a m o r (l.s)

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Saio da sala de aula quase certo de que já havia passado em filosofia. Afinal como não passar com um tema daqueles.

Amor.

Guardo meus livros em meu armario , conferindo rapidamente as matérias de amanhã. Matemática, Educação Fisíca, Química e Filosofia, a famosa aula do Tomlinson. 

Tenho que admitir, eu era apaixonado pelas aulas dele, o professor sempre propunha ótimos desafios e atividades, eu simplesmente adorava, mas essa última, tinha que admitir , que tarefa inutil, qualquer um com meio cerebro faria isso.

Peguei meu caderno e coloquei na minha bolsa e sai da escola.

Meus amigos estavam viajando, é todos eles. Não tinha muitos amigos como qualquer garoto de 16 anos naquela escola, as pessoas não vinham falar muito comigo, tudo o que ouvia por ai eram cochichos quando passava nos corredores. Uma vez eu ouvi um boato, de que eu estaria vendendo drogas, outro de que praticava piano nas horas vagas. Eu era feito disto na escola, boatos, rumores, um par de mentiras cochichadas e passadas de pessoa pra pessoa, não que eu ligasse de verdade. Achava até meio engraçado tudo isso, eu não era real entende? Só era uma pessoa, da qual ninguém sabia muita coisa, da qual todos queriam saber, porém não sabiam.

Minha mãe uma vez me disse para tentar ser mais sociavel , caso ao contrário acabaria sozinho. Talvez ela estivesse certa por fim.

Coloquei meus fones de ouvido e andei até um parque, um lugar onde eu sempre gostava de ficar. Deitei na grama e deixei uma banda qualquer tocando enquanto abria minha mochila e pegava meu caderno.

Meu caderno, que funcionava mais como um diario, um lugar onde eu pudesse escrever todos meus sentimentos e pensamentos. 

"5.6 -quarta-feira

 o amor é o novo assunto, meu novo pensamento

a coisa simples, aquilo que complicão, o que esquecem de sentir

amar pra mim é ..."

Amar é... Droga

Vamos lá Harry, amar é...

Tiro da minha bolsa um maço e acendo meu cigarro, tragando e pensando nas formas de amor. Amor fraternal, amor plâtonico e amor romantico. No fraterno eu tinha meus pais, no plântonico aqueles olhares quando eu entrava no ônibus , mas e o rômantico? O que eu sabia sobre esse tipo de amor?

Uma vez eu gostei de uma garoto e a gente ficou um tempo junto mas só isso. E também teve um garota, não fazia muito tempo, mas ela falou essa palavra (amor), sai correndo, eu terminei com medo disso. Ela precisava de uma coisa que eu não podia dar a ela, amor. Não podia amar ela, não entendia ainda o porquê.

Ouvi um barrulho atrás de mim, e de repente foi como se meu professor fosse uma lâmpada, daquelas que surge em cima da sua cabeça quando você tem uma ideia brilhante.

"Harry, o que faz aqui?" Tomlinson, perguntou, se sentando do meu lado olhando vagamente para o que estava entre as minhas mãos me fazendo corar e gaguejar um pouco ne início.

"E-u, eu venho aqui para escrever geralmente e você Tomlinson?" Perguntei tentando não parecer idiota na frente dele.

"Ah, me chame de Louis. Nunca vinha vindo para esse parque, e hoje me pareceu ser um bom dia" Ele falou sorrindo de lado enquanto pronunciava suas últimas palavras, eu apenas acenei como resposta.  "Você tem um?" Louis perguntou se referindo ao cigarro.

"Louis-" Testei a palavra nova, já que não estava acustumado a isso "Não sabia que fumava" Falei passando o cigarro para ele, Louis me olhou e entendi de primeira que ele não tinha nada para acender, peguei meu velho isqueiro e acendi pra ele.

"Existe muitas coisas que não sabe sobre mim" Louis disse, como se aquilo fosse um grande segredo podre em sua vida, olhando para a volta enquanto a fumaça saia de sua boca. Adoravél. 

"Tem um jogo que é assim, você me fala uma coisa que eu não sei sobre você e eu faço o mesmo, gostaria?" Perguntei implorando um sim, sedento por informações

"Vamos lá, já estou aqui mesmo não é?" Ele falou me olhando profundamente, e se virando para minha frente.

"Eu começo " Pronunciei, pensando em alguma coisa fácil "Eu sou vegetariano"

Louis fez uma cara surpresa em seguida uma cara pensativa "Nasci na França"

"Ui" Falei e nossas risadas se misturaram por uns segundos. "Sou bisexual"

"E eu gay" Ele falou, e uma crise de tosce começou, porra ele era gay, ele era lindo e merda. "Harry você está bem? Meu Deus eu não pensei que a surpresa seria tanta" Disse dando uns papinha em minhas costas

"Não esta tudo bem, foi uma grande surpresa sim mas você é casado ou algo do tipo?" Me ouvi perguntando

"Nada disso, sozinho apenas eu e eu" Ele falou com uma pitada de orgulho em sua voz

Bem , minha vez... "Eu tenho poucos amigos"

"Não é isso que escuto nos corredores" Ele falou olhando para baixo , me deixando notar pequenas sardas por seu rosto

"Por favor não acredite em nenhuma merda que falam sobre mim" Respondi com suplica

Uma pequena gota d'água caiu em meu rosto, Louis levantou sua mão e a limpou não deixando de me olhar

"Quer uma carona?" Louis me perguntou já se mexendo para levantar, e me estendendo a mão para ajudar-me.

"Não precisa Louis, eu moro aqui perto" Menti, eu morava a uns quarteirões dali.

"Tudo bem, te vejo amanhã, e obrigado pelo cigarro"

"Não foi nada" Respondi jogando meu caderno em minha bolsa, caminhando em direção de minha casa, enquantos meus pensamentos ficaram ali, junto com Louis com suas sardinhas e seus lindos olhos azuis.

nota: não revisei :c