Prólogo

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Escolher a pessoa com quem vamos passar o resto da vida é uma tarefa quase clichê. Afinal, desde pequena sou condicionada a encontrar esse homem perfeito. Mas veja bem: a definição de perfeição muda bastante de pessoa para pessoa. Para a minha mãe, significa um cara rico e companheiro já que o meu pai não tinha essas duas qualidades. Para os filmes, seria a minha metade da laranja ou a minha alma gêmea -seja lá o que isso significa. E, para as minhas amigas, é um deus do sexo e gostoso.
Mas qual é a minha definição? Pois é, se eu soubesse essa história nunca haveria começado.
No papel, isso parece algo fácil. Mas a vida real é uma foda sem graça que nem se importa em chamar o táxi de madrugada depois de uma hora de prazer unilateral. É, meus amigos, não sei como os outros conseguem mas parece que só existem caras sem graças no mundo. Talvez eu tenha um gosto realmente ruim na vida amorosa ou o universo gosta de me ferrar.
Mas quem eu quero enganar? A carne é fraca e a minha vagina me odeia.
Por isso, resolvi transformar a minha vida amorosa virginal -sim, porque nunca me deixei levar muito pelos sentimentos e, muito menos, encontrei um cara legal o bastante para promover a namorado- em um problema matemático.
Calma, querida leitora. Não vou falar de números, mas o fato é que sempre me dei melhor com as estatísticas do que com a palavra escrita. Não é por acaso entrei para a faculdade de Física Quântica. Afinal, meu lado criança queria estudar astronomia e achava que um dia poderia trabalhar na NASA (coitada). A realidade de uma estudante dessa área, no Brasil, é o amargo desemprego.
O fato é que somos feitos de hormônios e sinapses, por isso nada mais justo que escolher o cara com quem vou me casar a partir disso.
O meu plano é namorar uma pessoa diferente por ano, sendo estas dignas deste posto ou não. Nessa pesquisa antropológica, vale até um ficante mais sério, afinal, sabemos que homens tem medo da palavra compromisso por se acharem os melhores do mundo. Mal sabem eles... O importante é que, ao final destes três anos, quero comparar essas personalidades e voilà: achar o cara certo para subir ao altar.
Eu sei, parece loucura, mas eu gosto de um bom desafio.
Tudo bem que quem brinca com o fogo pode se queimar, mas quem disse que eu sou puritana? Se for para transformar essa jornada machista de encontrar um marido em um espectro infernal, então vou foder o capeta.

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⏰ Última atualização: Jun 12, 2020 ⏰

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3 caras 3 anosOnde histórias criam vida. Descubra agora