Capítulo Quarenta e Três

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Quase um mês depois, as coisas estavam começando a voltar ao normal. Jason voltara com o irmão para New Heaven para procurar os melhores profissionais que pudessem ajudá-lo. Ele estava motivado, principalmente por causa de Tommy, e já havia feito um grande progresso na terapia e no tratamento para parar de beber. Eu e Tommy íamos visitá-lo todo final de semana e ligávamos o tempo todo. Fiquei ao seu lado para tudo que ele precisava pois, por mais difícil que fosse esquecer e perdoar tudo que acontecera, ele precisava muito que as pessoas que se preocupavam com ele o apoiassem.

Naquela madrugada, eu estava especialmente animada. Era o aniversário de dezoito anos de Tommy. Eu não podia acreditar que o meu bebê estava se tornando um adulto. Por mais afastados que estivéssemos, eu nunca deixaria de celebrar essa data, ainda mais uma tão importante e significativa como os dezoito anos. Assim que despertei, pulei da cama com um sorriso no rosto.

— Que horas são? — disse Sam, com a voz sonolenta ao acordar por causa da minha agitação. — Por que está tão animada? Não é nem de manhã ainda.

— É o aniversário de Tommy, não se lembra? — franzi a testa. — E eu sou sempre a primeira a desejá-lo parabéns.

Cantarolando, me dirigi ao quarto de Tommy. Abri a porta lentamente e coloquei a minha cabeça para dentro. Como um verdadeiro adolescente, ele estava acordado, lendo um livro e usando fones de ouvido.

— Feliz aniversário, Tommy! — exclamei.

— Mãe, você me assustou. — resmungou ele, surpreso ao me ver, escondendo o livro debaixo dos travesseiros.

— Não tem como esconder, eu já vi. — disse eu, me aproximando para depositar um beijo em sua testa. — Então, como é ter dezoito?

— Você já teve dezoito. — argumentou.

— Mas eu tinha um filho de dois anos. — retruquei. — Ah, você se lembra do dia em que você nasceu?

— Eu não deveria, mas você já contou essa história tantas vezes que estou começando a ter lembranças bem sólidas daquele dia.

— Lá estava eu, me preparando para o baile de volta às aulas. — disse eu, ignorando seu comentário. Tommy bufou. — Eu estava grávida de quase nove meses, assustada com a ideia de ser mãe e preocupada com a minha vida acadêmica. A tia April estava arrumando meu cabelo e eu comecei sentir as primeiras contrações. Nós fomos correndo para o hospital, eu já estava prestes a dar a luz e nada do seu pai.

— Quando você achou que não conseguiria mais empurrar, ele finalmente apareceu. — completou ele. — Usando um terno.

— E depois de mais alguns minutos de dor, eu ouvi seu choro e a enfermeira colocou você nos meus braços... — murmurei, encarando meu filho e lembrando de como ele era há dezoito anos. Tão pequeno, tão frágil, tão dependente de mim... — Foi o momento mais mágico da minha vida. Você era a coisa mais bonita que eu já tinha visto e eu soube, naquele momento, no mais profundo do meu ser, que eu faria qualquer coisa por você.

Tommy fitou o chão, cabisbaixo. Eu queria tanto saber o que se passava dentro da cabeça dele. Queria saber por quê ele se afastava, o que sentia, e o que eu podia fazer para ajudar. Contudo, ele não se abria mais comigo e eu simplesmente tinha minhas mãos atadas, sem saber o que fazer.

— É... — balbuciou ele.

— Eu sei que você tem planos, mas seu pai está num avião agora vindo para o seu aniversário então nós faremos algo juntos, está bem? — falei, séria, saindo do quarto.

A MÃE DO MEU FILHOOnde histórias criam vida. Descubra agora