SENTIMENTOS DISTINTOS

Capítulo 2

     Tudo aconteceu quase que normal na mansão, se não fosse Fernando que não acordou cedo, não tomou café com as crianças e não saiu para trabalhar, ele apenas informou que ia dormir até mais tarde, Ana ficou preocupada, até por que ele nunca faz isso, então depois das oito ela foi até o quarto dele, bateu na porta:

      — Senhor, está acordado? — sem respostas ela abriu a porta — está vestido? — pensou "espero que não", logo entrou em seu quarto e ele realmente ainda está dormindo — Ficou acordado até tarde também não é... —Ela se aproximava, mesmo que ele não escute — e aposto que não foi por causa da namoradinha — bateu rapidamente na boca — ex-namoradinha. — Ela se abaixou ao lado da cama admirando seu chefe dormindo — Como pode ficar tão lindo até dormindo? E como pode também não me perdoar?

     Ana levou sua mão até os cabelos bagunçados de Fernando, ela adentrou os dedos fazendo uma caricia ali, encarava seus lábios com um desejo imenso de beija-los. — Meu deus, por que isso? — ela aproximava seu rosto do dele. — Não o tenho, mas também não o esqueço... — fechou os olhos quando conseguiu sentir a respiração sonolenta de Fernando — Eu mereço mesmo todo esse sofrimento?

     Nesse momento o mordomo entrou pela porta aberta. — O... O que está fazendo Ana?

     A babá se assustou, levantou em um pulo só. — Eu? — ela arrumou o cabelo de fenando de volta, como se estivesse arrumando algo que quebrou — Nada, ué, por que eu estaria fazendo algo... — sorriu com os dentes amarelos para o mordomo.

     Com a movimentação no quarto Fernando acaba acordando. — Ana? Bruno? — Ana vai se afastando de Fernando — O que estão fazendo aqui?

     — Eu senhor, Bom dia, vim o acordar como pediu, já Ana.... — Ana correu até ele e o atrapalhou para não dizer que ela estava quase beijando ele. — Ana veio com bruno para avisar que está tudo bem com as crianças e elas já estão na escola.

      Ana largou bruno e sorriu para seu chefe.

     — Exatamente! — disse bruno — Não vai a empresa hoje senhor?

     Fernando pode ter estranhado o modo com que eles agiram, mas não questionou — Bom dia bruno, não, vou trabalhar de casa mesmo, tenho um almoço pessoal mais tarde Fernando sentou na cama e olhou para eles novamente — vou ter que pedir privacidade no meu próprio quarto?

     Ana o olhava com uma carinha de apaixonada, que logo mudou quando ela escutou a grosseria dele.

      — Não senhor — disseram e saíram.

      — Ah bruno, nem bom dia eu ganhei. — Ana diz enquanto vai descendo as escadas com ele — Com quem será que ele vai almoçar? — Ana resmungou revirando os olhos: Almoço pessoal.

      — Não sei aninha, ele não comentou nada, e pelo que parece foi algo inesperado.

       — Viu como ele me odeia? — Ana disse com uma voz triste e logo chegaram ao último degrau.

       — Ele não te odeia, só está chateado. — Bruno dá de ombros.

      — Não sei o que é pior, ele me tratar assim, ou você me iludindo a pensar que um dia ele vai me perdoar — Ana se sentou no sofá — sabe o que ele me disse ontem?