eu sei que você está curioso do por que eu chorei hoje e vou logo avisando que é por causa da Diana. Eu só vou contar isso por você ser o melhor amigo do irmão dela e...

Perdi totalmente a fome e olhei diretamente pra ela, pedindo silenciosamente que continuasse. Será que ela sabia uma coisa que Sam não teria me contado? Me tirando dos meus pensamentos ela continuou a falar.

- Eu e o pai delas discutimos hoje, ele acha que eu sou uma péssima influência pra Ana.

Primeiro: Ana é o apelido da Diana e, Segundo: odeio que pensem que Barbie é uma péssima influência apenas por seu estilo gótico. Tudo bem que ela se veste toda de preto e seu cabelo é mais escuro do que o normal mas isso são gostos e gostos não se discutem.

- Por que ele disse isso? Você é a única amiga que ela tem e a única pessoa a tirar ela do quarto. Ele devia estar apenas estressado com tudo e você sabe que ele tem a mania de extravasar em quem não tem nada haver. A Ana sabe disso?

Ela apenas negou com a cabeça. Eu vi que ela não tinha nada para comer então dei meu lanche a ela, que tentou me convencer que não precisava mas aceitou depois de muita insistência.

Dizem que eu tinha uma alma boa e que isso em excesso não era bom por que podiam me passar a perna facilmente. Não verdade pouco me importo com isso, me sinto bem ajudando os outros e se algum dia alguém abusar da minha bondade eu vou estar com a consciência limpa de que fiz algo bom.

Depois de alguns minutos o sinal bateu para voltarmos a aula e dessa vez a manada de bois mais pareciam como preguiças, pela tamanha lerdeza que iam as suas salas. Me levantei e fui o único a correr. A preocupação com Sam era tanta que quando notei Barbara já havia sumido, como todas as outras vezes.




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