(34) Os três mosqueteiros.

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Dei pequenos passos em direção aos bastidores e se estivesse chatiado... Claro que estava chatiado, eu fui uma estúpida e ele um cabrão e começo a pensar que pessoas que se magoam não se amam, simplesmente são nada.

Uma mão quente pousa no meu ombro, fazendo-me perceber que tinha parado de andar. Os meus pés simplesmente não queriam obedecer. Era como que se o meu coração tivesse petrificado, era o meu querido e inconstante amigo, o medo.

- Amanda? - ouvi a voz do Luke dizer, virando-me na sua direção.

- Tenho medo. - soltei mais assustada do que queria parecer.

O Luke pousou a guitarra e puxou-me para um abraço. Senti o seu queixo a pousar no topo da minha cabeça lembrando-me de quanto pequena era na sua presença. Senti os seus lábios a beijar os meus cabelos e um 'aw' unissono surgiu de toda a plateia, fazendo-me lembrar que estavamos a ser observados a cada passo.

- Tu consegues Amanda. - afirmou, afastando-me dos seus braços para poder olhar-me melhor nos olhos. - O Michael não é nenhum bicho de sete cabeças.

- Não é dele que tenho medo...-disse, tirando o cabelo dos olhos. - ... é de mim.

- Eu protejo-te de qualquer coisa. - assegurou-me, elevando o meu queixo para observar melhor as minhas expressões.

- Têns me a mim, ao Ash e o Cal. - declarou, fazendo-me observar o baterista e o baixista a aproximar-se. - Têem-nos se alguma coisa correr mal, somos tipo os teus três mosqueteiros.

Sorri-lhe levemente enquanto ele me tirava o cabelo que tinha voltado a cair para os meus olhos e dei-lhe um abraço rápido. Corri em direção ao dois rapazes que se encontravam levemente longe e abraçei os dois ao mesmo tempo, pondo um braço de cada lado do pescoço dos dois e sentido os dois variantes braços á volta da minha cintura.

Ele têm razão tenho de enfrentar os meus medos e eles eram o Michael ou era mais a simples ideia de ser feliz com ele mas não sei e de uma coisa tenho a certesa, tenho pessoas á minha espera se algo correr mal, sempre prontas para me apanhar.

Antes de voltar ao meu caminho olhei uma ultima vez para os rapazes que se encontravam a conversar com as fans. O Luke olhou para mim por uns segundos e sussurou-me um inaudivel, " tu consegues." que li perfeitamente dos seus lábios em resposta sorri-lhe e pisquei-lhe o olho. Observei por uns momentos a mesa á minha frente e tirei a caixa de pizza que estava lá pousada, uma arma em minha vantagem.

O cheiro trazia-me memórias de um quarto de hotel e das duas pessoas que se encontravam no seu interior que eram demasiado perguiçosas por isso encomendavam sempre pizza, o que acabava em discuções em guerras de comida que secretamente aquele casal amava pelas memórias a serem construidas.

Bati á porta ninguém me respondeu mas acabei por me aperceber que estava destrancada e abria. Parecia que o apocalipse do furacão Michael tinha acabado de passar pelo camarim. Estava tudo de pantanas, as almofadas do sofá estavam espalhadas pela divisão, os cadeiros que existiam encontravam-se todos partidos em pequenos cacos no chão, roupa em montes e desordem por todo o lado.

- Michael, estás ai? - perguntei, dando um passo em frente e mordendo o lábio com o nervosismo. Virei a mesa de centro virada ao contrario e pousei a caixa na sua superfície.- Trouxe pizza.

Um Michael com o cabelo todo despentiado e de olhos inchados e vermelhos, provavelmente do choro, saiu da casa de banho. Quando ele chegou a uma distância razoavel, ficamos a olhar nos olhos um dos outros espelhados com a mesma melancolia.

- Perdoa-me Amanda. - deixou soltar o Michael.- Eu sou um idiota.

Por momentos parei de olhar para ele quando 'kiss me kiss me' começa a ouvir-se a altos berros do corredor até ao camarim, onde estavamos, fazendo-me dar um face palm e o Michael ficar em poker face. Aposto que foi a ideia do Calum, estúpido e ainda por cima foleiro.

DEAR AMANDA, • mgc (EM EDIÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora