Capítulo 13

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                          America Singer

Os raios de sol estão quase surgindo no horizonte e iluminando o prédio, mas ainda está escuro aqui dentro. Maxon e eu estamos andando como espiões, chega a ser engraçado. Ele me puxa pela mão me direcionando, mesmo que eu já saiba o caminho não recuso seu toque. Se nós formos pegos não sei nem que desculpa inventaremos. De qualquer forma é melhor me arriscar do que deixar algo acontecer a uma pessoa inocente, como imagino que seja August.

Maxon solta a minha mão e pega uma chave no bolso, ele destranca a porta e entramos. O ambiente está mal iluminado, mas é melhor não ligarmos a luz para não chamar atenção.

- Fez um bom trabalho fazendo a cópia da chave. - O elogio e começo a vasculhar as prateleiras.

- Eu já tinha a chave desde pequeno. - Ele explica e começa a procurar na mesa do Clarkson.

- Sem querer parecer intrometida, mas por que você tem a chave? - Deixo a curiosidade falar mais alto.

- Quando eu precisava me esconder do meu pai o último lugar que ele me procuraria seria no próprio escritório. - Sua revelação me faz pensar no que será que aquele mostro fazia de tão cruel para o filho  precisar se esconder dele. - Melhor conversarmos depois. - Ele pede e eu continuo a busca.

- Estamos procurando sem rumo, não vai dar certo. - Admito derrotada. - Se o August estudou aqui, provavelmente deve existir um arquivo dele. Será que está no computador? - Deduzo após terem se passado quase dez minutos e não termos achado nada.

- Não, meu pai adotou o uso de computadores somente ano passado e o garoto que eu me lembro foi expulso há mais tempo que isso. - Maxon anda de um lado para o outro tentando pensar. - Meu pai guarda os arquivos na última gaveta da mesa, o problema é que ela é trancada e eu não tenho a chave. - Ele diz frustrado e eu vou até a gaveta.

- Podemos tentar algo. - Sugiro e tiro um grampo do meu cabelo. Tento fazer que nem nos filmes que já assisti mas as três tentativas são falhas.

- America acho melhor irmos já está amanhecendo. - Maxon diz olhando pela janela.

- Não irei desistir facilmente. - Na quinta tentativa peço para todos os Santos que conheço me ajudarem a abrir essa gaveta e escuto quando ela destranca, nós dois sorrimos vitoriosos e a abrimos. Os arquivos são organizados em fileira por ordem alfabética, procuramos na letra A mas nada de acharmos o tal August. Continuo vasculhando e no fundo da gaveta encontro um arquivo sem identificação na capa.

- Espero que seja o que estamos procurando. - Maxon diz apreensivo e eu concordo com a cabeça. Abro a pasta torcendo  para que nos dê a resposta para nossas perguntas.

- Meu Deus achamos! - Comemoro assim que leio o nome August no papel, é estranho que não tem o sobrenome. - Como assim por que não tem foto dele e nem o sobrenome?

- Não faço ideia, todos os arquivos são padronizados e por obra do destino esse não tem. - Percebo que Maxon está tão frustrado quanto eu.

- Este destino é o Clarkson! - Falo com 2 quilos de ódio no coração pelo nosso infernal diretor.
No papel está escrito que este aluno foi expulso mas não tem nada sobre o motivo . Continuo lendo as páginas do arquivo para ver se encontro alguma coisa. Na última página quando já estava pensando em desistir encontro algo. - Maxon, aqui tem o endereço da família dele! Eles moram aqui em Angeles. - Me animo por ter descoberto uma informação.

- Nem acredito que conseguimos achar alguma coisa. - Maxon também comemora e anotamos o endereço em um papel. - A questão é,será que a família dele continua na mesma residência? - Ele questiona e eu fico apreensiva.

- Espero que sim, essa é a única informação que temos e precisamos nos agarrar a ela.

- Mas e agora o que faremos?

- O melhor seria se pudéssemos sair daqui e encontrá-los. - Respondo e Maxon me olha como se eu fosse louca. - Eu sei que isso é praticamente impossível e que temos que agir logo, e se mandarmos uma carta? - Sugiro.

- Sem dúvidas é a nossa única e melhor opção. - Maxon anda de um lado para o outro tentando formular um plano. - Mas quem será que pode enviá-la? Tudo aqui é muito rigoroso, os funcionários responsáveis pelas cartas são proibidos de ler o conteúdo mas eles sabem o endereço. É arriscado demais enviarmos a carta diretamente para este lugar. - Ele tem razão, precisamos ser cautelosos, o internato está nas mãos de Clarkson e ele deve saber de tudo o que acontece aqui, talvez até tenha funcionários que o informe.

- Temos que achar alguém de confiança para mandá-la. - Tento imaginar se algum professor poderia nos ajudar, mas não sabemos em quem podemos confiar. - Eu tive uma ideia! Posso colocar esta carta junto com a que escrevi para o meu pai. Eu pediria para ele não ler e te garanto que ele é de confiança. Meu pai mandaria a carta certa para o endereço sem levantar suspeitas, demoraria mais dias porque minha província fica um pouco longe daqui e a carta teria que voltar de novo para Angeles mas é o que podemos fazer.

- Boa ideia America. Você é um gênio do crime. - Maxon brinca e nos damos conta que já amanheceu e estamos aqui perdendo tempo. - Precisamos ir logo. - Pego o papel no qual anotei o endereço e nós dois partimos da sala. Os corredores ainda estão vazios e conseguimos chegar até a ala dos quartos tranquilamente.

- Vou imediatamente escrever a carta e enviá-la ao meu pai amanhã. - Digo a Maxon quando chegamos a porta do meu quarto.

- Ótimo. Hoje é sábado e temos o dia de folga, acha que podemos fazer algo juntos hoje? - Ele pergunta sorrindo.

- Tipo o que? - Como alguém consegue ser charmoso as seis da manhã? Só o Maxon mesmo.

- Você é muito curiosa. - Ele me implica. - Mas é surpresa, me encontra as três horas no jardim? - Ele pede com a voz doce.

- Sim, então quer dizer que vamos dar um passeio pelo jardim? - Especulo curiosa.

- Não, é muito melhor que isso. - Isso só me deixa mas curiosa ainda. - Ah espero que esteja com fome quando nos encontrarmos. - Ele acena para mim e começa a se afastar.

- Qual é Maxon? Você sabe que sempre estou com fome. - Brinco e ele sai rindo das minhas palavras.

Desde quando eu tive uma vida tão emocionante? Acho que nunca. Entro no quarto e pela minha sorte Marlee continua roncando baixinho, sinceramente queria dormir tão serena como ela, mas tenho certeza que devo dormir de boca aberta. Pego um papel e caneta e me sento na escrivaninha para começar a escrever o bilhete para August.

(...)







Quando o Clarkson viaja Maxon e America fazem a festa kkkkkk.

Amo meu casal investigador ❤️

A Seleção: Uma Nova Era (em pausa) Onde histórias criam vida. Descubra agora