Capítulo Oito - Queda

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Mais cedo.....


Severus sorriu quando Tom saiu da sala e ele se viu sozinho no laboratório de poções. Tocou suavemente na marca em seu pulso, admirando os detalhes delicados do desenho cor de safira. Sabia que a cor era uma homenagem da deusa para sua falecida irmã, e agradecia todos os dias de manhã ao se olhar no espelho e desfazer o feitiço ilusório, vendo as tatuagens em si e se lembrando da risada doce da ômega ruiva que teve sua vida brutalmente tirada de si em tão tenra idade.

Se dirigiu para fora da sala e caminhou em passos lentos até a biblioteca, sem pressa, escolhendo uma mesa ao fundo e pegando seu livro de poções, herança de sua mãe, escrevendo nele suas anotações da matéria que estavam estudando. Vez ou outra se erguia e tirava um ou outro livro da estante, o analisando, fazendo mais notas e guardando quando terminava. Só se deu conta da passagem do tempo quando seu estômago roncou de fome, lhe lembrando do jantar que já deveria estar acontecendo.

Guardou tudo o que usou em seus lugares e, ao passar pela bibliotecária, deu um "tchau" para Madame Pince, que lhe sorriu agradecida por não fazer barulho algum. Andava pelos corredores até parar, franzindo o cenho e olhando por cima do ombro, analisando o corredor iluminado por dois minutos inteiros até dar de ombros e continuar seu caminho. Entretanto aquela sensação continuava a formigar em sua pele o fazendo parar de novo e se virar completamente, varinha em mais, vendo um pedaço de pano sendo ocultado pela parede do final do corredor.

Sorrindo por ter visto pelo menos a capa de seu perseguidor, seu feitiço experimental estava na ponta de sua língua e pronto para ser lançado quando um choque se passou por todo o seu corpo lhe fazendo cair de joelhos, gritando de dor, o cegando momentaneamente, tempo o suficiente para um "Estupefaça" ser lançado diretamente no meio do seu peito, lhe fazendo desmaiar quando sua cabeça se chocou violentamente com o chão.


ಠ ل͟ ಠ


A dor de cabeça infernal foi a primeira coisa que ele notou e seus olhos se abriram, ainda muito pesados, mas automaticamente ele os fechou por conta da luz diretamente em contato direto com seu rosto. Tentou cobrir a face mas percebeu estar preso e pela queimação em seus braços e tronco, o que o prendia devia ter uma grande quantidade de veneno de acromântula, fatal se entrar em contato com a pele dos vampiros como ele e a única coisa capaz de lhe queimar assim.

Rosnando de dor e frustração por não poder se mexer, ele tentou morder a corda pois suas presas eram fortes o suficiente para cortar as amarras, mas não conseguiu se abaixar o suficiente pois aparentemente seu pescoço também estava preso. Revoltado, Severus se debateu o mais violentamente que pôde, chiando como um animal enjaulado - ou amarrado, no caso.

— Vejo que acordou. — a voz lhe congelou e o mais novo tentou encarar o mais velho, contudo a luz em sua cara o impedia e queimava. — Você está tão frágil aqui... Quase me sinto culpado por te prender.

— Marion! — sibilou. — Me tira daqui!

— Não. — o ruivo balançou a cabeça, sorrindo levemente. — Soube que você pretendia matar um rei e seu filho, e assim se tornar rei em seu lugar. Você sabe que nunca se tornaria rei, mesmo se eu morrer, não é? A não ser que se case com Skylar e ela é minha...

— E quem disse que eu quero seu reino de merda? — riu o irmão mais jovem. — Essa é boa! — exclamou, atirando a cabeça para trás e gargalhando. — Eu, querendo seu reinozinho minúsculo? — riu mais. — Eu quero mais! Então poderei finalmente esmagar você como o verme que é! — exclamou com um largo sorriso malicioso.

— E quem é o rei, então? — furioso pela humilhação e curioso, as peças se juntaram na mente do ruivo. — Você não se atreveria...! — começou, chocado com a crueldade do irmão. — ELE ESTÁ GRÁVIDO DO SEU FILHO, SEU MISERÁVEL!

— Espera, você acha que eu mataria James? — Severus arregalou os olhos, mesmo que doesse como o inferno devido a luz. — Que espécie de monstro você acha que eu sou?!?

Os dois irmãos ficaram em silêncio, Severus com os olhos fechados devido a iluminação e Marion o encarando do chão, assistindo o corpo do outro pendurado e balançando levemente. Olhou para o fundo buraco no chão e apertou os lábios, decidido. — De toda forma... — começou, lentamente. — Não vou deixar você matar ninguém. É o meu dever proteger toda a forma de vida mágica.

— Menos a vida mágica do seu próprio sangue, não é? — a voz sarcástica o invadiu, mas ele continuava a fitar o chão.

— Pode cortar. — mandou, vendo o loiro de olhos roxos pegar sua espada e cortar a corda do pescoço de Severus, partindo para cortar as outras quatro que seguravam seu tronco.

— Simon! — Severus exclamou, rosnando para o outro alfa. — Quando eu sair daqui eu vou te matar, seu miserável!

O Grifinório loiro o olhou nos olhos, fazendo o moreno arregalar suas orbes negras ao fitar a coloração púrpura acima de si, na árvore que o prendia. — Gostaria de te ver tentar.

E cortou a primeira corda.

— Você o hipnotizou! — gritou Severus para o irmão. — Liberte ele!

— Eu vou. — concordou Marion. — Quando você estiver morto.

A segunda corda caiu, cortada, ao seu lado.

— Simon pare! — gritou inutilmente para o lúpus, desesperado. Sua queda provavelmente quebraria seu pescoço.

Simon cortou a terceira corda sem hesitar nem se abalar.

— Adeus, irmãozinho. — ouviu a voz entediada do ruivo e rosnou alto, se balançando para evitar cair naquele buraco grande, mas a quarta e última corda que o prendia foi cortada e ele caiu diretamente no escuro túnel, gritando maldições para o irmão e o maldito loiro que, mesmo estando claramente fora de si, foi estúpido o suficiente para ser manipulado pelo vampiro.

— Ele vai morrer em alguns minutos. — o rei disse ao estudante que retirava as lentes de contato depois de descer da árvore. — Os escorpiões que joguei naquele buraco serão o suficiente para matá-lo em instantes.

— Não quero saber. — retrucou Simon asperamente. — Agora, se me der licença, vou ver meu ômega e cuidar dele um pouco.

E saiu andando pelo caminho de onde viera, jogando as lentes em qualquer canto e assoviando uma música qualquer. Ficando para trás e tendo certeza de que o estúpido Grifinório não o ouviria, Marion Prince riu. — Idiota. — se divertiu rindo para si mesmo, ouvindo os gritos de agonia de seu irmão. — Ele estará morto antes mesmo de você chegar a escola.

E olhou uma última vez para o buraco antes de partir.

A Rosa Dourada - SnamesOnde histórias criam vida. Descubra agora