Eu queria Voar

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Enquanto Jack flutuava e Elsa andava, Olaf comentava sobre as experiências com as pessoas do reino, como amava brincar com as crianças, comer bolinhos com o padeiro e participar de competições de trenó, o albino escutava atentamente cada palavra do sersinho feito de neve, brevemente desviava a vista para a mulher ao lado esquerdo, que mantia a face séria, ele sorria de vez em tempo, incapaz de acreditar na temosia dela, um dos inúmeros traços da personalidade intangível.
À medida que seguiam nos corredores, o guardião analisava os quadros nas paredes, pinturas de Elsa e Anna estampavam a maior parte, seguidamente das majestades falecidas.
— É necessário ficar flutuando Frost? — indagou a rainha.
— Porque não seria? Gosto de ter os pés fora do chão. — disse com um sorriso mais acentuado que de costume.
A soberana não respondeu, mas ele, aguardava, sem dizer nenhuma palavra e com um olhar significativo.
— Eu queria voar — comentou o boneco de neve, trazendo-lhe atenção dos dois adultos. — , imagine só, voar como um passarinho, passar entre as nuvens branquinhas e tocar o sol.
— Olaf é impossível tocar o…
Teve a fala interrompida por Jack, que convenceu o amigo que ele consegueria voar e tocar a estrela quente, alimentando um desejo qual Elsa acreditou ser improvável, conquanto alimentou as esperanças do boneco, igual de uma criança crente em papai Noel e colhinho da páscoa.
Após o amigo de neve sair da presença de ambos, a pedido da própria rainha, com a mirada concentrada no interlocutor a sua frente, esse fluantuando, disse:
— Agora você terá que ensina-lo a voar.
O espírito inclinou-se em sinal de obediência e sorriu com toda a cortesia, divertindo-se com o tom de voz irritado.
— Voar é fácil, difícil é ter o vento como seu amigo, basicamente é flutuar como um floco de neve, deixando a brisa te levar.— Sorriu conservando nos lábios um sorriso imutável encantador
— Ótimo, agora você fala com o vento? Já não bastava ter colocado um nome no cajado. — murmurou ela, revirando os olhos azuis e dando-lhe as costas.
— Ei, senhorita desacreditada — Colocou-se a frente da rainha. — , o que te define como alguém sensata? Se me lembro bem, é a vossa majestade que fala com um espírito com poderes de gelo e neve, criou um boneco falante e congelou Arendelle, o que te faz pensar que sou louco?
— Não dissera que és louco, e sim desequilibrado, e as circunstâncias dos meus atos são totalmente diferentes. — Tamanha era a segurança que punha nas suas palavras que ninguém poderia dizer que estava errada. — Agora coloque os pés no chão.
— Para quê? Ninguém pode me ver mesmo. — Deu de ombros.
— Na verdade…
Quis dizer mais, mas nessa altura uma de suas criadas surgiu no corredor, com uma bandeja de pratos nas mãos, ela olhou fixamente para a rainha e logo em seguida para o indivíduo atrás dela, supreendeu-se com o fato de vê-lo flutuar, assustada deu dois passos para trás e convicta gritou com todo ar dos pulmões a palavra "fantasma", derrubando no processo os pratos, Jack e Elsa antes de entreolharam-se presenciaram a mulher desaparecer em disparada por onde veio, riram dos acontecimentos, ela com a mão sobre a boca e a outra no abdômen, tentando conter a explosão de risos.
— O que foi isso? Essa deve ser a terceira pessoa que me vê.
— Desde que Arendelle voltou a ter magia, as pessoas voltaram a acreditar em lendas e mitos.
— Eu não sou um ser mágico muito conhecido, como saberiam que existo?
— Anna encontrou o livro que fiz sobre você e contou para todos…
Jack parou de rir e fraziu as sobrancelhas, encontrou-se olhando-a diretamente nas íris azuis.
— Fizera um livro sobre mim? — interrogou, com seu tom familiar habitual.
Precipitadamente negou, contundo a voz falha entregou-lhe, o viu sorrir largamente, demostrando a primeira fileira de dentes branquinhos feito neve, , desviou-se subitamente, voltando-se para o corredor, adiquiriu um tom avermelhado nas bochechas imperceptível para ele, que a fitava nas costas.
— Com sua licença senhor Frost, tenho uma festa de aniversário para preparar. — observou depois de uma ligeira pose.
Mal tivera tempo para falar, acompanhou a silhueta da soberana sumir até o fim do corredor, desviando primeiramente dos pratos de porcelanas estilhaçados no tapete roxo. Teve um minuto para pensar e sorrir igual um bobo.
Minutos depois, Jack, sorrindo, ora fitava a decoração, ora a rainha que ajeitava os vasos de flores nas mesas, ora para o delicioso bolo azul, de cinco camadas e com girassóis em sua volta, havia também açúcar polvilhando, assemelhando-se a flocos de neve. No primeiro momento, quando pronunciou as primeiras palavras. Elsa ficou irrelevante a sua presença , arrumando algumas cadeiras, ciente do que a rainha fazia, sentou-se em uma mesa, usando o cajado como apoio, deteve-se, olhando para ela, admirado, a beleza de toda a sua figura, da cabeça, do pescoço, dos braços, sempre impressionava, aquele vestido azul claro acrescentava mais a sua fisionomia encantadora.
— Olá.
Desviou a mirada para um homem de cabelos loiros.
— Desculpe, eu te conheço? — indagou o guardião, retomando a compostura.
— Eu iria perguntar a mesma coisa. Sou Kristoff, montaista, mestre de gelo e entregador oficial de Arendelle — Estendeu a mão, ambos comprimentaram-se.
— Eu sou… Aí! — Interrompendo sua fala, Elsa pisou no seu pé esquerdo, causando dor e surpresa, ela o puxou pelo poncho em seguida, tirando-o da presença do namorado de Anna. — Ei, ei, porque fez isso? — indagou irritado.
— Nem pense em falar seu nome para ele ou para ninguém, iram descobrir que você é o Jack Frost do livro.
— E daí?
— E daí? — retrucou, com voz quase áspera. — Acha mesmo que vão acreditar em você, não quero o reino todo com boatos de nós dois, sou a rainha, não uma louca.
— Achei que você era a louca do gelo.
Ela bufou, revirando os olhos.
— Só fique no anonimato, e por favor sem poderes, odiaria ter caos no aniversário de Anna.
— Não confia em mim, vossa alteza? — zombou com um sorriso, criando com o dedo indicador um redomoinho de vento e neve, como uma e mini-tempestade.
Ela olhou de soslaio para Kristoff, estava ocupado pitando a faixa de aniversário, com ajuda de Sven, suspirou aliviada e voltando a encarar o guardião, esse acabando com o turbilhão de ventania imediatamente.
— Você é impossível Frost. — Dando as costas, caminhou em direção ao bolo.
O espirito da diversão não respondeu e, depois de inclinar um pouco a cabeça, fitou-o com olhos que brilhavam por trás dos cílios curtos. O bolo, aproximou a mão para experimenta-lo, contundo a rainha o impediu, chateado, revirou o olhar, prendeu atenção ao topo.
— Irá colocar uma vela aí. — Apontou.
— Sim, mas serão dezenove velas.
Ambos estão lado a lado.
— Que tal uma estátua de gelo? Convenhamos que é mais belo do que velas.
— Do que seria?
— Sua irmã, dissera que ela ama tudo relacionado a gelo e neve, uma escultura é uma boa escolha.
— Nunca fiz uma escultura de gelo.
— Vamos lá Elsa, é uma trabalho simples para uma rainha que construiu um castelo de gelo.
— Eu posso tentar.
A rainha concentrou-se, colocou o braço em volta da própria cintura e com a outra mão fez um gesto, liberando magia para o topo do bolo, primeiramente fez Anna solitária, em uma pose feliz e terna, a sensação da perfeição corria nos pensamentos da soberana, na segunda tentativa, moldou ambas na mesma pose no dia da coroação, ainda assim estavam serias de mais, seguia a tal ponto perdida na mente que nem pensou, criou a irmã congelada no sacrifício por ela, era fracamente favorável a oportunidade do guardião ao lado dela, rir da situação, e fez de bom grado.
— Muito bem, lembre sua irmã que ela quase morreu tentando te salvar.
Visualmente chateada, recusou aceitar a zombaria, decidida soltou um leve suspiro e fez mais uma tentativa, desta vez alegrou-se, ambas estavam na posição de patinar sobre o gelo, levando as mãos a altura do peito, a feição curvou-se em preocupação.
— Vamos lá, Elsa você consegue, é para Anna.
Enquanto admirava o bolo, Kristoff comentou algo, qual não prestara atenção, sorriu ligeiramente, as sobrancelhas curvando-se.
— Ficou bonito — comentou Jack, pôs-se a sorrir olhando diretamente para a mini-Elsa e a mini-Anna —, certamente ela vai adorar, então relaxa. — acrescentou.
— Só quero que seja perfeito. — respondeu ela, mantendo a vista no bolo.
Kristoff mostrou para a rainha a faixa que fizera, retângulos brancos, cada um com uma letra formando a frase "Feliz Aniversário Anna", durante o tempo que ele descia a escada, Jack aproximou-se por trás das costas dela e fez uma piada sobre o tipo de perfeição que o homem acreditava, devido um comentar anterior do mesmo, desse modo fazendo-a sorrir sem graça, principalmente pela distância que o guardião estava, a poucos centímetros do corpo esbelto da soberana.
Após limpar uma mancha de tinta roxa do queixo do futuro príncipe, ajeitar mais uma mesa e pedir para Olaf não comer o bolo de sorvete novamente, a mulher de cabelos loiros e personalidade cativante deu um riso de exaltação, ordenou para Kristoff cuidar do bolo e não deixar ninguém entrar antes da hora, congelou duas fontes de água, antes de sair da presença de todos, entrando por uma porta e fechando-a logo após.
— Eu não sei ler e nem soletrar. — comentou Olaf, sentado em uma mesa, olhando para as letras pintadas em cores diferentes.
— Olá, é… Qual é seu nome mesmo? — Indagou Kristoff, aproximando-se.
Mas Jack sem lhe responder o questionamento, disse:
— Tenho que ir.
Lembrou-se que prometera a Elsa não voar ou usar poderes, devido a essa situação, andou pelo mesmo trajeto da alteza, Kristoff cruzou os braços desconfiado, Olaf e Sven vieram ao encontro do amigo.
— Que cara mais estranho, pode acreditar nisso Sven?
"Ele não é mais estranho que você Kristoff." — Com ajuda do dono, mexendo a sua maxilar e imitando a sua voz, se fosse humano e pudesse falar, comentou.
— Não sou estranho, sou ecentrico, sabe o que é isso?
— Eu acho que já comi isso no pudim. — respondeu Olaf, sorrindo. A nunvizinha na própria cabeça acompanhado seus movimentos.

Coração AquecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora