Capítulo IV

852 107 44
                                    



Andrew estava tirando um cochilo em seu escritório,quando batem forte na porta o assustando e o fazendo levantar correndo para abrir.

_ Posso saber o que significa isso? Por que essa agitação?

A enfermeira que o ajudou com o Antony exclama agitada:

_ Doutor Andrew, o paciente do 202 está tendo parada novamente ,precisamos do senhor.

Andrew sai correndo junto com a enfermeira para o quarto de Antony que estava desacordado em seu leito.
Antony sentia umas gotas pingando em seu rosto e alguns sussurros de longe, ele queria entender o que estava acontecendo, quem era essas pessoas que estavam o chamando, ao abrir seus olhos a visão que teve foi do ser mais lindo que já tinha visto, sua testa  estava banhada em suor, ele sentiu seu peito formigando, uma dor sem sentido, mas mesmo assim ainda estava feliz.

_Ai que alivio, doutor Andrew ele recobrou a consciência.


_Andrew... Antony sussurrou ainda grogue, estava tentando ficar acordado e consciente.

Porém Andrew nao escuta o sussurro de antony.

Logo em seguida Antony começou a ficar novamente agitado e quando menos se espera, ele virou para o lado e vomitou, vomitou apenas água, já que não tinha comido nada, logo em seguida ele voltou a apagar e seu corpo continuou a tremer.

Eram as consequências de uma parada cardíaca, Andrew gritou para os enfermeiros que tragam o tubo orotraqueal, ele começaria a entubar o paciente imediatamente ou iriam perde-lo.

Antony já estava inconsciente, sua aparência estava branca de mais e aquilo não era bom, ele não conseguia respirar bem.

Andrew pediu que um dos enfermeiros monitoras-se Antony com oximetria de pulso, medir a pressão arterial e a eletrocardiograma, enquanto os equipamentos chegavam.

Ele se preparava para entubar Antony, Andrew lavou as mãos na pia do quarto, eles não tinham tempo de transferir ele para outro quarto, depois de lavar as mãos a enfermeira de plantão que foi convocada de última hora pôs as luvas e o óculos em Andrew, ela nunca tinha participado de algo assim e estava ansiosa para ver como era.

Andrew  posicionou a cabeça de Antony em posição olfativa (ou seja, coluna cervical fletida em direção anterior, com a presença de um coxim de 8-10cm),com sua mão esquerda ele começou a introduzir a lâmina do laringoscópio no lado direito da boca de Antony, desviando a língua para a esquerda, e progredindo até a valécula, depois ele deslocou superiormente a epiglote, expondo a abertura glótica, introduzindo a cânula orotraqueal e conseguindo visualizar a passagem pelas pregas vocais de Antony e passar a insuflar o cuff.

Ele fica bastante concentrado para ver  se o tubo estava bem posicionado, para ventilar e auscultar os pontos epigástrico para as bases direta e esquerda, terços superiores direto e esquerdo.

Andrew solta um suspiro de alivio quando consegue visualizar a expansão torácica a cada ventilação.

Aos poucos ele consegue perceber que Antony voltou a respirar novamente, Andrew solta o tubo e olha para Hanya a enfermeira de plantão.

_Quero a Radiografia de tórax dele só para confirmar a posição do tubo, faça o acompanhamento da pressão arterial, oximetria e eletrocardiograma dele e me passe o relatório, a partir de hoje ele virou meu paciente.

Hanya estava admirada com a concentração e sensibilidade do médico, Hanya tinha se formado enfermeira, havia pouco tempo, tudo era novo para ela e ver aquele medico agir com tanta calma e cautela com o paciente a fez entender que estava na profissão certa, Hanya queria salvar as pessoas.
.....
Ethan estava a caminho do hospital, ele queria ter vindo antes para ver Antony, mas com a morte de Carlos as coisas se complicaram um pouco.

Assim que ele chegou ao hospital ele foi até a recepção perguntar em qual quarto seu irmão estava.

_Bom dia, gostaria de saber em qual quarto está Antony Adam’s?

A moça da recepção ficou sem jeito ao ver o homem que lhe perguntou.

_Só um minuto vou verificar, o senhor é o que dele?

_Sou seu irmão.

Ela concordou com a cabeça e em seguida olhou em seu computador em que quarto Antony estava.

_Ele está no quarto 202, no 5 Andar.

Ethan sorriu para a moça e foi para o elevador, assim que ele chegou ele adentrou e apertou o 5, enquanto a porta se fechava, alguém pediu para segura-la, quando ele olha para frente ao segurar a porta, ele toma um choque, não imaginava encontrar essa pessoa tão cedo.

_Bom dia, senhor Adam’s.

Ethan sorriu de lado.

_Bom dia, senhora Torres.

_seu avô quer ver você, assim que possível vá encontra-lo, ele tem informações sobre quem tentou matar seu irmão.

Ethan fechou seu semblante e a porta metálica se abriu no 5 andar.

_Imagino que ele tenha.

Dizendo isso ele saiu em direção ao quarto de Antony, ao chegar lá ele viu algumas pessoas tumultuadas na entrada do quarto e ficou sem entender.

_Com licença o que está acontecendo?

Uma das pessoas de jaleco olhou para o rapaz alto e bonito.

_Doutor Andrew acabou de salvar a vida de um paciente que estava tendo parada cardíaca, foi um máximo.

_Parada cardíaca?

Ethan invadiu o quarto e viu que tinha um medico conferindo os olhos de Antony, assim que esse medico se virou ele viu que se tratava de Andrew.

_O que aconteceu com meu irmão Andrew?

Andrew que estava analisando Antony se virou para a voz que o perguntou, ele viu que se tratava do homem que levou seu irmão para casa no velório.

_Olá, seu irmão teve uma parada cardíaca, não se preocupe ele está bem, conseguimos a tempo estabiliza-lo, vou ficar o acompanhando até que ele acorde.

Ethan se aproximou de Antony e alisou o rosto do irmão mais novo.

_Tem certeza que ele está bem? Não posso perder mais ninguém.

Andrew se sentiu tocado com aquelas palavras, ele sabia mais do que ninguém como era perder as pessoas que ele amava.

Hanya que até então só observava se sentiu indignada que aquele homem estivesse duvidando de Andrew.

_Doutor Andrew é muito bom no que faz, não duvide dele, se o seu  irmão está bem, agradeça ao doutor Andrew por isso.

Andrew fez cara feia para a enfermeira que recuou sem graça, enquanto Ethan sorriu com aquilo.

_Muito obrigado Andrew, por ter salvado o  meu irmão.

Andrew sentiu o rosto esquentar, não tinha sentido aquilo, mas ele estava sem graça.

_Não precisa me agradecer, faria isso por qualquer um, sou médico, minha função é salvar vidas, nem sempre conseguimos, mas fazemos o possível para que tenha o maior número de vidas salvas.

_Está sendo modesto.

Sussurra Hanya, Andrew ao escuta-la novamente a repreende.

_Senhorita Hanya, pode ir passear um pouco, acho que já deu seu horário de almoço.

Ele diz apontando para a porta.

_Ainda não senhor, falta 5 minutos.

_Senhorita Hanya, vai... Agora.

Ela demorou, mas entendeu o recado e saiu apressada.

Andrew se virou para Ethan.

_Me desculpa, aquela menina precisa de mais maneiras.

Ethan gargalhou.

_Tudo bem doutor, ela é nova... Meu irmão, sabe quando ele poderá acordar?

_Hum, não sei, ele está sedado agora, precisamos esperar, casos assim em pessoas novas não são comuns, ele tem costume de fazer exames de rotina?

Ethan pensou um pouco.

_Com certeza que não.

_ ele precisa fazer exames que precisam da sua autorização, já que ele é incapaz de responder por si mesmo, o hospital precisou entrar em contato com você, mas não obtivemos respostas, onde o senhor estava quando ele sofreu o acidente?

Ethan soltou a mão de Antony e caminhou para a janela do lado.

_Minha vida sempre foi muito corrida, em 2018 precisei fazer uma viagem a negócios, mas acabou que isso tirou dois anos da minha convivência com meu irmão.

Ele se vira para Antony.

_Eu precisava resolver essas pendencias, dei pouca atenção a ele, pensava que por ele já ser maior de idade e ter responsabilidades ele não precisava mais de mim, mas Antony é somente um garoto, tem apenas 28 anos, fui negligente como irmão e único responsável por ele, eu somente soube do acidente um pouco antes de ter ido para o velório do seu tio, eu vi que tinham várias ligações tanto do hospital, quanto do chefe dele, mas aonde eu estava não funcionava celular, era totalmente sem rede, assim que retornei a ligação pro chefe dele que é meu amigo ele me disse o que aconteceu e vim correndo pra cá, eu fui falho com meu único parente vivo.

Andrew estava sem saber o que falar, aquilo não lhe dizia respeito, mas por motivos desconhecidos, as falas do homem lhe trouxeram fúria.

_Você foi realmente negligente e irresponsável com seu irmão, mas isso não me diz respeito senhor Adam’s, peço apenas que não suma novamente, seu irmão vai precisar de você, ele perdeu o movimento ds pernas e ele vai precisar de apoio quando voltar a acordar, esteja aqui quando isso acontecer.

Dizendo isso Andrew saiu do quarto deixando os irmãos a sós.

Andrew saiu do quarto do paciente irritado, seu peito doía tanto do lado direito que achou que teria uma parada cardíaca como seu paciente, ele se arrastou até o elevador e apertou o botão pro andar do seu consultório, ele assim que conseguiu entrar no elevador soltou vários suspiros longos, quando o andar dele chegou ele abriu a sala rapidamente e foi até sua gaveta e pegou o medidor de pressão, colocou no braço esquerdo e cerificou, estava normal, então como ele estava sentindo essa dor no peito?

Foi para o espelho ao lado do sofá-cama e abriu sua camisa tirou seu jaleco que estava por cima e viu sua marca de nascença em formato de lua, nunca entendeu como tinha uma marca assim, mas nunca quis saber também ,colocou a mão em cima da marca, sua dor foi ficando maior parecia que estava queimando sua pele aquilo nunca tinha acontecido antes.

- Aí! MERDA de marca, merda de coração fraco.

Suas lágrimas caíram, ele precisava descansar ou iria ficar louco, foi para o sofá/cama e deitou-se novamente, precisava descansar só assim para que parasse de doer, era o que ele acreditava, ele logo fechou os olhos e dormiu depois de muito tentar.

_” Don … Don… não faça isso, volte” ...” você quer se vingar Andrew…quer que todos paguem pelo que fizeram com você? Com sua família?”

- Don não faça isso, retorne comigo.

- Eu quero, quero voltar com você, me espera… aonde você vai? Ei volta, espere por mim.

Andrew corria para alcançar alguém, mas ele já tinha sumido.

- Dondon!

- Quem está me chamando?

Andrew estava desesperado procurando, mas não via ninguém, ele entrou em desespero.

- Andrew, por sua culpa meus pais morreram e agora até mesmo minha irmã morreu tudo para te defender, até quando perderei pessoas que amo pra você? Por que você não morreu no lugar deles? Por que não para de se meter em enrascadas? Eu te odeio tanto Andrew, você deveria ter morrido a muito tempo.

- NÃOOOOOO!

Andrew acordou assustado, tremendo, sem a camisa e totalmente em lagrimas sua face estava avermelhada, ele olhou seu relógio e só tinha se passado 30 minutos que tinha dormido.

- Que merda de sonho foi aquele? Será que estava tão cansado e me culpava tanto que agora meus sonhos queriam me torturar também?

Limpou o rosto com as mãos e levantou, assim que ficou em pé alguém entrou no seu escritório.

- Será que não poderia bater? Disse olhando para a porta.

- Desde quando eu preciso bater Andy? Quem entra era seu melhor amigo de infância John.

- A!  É você. Disse se virando para pegar a camisa no chão.

_Como minha irmã e sobrinho estão?

- Estão bem, sua irmã está conseguindo seguir em frente mesmo que ela ainda sinta saudades do pai, mas acredito que ela está melhor que você e Will, passei na casa dele antes de vir aqui te ver ele está péssimo, mas você está pior ainda.

- Obrigado pelo apoio amigo? Fico feliz que meu belo rosto esteja péssimo para você.

John simplesmente ria como se a cara dele fosse a coisa mais engraçada do mundo.

- Ok ok, mudando de assunto vim te convidar para sair eu você e Will, precisamos desse momento só homens, ele aceitou só falta você.

Andrew olhou firme para seu melhor amigo, não queria outra briga com Will, mas se ele aceitou mesmo sabendo que ele ia ser convidado, por que não aceitar?

- Ok, eu aceito, vamos! Vou só vestir minha camisa.

Então depois de vestido, Andrew saiu com seu melhor amigo.
....
Ethan  saiu do quarto do seu irmão um pouco depois de Andrew, ele sempre foi um homem paciente e centrado, mas faz um bom tempo que ele estava se sentindo fora da casinha, desde que retornou a cidade, ele teve que ver seu melhor amigo ser enterrado e seu irmão hospitalizado, não estava sendo fácil pra ele ver que as coisas estavam mudando rápido demais.

Ele foi para o terraço do hospital, precisava fumar, era seu modo de aliviar suas angustias, Ethan sempre foi um cara que aguentava calado, reprimia o que sentia, demonstrava frieza, mesmo que fosse gentil com todos, seus olhos já viram coisas absurdas de mais de acreditar e outras boas demais para se perder.

As vezes ele pensava em tudo que teve que suportar para proteger seu irmão, não se arrependia de nada, hoje Antony era feliz na sua profissão, não lembrava de nada do passado dele o que era muito bom, infelizmente Ethan não teve essa sorte, lembrar de quem foi no passado o aterrorizava, ele sabia que não seria feliz nessa vida também, nem merecia felicidade, mas ele também sabia que uma parte dele era egoísta e que se for pra lutar pela felicidade do seu irmão e pelo amor que ele sentia, ele lutaria de novo e quantas vezes for necessário, só para se redimir do que causou a Antony na vida passada dos dois.

Na Vida e Na Morte ( Uma Nova Versão)Onde histórias criam vida. Descubra agora