O que posso falar de mim? Moro com minha avó, pq meus pais não ligam muito pra mim, tenho 17 anos, gosto de ler livros e ouvir músicas. Neste momento estou indo para a cozinha.
- Bom dia, querida, está animada para o primeiro dia de aula? *pergunta minha avó
- Mais ou menos... Vó? Que horas são mesmo?
- Hmm... *diz ela arrumando os óculos no rosto. - São exatamente 6:58
- O que? 6:58? Tipo 6:58 mesmo? Tô muito atrasada! *falo me levantando, dou um beijo na minha avó e saio de casa.
Alguns momentos depois, chego na escola, olho o horário das aulas e a primeira é Português, me sento na terceira cadeira perto da janela, uns 45 minutos depois a aula termina, e fico sentada desenhando no meu caderno, metade dos alunos saem para fora, menos um rapaz. Ele fica em pé ao lado da minha cadeira, olho pra ele e o pergunto:
- É... algum problema?
- Não, só estou olhando você desenhando, e pelo o que vejo, você tem um dom pra isso..
- Obrigada, gentil da sua parte..
- Por nada, já te disseram que você é muito linda? *fala ele com um sorrisinho fofo que faz meu coração acelerar
- Não, sou não.. *Dou um sorrisinho com vergonha
Sentindo que o clima esquentou entre nós, me levanto e vou beber um pouco de água
- A gente se vê por aí... *digo eu
Depois de um tempo andando, encontro o bebedouro, quando vou me abaixar para beber água, um garoto, não se sabe de onde veio me puxa com força pelo cabelo, viro pra encarar o garoto e o pergunto:
- Tá maluco garoto?
- Você é bem bonitinha, garota. *diz ele se aproximando de mim
Sinto, pelo seu hálito, que ele ingeriu bebidas alcoólicas, resolvo sair dali, mas ele não me deixou ir, pois ele me puxou pelo braço e disse:
- Onde você acha que vai, coisa linda? *diz ele se aproximando de mim, só que mais rapidamente.
Nesse momento, sinto um peso sendo tirado de mim, apenas vejo o garoto maluco no chão, pisco várias vezes para a visão se adequar a situação.. E sim... Era o tal rapaz que conversei na sala, ele bateu no garoto, que agora está no chão com o lábio inferior sangrando um pouco. O rapaz anuncia em tom de aviso:
- Você nunca mais, toque em um fio de cabelo dessa moça, ou vai se ver comigo, entendeu? Ou quer que eu desenhe?
- N-não... não precisa... até mais... *diz o garoto que bebeu, meio nervoso e sai correndo.
O rapaz se vira pra mim me olha nos olhos e me pergunta:
- Você está bem?
- Estou sim, obrigada, mas não precisava bater nele...
- Pra aquele muleque aprender a respeitar uma moça é preciso fazer isso...
- Obrigada mais uma vez... *sorrio
O sinal toca e é hora de mais um sofrimento, olho o horário da aula e agora é de História, com toda certeza eu vou dormir, entro na sala e me sento na terceira cadeira perto da janela, olho pra cima e o rapaz se senta a minha frente, ele olha pra mim e da o sorrisinho que faz meu coração pulsar mais rápido, olho pra baixo envergonhada...
O sinal toca e é hora de mais um sofrimento, olho o horário da aula e agora, finalmente, é a última aula, a de História, com toda certeza eu vou dormir, entro na sala e me sento na terceira cadeira perto da janela, olho pra cima e o rapaz se senta a minha frente, ele olha pra mim e da o sorrisinho que faz meu coração pulsar mais rápido, olho pra baixo envergonhada...
Depois de 45 minutos que eu pensei que nunca mais fossem acabar, o sinal toca, todos se levantam para sair, menos o rapaz, coloco a mochila nos ombros e sinto um arrepio, e em seguida escuto uma voz sussurrada no meu ouvido:
- Te encontro lá fora?
- Claro, só vou deixar uns papéis na diretoria e em seguida te encontro lá, tá?
- Beleza *diz ele
Depois de uns 5 minutos, saio da escola, olho o celular e já são 5:30 horas da tarde, e o rapaz está encostado na parede conversando com umas garotas, vejo que ele está bem concentrado e passo por ele de cabeça baixa, mas sem mais nem menos, sinto uma mão quente segurando meu braço, me viro é olho pra ver quem é... Era ele... O rapaz..
- Você saio andando e nem me chamou, me deixou triste... *diz ele fazendo uma carinha triste, mas ao mesmo tempo sorrindo
- Você tava muito concentrado na conversa com as meninas, resolvi não atrapalhar e fui andando...
- Você nunca me atrapalha.. Enfim, podemos ir?
- Sim... Mas pra onde mesmo?
- Hã... Pra casa? *diz ele pensando que sou uma louca
- Mas... Mas... Você não mora comigo... *falo gaguejando
- Eu sei, estava querendo dizer que cada um vai pra sua casa, entende? *Ele da uma risada
- Eu sei, seu bobo *Dou um soquinho no braço dele, que por sinal, é bem musculoso.
- Qual o seu nome? *pergunta ele
- Meu nome é Anny e o seu?
- Iarley, prazer... Não sabia que você morava no mesmo bairro que eu, legal...
- Sim... Até mais Iarley *aceno e entro pra dentro de casa.
- Tchau!
